sábado, 29 de setembro de 2012

A arte de dizer: Eu Te Amo!



Entre os irmãos nunca foi muito comum a arte de se declarar. Nós brigamos como alguns brigam, somos uma família grande e as diferenças surgem mesmo, é inevitável... Quando morávamos todos na mesma casa já protagonizamos sonoros arranca-rabos, mas... Tudo isso não passava de arroubos da juventude.

Sempre tivemos uma base familiar muito forte, sempre tivemos a união e o companheirismo muito arraigados. Nossa mãe nos ensinou a contarmos sempre um com o outro e assim o fizemos.

Nunca tivemos o hábito de nos declararmos. Eu confesso que morro de vergonha de dizer pros meus irmãos ou pra minha irmã que os amo. Mas, eles sabem. Nós todos sabemos. Temos um jeitinho bem peculiar de dizermos um ao outro (mesmo sem palavras):  Olha, eu amo você e estou aqui pro que der e vier. Conte comigo sempre.

Lá em casa sempre foi assim: mexeu com um. Mexeu com todos. A gente toma as dores mesmo, compra a briga mesmo e ficamos ainda mais unidos pra resolver a questão, seja ela qual for. Com as voltas que mundo dá acabamos nos afastando, geograficamente falando. Tenho dois irmão morando em SP, um mora no Recife, mas trabalha no RJ e fica mais tempo por lá, e o outro morava em SP e voltou recentemente pra Petrolina. Como se não bastasse esse tanto de gente espalhado, minha irmã resolveu voltar pra Bahia e ficamos só eu e mainha aqui em Petrolina numa casona.

Pois bem, há muito pouco tempo eu conheci uma parte da família que eu sabia que existia, mas não tinha contato algum. Essa reaproximação despertou em mim uma sensação de proteção, de amparo que me fez muito bem. Aí é que eu me toquei que estava carente de carinho de família. Estava necessitada de colo e amparo. Decidi então mudar minha postura em relação aos meus irmãos e às pessoas que eu amo. Vez por outra, leia-se quase todos os dias, eu mando um sms com uma palavra de apoio acompanhada de uma declaração. Isso tem me gerado frutos incríveis. Ontem recebi ligação de dois dos meus irmãos que falo muito pouco. Me senti tão bem... percebi o quão gostoso é essa reaproximação e fiquei me perguntando porque eu não faço isso sempre. Porque eu não fiz antes? Mas, ainda bem que não foi tarde pra recomeçar.

Eu falo por experiência própria, é muito doloroso, mas muito doloroso mesmo você sentir vontade de dizer pra uma pessoa que a ama e não poder. Quando meu irmão morreu eu fiquei puxando na memória, uma única vez que eu tivesse dito a ele (com palavras) o quanto o amava e não consegui me lembrar. Eu sei que ele tinha consciência de quanto era amado, ele sabia que eu o amava, demonstrava de outras formas, mas eu deveria ter dito. Agora não posso mais.

Um conselho que eu deixo é: NUNCA perca a oportunidade de dizer a alguém o quanto você ama. Seja quem for. Diga! Quando algumas coisas acontecem, isso já se torna impossível aí já é tarde demais.

Então, deixo aqui meus recadinhos: meus irmãos, eu amo vocês!

Vanessa, apesar das nossas runhas você é mais que especial pra mim! Te amo!

Mainha, a senhora é minha heroína! Te amo!!

Faça feliz a quem você ama e seja feliz por isso!

Verônica

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Eu Dependo De Você (?)

 
(by Cinthya)
Nenhum tipo de dependência me atrai, na verdade, todo e qualquer tipo de dependência me assusta, me assombra, me dá calafrios. Acho extremamente triste uma pessoa algemada num vício, seja ele qual for. Pessoas que perderam as rédeas de sua vida, de sua vontade. Pessoas que anularam a sua identidade, zeraram os arquivos em prol de algo que para elas se tornou vital (vital?). E, apesar de tudo, a dependência está mais presente do que se possa imaginar.
Quando falo em dependência não me refiro apenas a dependência química ou alcóolica. Existe um outro tipo de dependência que, ao meu ver, é tão triste e perigosa quanto essas. Existem pessoas que sofrem de dependência emocional. Pessoas que se tornam reféns de seus sentimentos e fazem em volta de si e da pessoa “amada” uma teia perigosa.
Pessoas dependentes emocionais não constroem seus próprios castelos, seus sonhos. Elas depositam no outro todas as suas expectativas, todos os seus desejos, toda a sua sede de felicidade. Tudo dela é o outro, está no outro, depende do outro. Ela projeta no outro o que ela quer pra si. E aos poucos sua identidade se perde em meio a tanta “entrega”.
Quantas mulheres casadas deixam de viver e passam a ser a sombra do marido. Quantos homens não se conformam com o fim do relacionamento e dão cabo da vida da parceira. Quantos crimes são cometidos em nome de um “amor” rompido. É triste, mas as pessoas acreditam mesmo que podem ser donos de outras pessoas. Que não podem viver sozinhas, serem largadas. Que suas vidas dependem completa e totalmente do ser amado.
Pessoas com essa dependência emocional tendem a ser pegajosas, grudentas. Tendem a ter um zelo fora do comum com o outro, a anular suas próprias vontades em nome da satisfação do parceiro. Pessoas assim abrem mão do que mais querem apenas para satisfazer o parceiro, que na maioria das vezes, não tá nem aí pro que ela sente ou deixa de sentir.
Eu não concordo que se intitule amor o fato de você se anular numa relação, o fato de você sepultar suas vontades em prol das vontades do outro. Para mim, ninguém que não tenha amor próprio consegue, de fato, amar alguém. Tudo começa com nós mesmos, em nós mesmos. Ninguém é feliz se anulando na vida. Ninguém. Ninguém vai muito longe na fantasia de manter um casamento feliz, tendo que abrir mão de sua identidade em nome disso.
Colocar a nossa vida, os nossos sonhos, as nossas vontades nas mãos do outro não é um ato de amor. O amor não é burro. Doar-se ao ponto de perder o contato com o chão é assinar contrato com a infelicidade, porque ninguém tem paz se não tiver firmeza, se não sentir o solo, se não souber mais que se é.
Amar é bom e necessário. Mas o amor não escraviza, não sufoca, não nos dá escritura de posse. Não podemos ser donos de ninguém. Ninguém pode fazer por nós o que cabe apenas a nós fazer. Ninguém pode sonhar por nós. Isso não existe. Um casal é formado por DOIS seres, cada um com a sua identidade, cada um com o seu jeito e os dois trabalhando juntos na construção de uma história em comum. Isso é o bonito do amor.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Traição, Recomeço, Superação e Desafios...

 
 
 
Boa tarde, meninas! Tudo bem?
 
Gostaria de contar um pouquinho da minha situação para vocês poderem me ajudar.
 
Eu me chamo Mônica e casei com o Cebolinha em 2007. Me separei em abril de 2012 porque descobri que ele estava tendo um caso com a minha melhor amiga, a Magali. Tenho um filho de 2 anos e 4 meses e apesar de ter sofrido muito com tudo isso vejo que a minha situação com o meu ex-marido esta resolvida. Ele paga pensão para o nosso filho, cumpre com as responsabilidades de pai e estamos levando numa boa nossa relação como amigos. Mantemos o respeito um pelo outro, e vivemos em harmonia, até porque temos um filho.
 
Bom, recentemente fui em uma boate aqui na nossa cidade dos quadrinhos com uns amigos, um amigo meu, o Quinzinho, me apresentou um amigo de trabalho dele. Enfim ficamos conversando na boate e acabamos ficando. Foi uma noite maravilhosa....ele se chama Chico Bento. 
 
Ele é lindo, moreno, alto, carinhoso e tem um jeitinho meio caipira... Gostei de ficar com ele. Fiquei encantada mesmo! Quando voltei para casa, o Quinzinho mencionou que o Chico era casado e era pra eu tomar cuidado com essa história pra não me machucar e Rosinha a esposa dele, era super legal. Na hora eu não fiquei preocupado pois sabia que não passaria de uns beijinhos e nada mais. Talvez nem nos víssemos mais. 
 
Não foi o que aconteceu. Ele começou a me ligar e querer me ver. Então começamos a nos encontrar. Ele me falou no começo que era casado no papel e que morava com um amigo. Só que quando a coisa começou a ficar séria ele me contou a verdade.  Ele mora com a mulher, mas, segundo ele, não rola mais nada com eles, ele só chega em casa para dormir.
 
Ele já teve outras namoradas antes de mim, e falou que a Rosinha sabe, mas ela não vai embora porquê não tem para onde ir. Eles não têm filhos, mas a irmã da Rosinha morreu e deixou 3 filhos, e quem ajuda a criar as crianças é o Chico. 
 
Quando soube disso, terminei. Ele me pediu pra ter paciência, fez mil declarações e me disse que vai sair de casa, só precisa de um tempo. Disse que essa decisão de separar já foi tomada, mas precisa fazer as coisas com calma pra não deixá-la desamparada, mas deixou claro que é muito importante que eu fique do lado dele nesse momento. Frisou a importância da minha presença nesse momento porque ele não quer me perder.
 
Então, resolvi voltar para ele porque realmente estou apaixonada, mas dei um prazo para ele resolver tudo. senão eu terminaria em definitivo e não voltaria mais.
 
Meninas, estou completamente apaixonada por ele. Ele me faz feliz demais, me faz a mulher mais realizada do mundo, ele adora meu filho e meu filho adora ele. Eu não sei o que faço. Continuo com ele e vejo se ele esta resolvendo as coisas? Termino com ele? Preciso de ajuda por favor!!!!! 
O que vocês acham que devo falar para ele?
 
Muito Obrigada! Aguardo resposta...Beijos, Mônica!
 
 
Apesar da brincadeira com a troca dos nomes, a situação é bem real. Uma leitora está vivendo esse drama e pediu nossa ajuda. Quando recebi o email fiz questão de responder porque tenho noção da dúvida que a consome. Tentei dar leveza a uma história tão carregada de sentimentos e angústia. A seguir vou colocar o conselho que dei pra ela. Gostaria de saber da opinião de vocês.
 
"Oi Mônica, boa tarde!!!
Menina, as histórias de amor (por mais malucas que sejam) sempre me encantam... A sua história é simples de resolver, vá por mim...
A primeira coisa que eu preciso saber é: Você confia nele? Você acha que ele pode estar querendo te enrolar? Se a resposta for não (e eu acho que é tá tudo resolvido).

Se você o ama, você já respondeu 80% das questões, amada. Seja feliz, viva feliz e aproveite cada momento de prazer que a vida está lhe oferecendo. Fico feliz em saber que você recomeçou, a vida é cíclica e a gente não deve parar. Você não pode desanimar. Acredite no amor e esteja preparada para
recomeçar outra vez caso as coisas não saiam como você esperou.

Essa história de "estamos no mesmo teto, mas não temo mais nada" realmente assusta. Se acabou por que não separa? Eu entendo seu receio, mas não faça nada que venha a se arrepender depois. Você está envolvida demais pra se afastar agora, fique observando-o, caso perceba que não há reciprocidade, ou seja, que ele só fala mas não age, que talvez ele não sinta por você a mesma coisa que você sente por ele... aí sim é hora de pensar em dar adeus, mas antes disso ainda há um caminho a percorrer.

O que vc tem q priorizar, Mônica, é a sua felicidade. Você precisa ser cautelosa, responsável e proteger seu coração, seus sentimentos e não deixar que ninguém os magoe. Você precisa ter a consciência de que a
responsabilidade de cuidar de você é somente sua. Você não pode esquecer que o Chico é humano, que tem defeitos e que pode te magoar. Não pode esquecer que o risco faz parte do jogo e você poderá sim se machucar, mas vai ter que levantar e seguir seu caminho. Sabendo disso, é muito pouco provável que se decepcione. Caso haja a decepção será em uma menor escala. Não causará muitos estragos.

Espero ter ajudado. Espero que você seja muito feliz e que o amor prevaleça.

Beijos!

Verônica

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Minha Bagagem


(by Cinthya)
Se eu fosse colocar a minha vida dentro de uma metáfora, talvez dissesse que sou uma andarilha a caminhar por estradas, ora empoeiradas, ora chuvosas, ora desertas, ora movimentadas. Estradas solitárias me levam não sei pra onde. Estradas perdidas dentro de um deserto escaldante onde a água não aparece nem nos meus mais loucos delírios e também estradas floridas a percorrer os mais belos e abundantes oásis.
Também é comum me deparar com bifurcações e pensar bem antes de decidir qual estrada seguir. Às vezes chove e eu não encontro abrigo. Às vezes faz sol escaldante e não encontro sombra. Mas na grande maioria dos dias o clima está agradável e a caminhada se torna prazerosa.
O que eu percebi é que nunca solto a minha bagagem. Na minha mala acumulo as experiências, ou melhor, o resultado das experiências vividas. De uma forma nem tão organizada assim trago na minha mala os sonhos de uma vida toda, as alegrias compartilhadas com amigos, as gargalhadas gostosas, as desilusões, o primeiro amor que nunca me quis porque eu era feia demais (Coitado. Até pedi desculpas a ele), as lágrimas que derramei.
Trago também um bocado de dores, um punhado generoso de fel, pitadas repetidas de medo. Medo que senti de não dar conta dos compromissos que assumi “sozinha”. Medo de não conseguir passar valores sólidos pro meu filho, de falhar na sua criação. Trago o amargo quase incurável de ter sido rejeitada na hora que eu mais precisava de apoio. Isso foi de lascar, realmente, foi de lascar com a boca do balão. Mas não foi maior que minha força. E continuei.
Tem também um bocado de lágrimas, derramadas no silêncio solitário do meu quarto. Soluços abafados que só eu sei como doíam. E o resultado de tudo isso trago na minha mala, não tenho como negar. As dores passaram, eu sobrevivi, pulei as barreiras, escalei as montanhas, optei por não entregar os pontos.
Mas de cada situação sobrou uma reflexo, um sentimento que, eu querendo ou não, respinga em tudo o que eu faço. Então senhores e senhoras, não me julguem. Eu sei as dores que eu trago, eu sei onde o punhal entrou e sei quanto tempo demorou para cicatrizar o corte. Eu sei o preço que tive que pagar para hoje saber ser completa indiferente de qualquer coisa.
Hoje eu aprendi a ser dura e a lutar com unhas e dentes para não deixar ninguém destruir o que eu construí sozinha. O templo é meu. A paz conquistada é minha. O equilíbrio chegou e eu zelo pelo meu templo interior. Não é qualquer um que vai ter o inenarrável prazer de adentrar a minha paz.
Um dia eu tive que escolher o que fazer com as pedras que eu recebi. Eu poderia arremessá-las de volta nos algozes. Mas, iria contra minha natureza. Achei mais sábio usá-las na construção do meu castelo e hoje sou a Rainha da Minha Vida. No meu país mando eu. Querendo agregar, chegue junto. Querendo tomar as rédeas de minhas mãos, pode passar. Não quero.
É assim. A minha metáfora é essa. Uma andarilha a percorrer a pé várias estradas, sempre com sua bagagem recheada de sensações que, inevitavelmente, se tornaram o resultado de mim... Ou eu me tornei o resultado delas.
E você o que traz na mala?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Homem que dá psiu...



Em pleno século XXI, na era da modernidade e da informação é inconcebível que um homem ainda utilize a técnica rudimentar do psiu pra chamar a atenção de uma mulher. Na minha opinião, não há grau de carência de uma mulher que a faça tolerar o psiu...

Não conheço nenhuma mulher que tenha se rendido a uma cantada tão rasteira. Pra comprovar isso, também não conheço nenhum homem que tenha se dado bem apelando pra essa arte vulgar e desprovida de originalidade.

Meninos, eu sei que os moços inteligentes super descolados e modernos que lêm o Divã não fazem esse tipo de babaquice, mas sempre tem um amigo vacilão e desavisado, né? Então, transmitam o recado: Mulher não gosta de psiu, nem de ver homem silibando como se tivesse diante de uma peça suculenta de carne, assim como não tolera cantadinhas ridículas do tipo: "não sabia que boneca falava."

A arte de conquistar uma mulher está na sutileza, na delicadeza e nos gestos simples. Elogios são bem-vindos, é claro! Sobretudo os sinceros. Querem elogiar? Elogiem à vontade, mas não precisa fazer isso chamando a atenção das pessoas que estão presentes no raio de 2 km. Sejam discretos e sucintos. Um rosário de declarações pode, no mínimo, assustar.

Aos moços, e ás moças super cleans, modernos e de espírito elevado que estão vendo esse desabafo e pensando: "Verônica deve estar ficando maluca, isso não existe. Ninguém hoje em dia, em sã consciência, faz isso. Isso não acontece." Vou deixar um recado:
Pasmem! Mas, existe sim. Acontece sim e aconteceu comigo. Tive o desprazer de ouvir um psiu e uma indelicadeza que colocaria qualquer cantada de pedreiro no chinelo.

Há quem goste de passar por uma construção, e ver sua bola sendo posta lá em cima, super cheia, mas eu duvido que as mulheres gostem de ouvir grosserias machistas.

Antes que me perguntem: Não, não sou a última bolacha do pacote e não, mamãe não passou açúcar em mim. Não me acho. Tenho muita certeza das minhas qualidades e dos elogios que mereço. Sei diferenciar uma gentileza de uma cantada fuleira. Estou muito bem servida de delicadezas e dispenso galanteios, ainda mais, os baratos.

Aí eu deixo a pergunta: Homem que dá psiu merece...?

Verônica

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Puxando o Tapete



(by Cinthya)

Tenho aprendido muitas coisas no decorrer dos meus dias. A convivência com tantas pessoas diferentes sempre nos traz algo novo, sempre agrega alguma nova situação ao nosso leque de experiências. Algumas experiências são boas, algumas são maravilhosas, mas também existem aquelas que nos machucam.
Uma coisa que eu não consigo digerir com facilidade é a deslealdade das pessoas. A facilidade que as pessoas têm de “passar a perna” no outro é algo que me chateia e me entristece profundamente.  Pouco se importam com o que o outro vai sentir. Que nada! Isso é coisa do passado. Cada um por si e só. Cada um que se vire. Cada um que corra atrás do seu.
Consideração ficou para poucos, aliás, pouquíssimos. E quem faz questão dela, se ferra. Assim como eu, quem espera o mínimo de respeito e consideração vindo do outro, acaba por provar o gosto amargo do fel. Aquele fel da traição, do desrespeito. Da falta de verdade nas pessoas. As pessoas mentem, enganam, fazem o que for preciso em prol de si próprio e depois ainda se dão ao desfrute de cobrar uma compreensão que, sinceramente, me custa caro ter.
Me dói verdadeiramente ver o que o ser humano está se tornando. As pessoas tomam um caminho egoísta onde o outro é visto somente como uma ponte, um instrumento que se usa em prol de si mesmo. Pessoas usam pessoas como trampolins para conseguirem saltos ainda maiores e pronto. Acaba aí.
Pessoas esquecem-se que o outro pensa, sente, chora. Pessoas deixam de lado os valores. O mínimo que um ser humano deve ter são seus valores, sua capacidade de respeitar o próximo, a consideração pelo outro, a clareza nas coisas, a lealdade. Onde anda essa lealdade? Como dói em mim ver que “ser leal” está ficando cada vez mais démodé.
Se eu pudesse, mudaria isso. Se eu pudesse, faria as pessoas entenderem que não há nada melhor do que você viver em paz com o outro. Nada melhor do que você dizer “obrigado”. Nada melhor e mais rico do que você abrir sorrisos nos lábios alheios. Muito melhor do que fazer lágrimas caírem.
As pessoas esquecem que o mundo dá voltas. As pessoas esquecem que, inevitavelmente, a roda gira. Tão bom se fôssemos leais, com o outro, com os valores, com nós mesmos.

domingo, 23 de setembro de 2012

Porque é primavera!!!


A estação das flores, a prima mais colorida de todas, a temporada de sorrisos...

Como diz o grande Tim: "É primavera, te amo!"

Muitas flores, beijos, perfumes e sorrisos para todos nós daqui até o final do ano.

Quem chorou, chorou, quem não chorou não chora mais... Agora é hora de sorrir, de sonhar, de desejar...

Abrace quem você ama, presentei com um sorriso quem está perto de você e deixe o espírito da felicidade inundar sua alma.

A seguir, a música do mestre Tim.

Bom domingo, pessoal!

Verônica


sábado, 22 de setembro de 2012

Amor em Estado Bruto



Tempo, pensamento, libido e energia são solteiros e morrerão assim, mesmo contra nossa vontade.


O que é, o que é? Faz você ter olhos para uma única pessoa, faz você não precisar mais ficar sozinho, faz você querer trocar de sobrenome, faz você querer morar sob o mesmo teto. Errou. Não é amor.

Todo mundo se pergunta o que é o amor. Há quem diga que ele nem existe, que é na verdade uma necessidade supérflua criada por um estupendo planejamento de marketing: desde criança somos condicionados a eleger um príncipe ou uma princesa e com eles viver até que a morte nos separe. Assim, a sociedade se organiza, a economia prospera e o mundo não foge do controle.

O parágrafo anterior responde o primeiro. Não é amor querer fundir uma vida com outra. Isso se chama associação: duas pessoas com metas comuns escolhem viver juntas para executar um projeto único, que quase sempre é o de construir família. Absolutamente legítimo, e o amor pode estar incluído no pacote. Mas não é isso que define o amor.

Seguramente, o amor existe. Mas, por não termos vontade ou capacidade para questionar certas convenções estabelecidas, acreditamos que dar amor a alguém é entregar a essa pessoa nossa vida. Não só nosso eu tangível, mas entregar também nosso tempo, nosso pensamento, nossas fantasias, nossa libido, nossa energia: tudo aquilo que não se pode pegar com as mãos, mas se pode tentar capturar através da possessão.

O amor em estado bruto, o amor 100% puro, o amor desvinculado das regras sociais é o amor mais absoluto e o que maior felicidade deveria proporcionar. Não proporciona porque exigimos que ele venha com certificado de garantia, atestado de bons antecedentes e comprovante de renda e de residência. Queremos um amor ficha-limpa para que possamos contratá-lo para um cargo vitalício. Não nos agrada a idéia de um amor solteiro. Tratamos rapidamente de comprometê-lo, não com o nosso amor, mas com nossas projeções.

O amor, na essência, necessita de apenas três aditivos: correspondência, desejo físico e felicidade. Se alguém retribui seu sentimento, se o sexo é vigoroso e se ambos se sentem felizes na companhia um do outro, nada mais deveria importar. Por nada, entenda-se: não deveria importar se outro sente atração por outras pessoas, se outro gosta de fazer algumas coisas sozinho, se o outro tem preferências diferentes das suas, se o outro é mais moço ou mais velho, bonito ou feio, se vive em outro país ou no mesmo apartamento e quantas vezes telefona por dia. Tempo, pensamento, fantasia, libido e energia são solteiros e morrerão solteiros, mesmo contra nossa vontade. Não podemos lutar contra a independência das coisas. Aliança de ouro e demais rituais de matrimônio não nos casam. O amor é e sempre será autônomo.

Fácil de escrever, bonito de imaginar, porém dificilmente realizável. Não é assim que estruturamos a sociedade. Amor se captura, se domestica e se guarda em casa. Às vezes forçamos sua estada e quase sempre entregamos a ele os direitos autorais de nossa existência. Quando o perdemos, sofremos. Melhor nem pensar na possibilidade de que poderíamos sofrer menos.

Martha Medeiros


É isso aí, Martha! É por isso que você é minha orientadora sentimental.

Bom sábado, pessoal!

Verônica

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O outro lado da moeda


Agora, eu queria que você me deixasse mostrar a minha versão dos fatos...

Nossa história foi linda e intensa, deu muito certo durante um determinado período. O término do nosso relacionamento não foi apenas culpa minha, foi culpa nossa. Os erros que cometi eu assumo e me arrependo de todos eles, as minhas falhas me maltratam até hoje e você não faz idéia do quanto, a lembrança das vezes que fui frio, negligente, omisso e desinteressado me corroi e me assombra hoje como fantasmas numa casa do horror.

Talvez a forma como tenhamos conduzido nossa crise só pioraram as coisas. Eu fui infantil, fui imaturo, fui um completo idiota. Eu sei! Me arrependo amargamente. Mas você teve sua parcela de culpa, espero que você assuma. Sei que meu maior castigo foi ter perdido o seu amor, seu companheirismo e principalmente a sua admiração. Sei que agi mal, me comportei de forma vergonhosa e para isso não há explicações... Mas você também falhou.

Hoje é indiferente dizer que eu ou você errou, nós erramos, mas isso não faz mais diferença. Não vem ao caso e não muda nada do que aconteceu. Agora tanto faz. Deveríamos esquecer as acusações e nos concentrarmos apenas nas lições positivas que tiramos, porque essas ficaram.

Se eu te decepcionei em demasia foi porque você depositou expectativas em demasia, mais do que eu poderia supri-las. O fato de eu não ter correspondido à altura, não significa que eu não te amei, eu te amei sim, do meu jeito. Significa que você esperou alto demais e eu não pude alcançar. Seus sonhos não me deram asas, eu nunca pude voar.

Você falhou quando perdeu sua identidade para viver em função de mim, errou feio quando abriu mão de tudo que achava certo para crer no que eu cria... Você se anulou e em um determinado momento eu não te reconhecia mais, é como se a mulher por quem eu me apaixonei não existisse mais.

A mulher de outrora, tão forte, decidida, vigorosa, independente, auto-suficiente deu lugar a uma mulher frágil, dependente e subserviente. O brilho dos seus olhos se apagou.

Tudo que vivemos foi muito intenso. Nosso amor foi intenso nossas brigas foram intensas... Nossa história ultrapassou todos os limites.

 Agora, depois que tantos anos se passaram nossa maturidade é outra, nossas cabeças são outras eu vejo que tudo foi arquitetado pelo Autor da vida. Nossa perfeita simetria se mostrou até nos momentos de crise. Hoje você é minha grande amiga e uma das pessoas que eu mais admiro no mundo. O amor, a paixão, a fúria, tudo isso virou carinho, admiração e muita, muita certeza de que tudo valeu a pena.

As coisas ruins ficaram para trás e se transformaram em aprendizado, as coisas boas estão bem vivas na minha lembrança e você pode ter certeza de que sempre terá um amigo para todas as horas, um espectador na platéia vibrando pelo seu sucesso e um fã incondicional.

Pronto! Dado o direito de resposta.

Verônica

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Recapitulando...


Quando nos casamos, na década de 60, poucas pessoas colocaram fé no nosso amor. Muitos acharam que era mais um devaneio, arroubos da juventude... Nosso amor prevaleceu, nossa história rendeu e aqui estamos. Contrariando todas as estatísticas. Até as dos mais otimistas.
Nosso namoro, noivado e casamento não foram fáceis. Quantas pessoas e preconceitos tivemos que enfrentar. Quantas barras enfrentamos juntos...

Casamos e vivemos os anos de felicidade tranquila que todo casal merece viver. Deixar a paz do nosso sitio e tentar a vida na cidade grande não foi uma decisão fácil e é coragem que poucos têm. Nós tivemos! Aliás, você teve e passou pra mim, ao seu lado eu me sinto segura, me sinto forte e capaz de enfrentar tudo. Qualquer problema ou medo fica pequeno, porque eu me sinto protegida por você.

Lembro de quando descobri que estava grávida do nosso primeiro filho, achei que não caberia em mim de tanta felicidade... E você então? Parece que você é quem carregava o feto. E sua preocupação exgerada? Convencê-lo de que gravidez não é doença demorou. Mas eu consegui! Meses depois de dar a luz ao nosso primogênito eu conheci a verdadeira dor. A dor da perda. Percebi que perder um filho, ainda que com poucos meses de vida, é dilacerante.
Você esteve ao meu lado em todos os momentos, principalmente nos dias mais sombrios.
Os meses e os anos se passaram e os outros filhos vieram. Construimos uma família linda. Nossos filhos são verdadeiras bençãos e soubemos criá-los muito bem. São nossa fonte de orgulho. Nossos netos e netas são os raios de sol que iluminam nosso lar. Trabalhamos duro de sol a sol para darmos  qualidade de vida aos nossos filhos, para não lhes deixar faltar nada, sempre ensinando que o maior bem de um homem é o ser caráter. E com isso conquistamos muitas coisas.

As crise financeira que se estabeleceu sobre nós, nos tirou muitas coisas, muitos bens, mas não tirou o principal: a fé em Deus, o amor pela nossa família e a coragem de trabalhar. Trabalhamos juntos na certeza de que nos reergueríamos e reconquistaríamos tudo que tivemos, sem perder a união. e Conseguimos. Nos reerguemos e nos tornamos ainda mais fortes e unidos. Tudo foi aprendizado.

A lembrança que ainda me abala é de quando você teve aquele problema de coluna, o medo de te perder me apavorou. Eu não me imaginava sem você. Meu marido, parceiro, companheiro, amigo fiel e orientador. O pensamento de vê-lo prostrado em cima de uma cama me assombrava, mas eu sabia que estaria do seu lado, em qualquer situação. Eu tinha fé em Deus que mais uma vez Ele nos ajudaria, e realmente, Deus não nos desamparou. Deus tudo certo e você está aí firme e forte. Saudável e feliz!

Nossa história é linda. Não há nada que eu não faria de novo, até as nossas diferenças, aprendemos a conviver e desenvolvemos a arte dapaciência. Formamos perfeitamente a família do comercial de margarina e vejo que a chave do nosso sucesso é simplesmente o amor, o respeito e a fé em Deus. Sou muito feliz pela vida que tivemos e pela família que construímos juntos.

Ao longo da nossa trajetória, eu vejo que 44 anos se passaram e se eu tivesse a oportunidade me casaria com você outra vez.


Ai, ai... Eu quero um amor assim!

Verônica

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Por que nos afastamos de quem amamos?



No ultimo sábado eu tive o privilégio de me reunir com duas pessoas que amo muito: Cinthya e Artur. Depois  de um show de humor, fomos tomar uma cerveja sem álcool e pôr o papo em dias.

No meio da conversa me dei conta de uma coisa, nós sempre nos afastando das pessoas que amamos. Amigos que moram na mesma cidade e passam meses sem se ver. Filhos que moram em  outro estado e passam meses sem falar com os pais. Irmãos que passam muitos meses sem contato.

Casais que dividem o mesmo teto e se distanciam de forma até irreversível.

Recentemente estreitei os laços com uma parte da família que não conhecia, até comentei aqui quando voltei. O fato é que essa aproximação despertou em mim, algo que estava adormecido. A necessidade do contato com as pessoas que amamos. 

Eu tenho esse defeito, eu fico muito tempo sem fazer contato com as pessoas que gosto. Permito que a correria da rotina me afaste de algumas coisas que me fazem tão bem. No ultimo dia 12 foi o aniversário dos meus irmãos, ambos moram em SP e passamos muito tempo sem contato. Nesse dia, fiz questão de falar com os dois e só sosseguei quando consegui. 

O aniversário foi deles, mas o presente quem ganhou fui eu. Um enxurrada de carinho, declarações verdadeiras de amor, troca de palavras bonitas... foi tão bom! Fiquei me perguntado por que não faço isso mas vezes.

Eu tenho medo de perder as pessoas que eu amo, isso é Fato. Ao tempo em que cometo o erro de perder oportunidades valiosas de dar e receber amor, dividindo momentos bons. Tenho me policiado e decidi melhorar isso em mim. Afinal, o tempo perdido não volta, né?

Verônica

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Mulher que chora!



Mulheres carregam fama de choronas. Sensibilidade nada tem a ver com fraqueza. Algumas pessoas nem imaginam como a essência da mulher é frágil e ao mesmo, como comportam força dentro de si. Força para segurar suas próprias barras e para apoiar quem precisa.

O choro é o transbordar da alma. Algumas mulheres choram de alegria, de tristeza, de dor, de se compadecer com o problema alheio, choram de rir, choram por medo de perder quem ama, choram por sentir alívio, choram de gratidão.

O choro sentido, a lágrima incontida é um desabafo dos sinceros. Só é digno de derramar uma lágrima emocionada quem carrega a sinceridade de um coração puro e verdadeiro. Lágrimas de crocodilo tem aos montes por aí, mas basta ter uma pontinha de sexto sentido para sacar a diferença entre uma e outra.

Eu sempre fui muito emotiva, mas não muito chorona. Antigamente tinha vergonha de chorar em público, com o tempo percebi que vergonha é peculiaridade dos imaturos. Conforme o tempo passa, a gente vai percebendo que sentir vergonha de demonstrar sentimentos é bobagem.

Antes eu chorava em silêncio, no escuro da madrugada ou trancafiada no banheiro. Hoje, eu choro onde estiver, na hora que a vontade vier.

Choro é vida, é desabafo. Só os forte choram.

Se a tristeza chegou, não há porque negar. Encare-a, aceite-a, confronte-a e dispense-a.

Não confundam choro com melancolia, tristeza, ou depressão... O choro serve tão somente para desopilar, desabafar e relaxar... O que vem em seguida é o sorriso sincero e a tranquilidade do coração aliviado.

Lágrimas e sorrisos são tão vitais quanto oxigênio e a água.

Verônica

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Das saudades e dos cheiros que senti...




Passei alguns dias fora de casa e senti saudade, muita saudade. Saudades do cheiro da minha casa, do cheiro    da minha mãe, do cheiro do perfume dela, do cheiro do cabelo dela... É impressionante que usamos o mesmo shampoo e o cheiro do cabelo dela é único. Aliás, cheiro é o que mais lembra.

Falando em cheiro e saudade, lembro de uma história que aconteceu recentemente. Uma amiga está morando em outro estado e passamos muito tempo sem nos falarmos. Um dia, ela estava no shopping e passou uma menina por ela usando o mesmo perfume que eu uso, ela sentiu uma onda de saudade tão grande que teve vontade de abordar a menina e pedir um abraço, não o fez por receio de ser mal interpretada. Me ligou e chorou desabafando a saudade. Cheiro marca muito.

Saudade do tempo que meus sobrinhos eram bebês e moravam na minha casa, apesar do barulho do choro é maravilhoso se ter um bebê em casa. A cabecinha dos bebês tem um cheiro angelical. Por mais perfumes que as mães passem, o cheirinho é diferente. É cheiro de vida, cheiro de inocência.

Saudade da minha infância e do cheiro da merenda da escola que invadia a sala anunciando a hora do recreio. Saudade dos domingos que minha mãe fazia comidas deliciosas e eu delirava com o cheirinho bom. Não via a hora de chegar o almoço. Saudade de dona Iara, uma boleira de mão cheia que eu fazia questão de ajudá-la pra tirar casquinha das delicias que ela fazia. Saudade de dona Áurea e do cheiro maravilhoso dos cavacos que ela fazia. Eu ficava sempre na espreita, quando ela precisava comprar algo, a criança que fizesse esse favorzinho sempre ganhava um cavaco e um geladinho. Eu adorava ir na venda do Seu Benjamin comprar coisas pra ela.

Ainda na infância, eu sinto saudade da padaria que tinha perto da minha casa, quando sentia o cheirinho de pão fresco que se espalhava pela rua eu corria pra comprar o pão ainda quentinho. Pão quentinho com margarina e café com leite. Tem entardecer mais delicioso? Se tem eu não conheço!

Saudade do cheiro de éter inconfundível que existe nos hospitais. Lembro das muitas vezes que dei entrada em hospitais pra suturar pé, perna, ombro, cabeça, sobrancelha... É, definitivamente, eu não fui um criança quieta. Hospital tem cheiro de travessura. A dor do machucado se misturava  ao medo da bronca que eu sabia que viria quando minha mãe chegasse.

É muito bom ter memórias e é melhor ainda ter cheiro para compor essa memórias... Que mais histórias aconteçam, e que mais cheiros surjam para que eu possa lembrar depois.

Muitas recordações e muitos cheiros para todos nós.

Verônica

domingo, 16 de setembro de 2012

Um exemplo vale mais...

... Que qualquer palavra proferida.

O Vídeo a seguir é muito forte, mas nos leva a reflexão. Ele ratifica minha última postagem.

Bom domingo!

Boa reflexão!

Verônica


sábado, 15 de setembro de 2012

Bom Dia, Final de Semana!


(by Cinthya)

Então você chegou, Seu Lindo! E eu não quero nem saber dessa dor nas pernas que tem me acompanhado durante toda a semana. Ontem eu estava arrasada de tanto cansaço. Moída. Cheguei em casa quase meia noite. Só queria dormir, dormir e dormir. Sabe quando seu corpo não reage mais e, você sente que a qualquer momento você vai desabar? Pois. Era assim mesmo que eu estava me sentindo ontem.
Mas hoje é diferente! Hoje é sábado e sábado rima com amigos, saídas, sorrisos, descontração. Sábado rima com roupa nova, perfume gostoso, programa noturno. Sábado também rima com churrasco, cerveja, alegria, vontade imensa de viver e viver e viver. Eu, particularmente, sou apaixonada pelo sábado. Ele é lindo, charmoso, cheio de vida. Ele é convidativo, gostoso, desejado. Sábado rima com Vida!
Sábado é dia de se repaginar, reinventar, renascer, ressurgir. Sábado é dia de se jogar na vida, de braços abertos, sem medo de ser feliz. Sábado é dia de não esquecer que problemas existem para serem solucionados, que medos são menores do que nós, que amigos nos amam, que o espelho é nosso parceiro e que a vida nos chama.
Vamos ser felizes? Nós merecemos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O homem é produto do meio


Uma pesquisa feita por um grupo de psicólogos afirma que 95% das crianças que tiveram pais fumantes, em algum momento da vida, tornaram-se adultos fumantes. Isso se aplica ao álcool e outras drogas também.

O comportamento dos pais é fundamental para a formação do caráter dos filhos. As crianças tendem a copiar a atitude daqueles que consideram como heróis.

Pais que possuem perfil agressivo, tendem a criar filhos da mesma maneira. A criança cresce achando que porrada é a solução para todos os problemas.

A máxima do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço..." não se adequa aos baixinhos. Quantos pais já se viram em uma situação desconfortável por conta da sinceridade inocente dos pequenos? Vários! Minha mãe mesmo já passou por maus bocados...

As crianças falam o que pensam, perguntam sem medo de serem ridicularizadas, estão sempre ávidas por informações e acreditam em tudo que ouvem. É por isso que criança aprende brincando.

Alguns filhos são cópias fies dos pais tal qual uma réplica em miniatura. O temperamento, os trejeitos, os hábitos, as atitudes e a forma de agir são reflexos do que vêm ao logo da vida.

Alguns adultos, copiam o comportamento do seu líder. Na ausência dos pais, seguem os hábitos e as atitudes dos que o lideram, seja o gerente, o pastor, o professor...

O fato inegável é que o ser humano necessita de uma bussula, de um guia, de um exemplo...

Eu não fico fora dessa estatística, já ouvi muitas vezes "Você é igualzinho a sua mãe" e tomo isso como um elogio, posto que minha mãe é a mulher mais honrada e generosa que eu conheço.

Quando a gente olha pra Pedro, vê um pedaço de Cinthya nele. As tiradas fantásticas, o sorriso largo, o jeito espontâneo e sincero... Não há como negar a semelhança entre eles.

Nara e Samuel é do mesmo jeitinho. Samuel é incrivelmente parecido com a mãe em algumas coisas e a cópia fiel de Ivaldo.

Resolvi abordar esse tema hoje para que possamos ter a consciência do tamanho da nossa responsabilidade diante das crianças. O exemplo que damos é infinitamente mais eficaz que qualquer palavra que possamos proferir.

Verônica

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Carta Ao Ex


(by Cinthya)
Colocando os pingos nos “is”...
Deixa-me explicar uma coisa para você, por muito tempo eu esperei você chegar, por muito tempo esperei você entrar por aquela porta e dizer que me queria, que estava pronto para me dar o amor que eu esperava de você, aquele amor que tanto me faltou, que por tantas noites me fez chorar de solidão e medo. Aquele amor que, de tão inexistente, causou em mim uma sensação horrorosa de “nada”, de me sentir um imenso pedaço de nada a perambular por aí.
A sua negação me deixou cicatrizes profundas. O desprezo que você me deu nunca saiu de mim, porque vez ou outra eu tendo a me sentir incapaz. A me sentir aquele nada que você me fez acreditar que sou. Enfim. De você eu só recebia notícias de que estava a passear com seus amores, em festas que eu não ia, a distribuir alegrias que eu não sentia. E eu engoli tudo. Nunca cobrei nada.
Calada eu permaneci, chorei quieta. Esperava o mundo adormecer para deixar que a minha dor, que não adormecia, me fizesse companhia noite a fora. É isso. De você eu recebia um desprezo que tanta dor me causou, que me fez pensar em tanta coisa, que me fez reanalisar minha postura, procurando em mim uma falha que eu nem tinha, uma falha que justificasse você não querer receber o amor tão lindo que eu tinha para te dar.
O tempo passou e eu aprendi a mudar o foco. Ou eu mudava ou eu me perdia pra sempre. Eu não permiti mais alimentar qualquer sentimento amoroso em relação a você. Pensamentos eram expulsos de minha mente. Fiz um tratamento de choque. Acredito que nem todo soldado que passou por treinamento de guerra foi submetido a tanta rigidez! Eu simplesmente me impus. Eu determinei que aquela vida não era pra mim e que eu ia conseguir sair daquele inferno. Não me dei outra opção.
E por não receber cuidados o amor morreu. Acabou. Extinguiu-se. Sumiu. Evaporou. E que surpresa foi a sua quando me olhou e não se viu mais nos meus olhos! Quando esmiuçou a minha vida e não encontrou absolutamente nada seu. Eu renasci. Reescrevi minha história e nela você não existia mais. Não tinha espaço. A dor foi canalizada para outro sentimento e uma nova mulher nasceu. Pronta para ser feliz de novo. Pronta para ser amada, cuidada, admirada e tudo o mais que mulheres como eu merecem receber.
É, meu bem! Você não dançou conforme a música e está fora do baile. E agora, não ouse sequer achar ruim, não pense que você tem algum direito sobre sequer dar palpite sobre meu novo estilo, sobre meus novos amores. Cale sua boca. Se resuma a sua insignificância. Quantas vezes eu reclamei com você quando você saia com outras e eu ficava em casa cuidando do fruto? Quantas vezes eu gritei com você por não me sentir amada e deseja como gostaria? Me diz, quantas vezes eu atrapalhei a sua vida? N-E-N-H-U-M-A!
Então, respeitei suas escolhas. Sempre respeitei. Agora você vai ficar caladinho. E quando me encontrar com alguém por aí, o máximo que você fazer é dar os parabéns para ele, por ter ao lado uma mulher como eu. Se quiser também pode acha-lo bonito. E Só. Cale-se, entupa-se, engula seu orgulho ferido. Dane-se. Faça o que quiser fazer, mas não ouse tentar atrapalhar a minha felicidade. Por que essa É MINHA. Suada, batalhada, esperada. E você não tem moral nenhuma para me cobrar nada. Sua moral comigo é zero.
Eu venci. Hoje estou limpa. E não aceito de ninguém nada que seja inferior a amor e felicidade.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Estou de volta pro meu aconchego...




... Trazendo na mala bastante saudade, experiências, amor e descobertas.

Nos últimos dez dias estive fora, passei uns dias com uma parte da família que eu não conhecia ainda, e como foi maravilhoso conhecê-los. Uma sensação de amparo, de proteção de inclusão me invadiu. Sabe quando você olha ao redor e pensa: Eu não estou sozinha? Pois foi exatamente assim que eu me senti.

Passei dias ótimos com amigas queridas que eu não via há tempos e com outras que estão sempre comigo.

Descobri sentimentos ainda desconhecidos, não sei o que é nem onde vai dar, mas está sendo uma delícia sentir.

Curti o show de Nando Reis e pude comprovar uma coisa que eu já sabia: Eu o amo!!

Convivi alguns dias com pessoas bem diferentes de mim, e aprendi a lidar com as diferenças. Não me lembro de ter perdido a paciência nenhum dia. Me superei!

Derrubei o paradigma de que família só presta em porta-retratos. Existe família e família. A minha é maravilhosa!!

Recebi uma enxurrada de carinho e fui inundada por um amor que eu nem sabia que poderia existir. Agradeço a Deus todos os dias por essa experiência maravilhosa!

Vi com meus próprios olhos como o Agir de Deus é claro e positivo na vida dass pessoas que O servem e que confiam n'Ele.

Pude comprovar que o maior legado que um homem pode deixar para seus filhos e netos é o seu exemplo de vida. Um homem honesto, trabalhador, generoso e temente a Deus pode nem ter concluído o ensino fundamental, mas formará dentro de sua casa doutores na arte de viver de forma diga. Mestres no respeito ao próximo e pós-graduados em honra ao caráter.

Tenho histórias lindas para compartilhar...

Farei isso ao longo dos próximos dias.

Estava morrendo de saudade!

Um beijo mega, ultra, big, power a minha amada parceira que cuidou do nosso queridinho ao longo desses dias.

Parça, te amo!

Beijos!!


Verônica


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Com Vocês, A Modernidade!


(by Cinthya)

Você entra numa exposição de automóveis na Alemanha, no maior salão que possa existir, e lá se encanta com tantas máquinas super modernas, tantas pessoas antenadas a se atualizarem com as novidades. A modernidade enlouquece a gente. De onde se tira tantas ideias? Nada é tão bom que não possa melhorar. Nada é tão novo que não possa se renovar. 

As coisas têm mudado numa velocidade alucinadora. Os valores mudam, os conceitos mudam e as pessoas aderem a isso sem maiores dificuldades ou resistência, como se fossem massa de modelar nas mãos de um artista.

Aquilo que era imoral, hoje é natural. E muitas vezes até cobrado. A modernidade tem uma característica bem peculiar: rapidez! Tudo é muito rápido, quase instantâneo e assim é a geração que chega. Os jovens vêm sedentos de agilidade, de velocidade, de mudança e tudo tem que acontecer muito rápido. Em conseqüência disso, as pessoas não se saciam. Querem sempre mais.

Tudo fica velho muito rápido. Muito rápido tudo sai de moda. E mais rápido ainda são as pessoas que buscam o novo. O melhor computador, o melhor celular, o iPod, o iPad, o iPhone e tantos “ais” que chegam a cada minuto nos dá uma sensação de envelhecimento rápido. Num piscar de olhos você ficou antiquado, desfalcado. Celulares que antes eram modernidade apenas pela facilidade de ligação telefônica, hoje são computadores, filmadoras e, por pouco, não viraram robôs.

É tudo tão instantâneo que chego a ficar tonta em meio a esse furacão que tenta me engolir. As pessoas mudaram. Os valores mudaram. E não posso julgar porque sei que as coisas sempre caminharam para a evolução. O que parece complicado hoje, pode ser o normal de amanhã. Sempre foi assim.

Um dia a pílula anticoncepcional foi um absurdo (e hoje nós temos inclusive a pílula do dia seguinte). Um dia uma mulher de biquíni já foi uma imoralidade. Um dia uma mulher desquitada foi um afronta à sociedade. Um dia um casamento entre pessoas do mesmo sexo era impossível. Mulheres com quarenta anos não podiam ter filhos. As moças só descobriam o sexo depois do casamento.

As coisas mudam muito rápido. A gente se molda às mudanças (ou não). E hoje, eu já não duvido que, não muito longe, o relacionamento aberto será normal. Ao que me parece, pelo andar da carruagem, isso será sim incorporado aos valores da sociedade. E eu, aprenderei a ver isso como “normal”. Será? Será que a fidelidade se perderá no tempo?

Sentirei saudade. Sentirei saudades muitas. E, muito provavelmente, serei um Fiat 147 perdido em meio à modernidade do Salão do Automóvel de Frankfurt.

domingo, 9 de setembro de 2012

Eu Não Tive Um Caso Com O Meu Amigo!


(by Cinthya)


Por várias vezes expus aqui no Divã a minha condição de ser uma mulher bem resolvida, apaixonada por mim mesma e que busca incansavelmente fazer dos momentos felizes uma constante na minha vida. Sou rodeada de amigos, alguns são tão próximos que por vezes nem parece existir nada que nos separe as almas. Eles sorriem comigo e comigo também eles choram. Sabem como me sinto diante de quase todas as situações que a vida me traz.

Isso pra mim sempre foi um tesouro. Saber que não estou sozinha. Saber que sempre tem alguém pensando em mim e sorrindo. Isso é maravilhoso. Os meus amigos são preciosos demais. Se pudesse não deixaria nada de ruim atingi-los. Se pudesse não deixaria nada lhes faltar ou doença alguma lhes assomar.

Meus amigos são parte de mim e eu os beijo e abraço, como beijo e abraço os meus irmãos e todas as pessoas que eu amo. Eu sei de quase tudo sobre a vida deles. Eu os ouço sem julgar, mas se precisar puxar as orelhas, eu o faço. Eles confiam em mim e eu sei o valor disso. Sei como é bom saber que no dia que eu fizer merda na vida, eles não vão encobrir, pelo contrário, vou ouvir poucas e boas, como deve ser. Nosso carinho é recíproco.

Eu tenho muito amigos homens e casados e em nada muda o meu jeito de tratar-lhes. Sou a mesma amiga para todo mundo e nunca tive problemas de segundas intenções nos meus relacionamentos com eles. As coisas sempre foram claras e limpas.

O fato de existir muita gente que não dá a mínima para o respeito aos outros não implica dizer que todo mundo é igual. De forma alguma. Eu não nasci ontem. Sei dos “riscos” de uma amizade entre homem e mulher, mas sei também que é muito nítido pra mim o conceito de “limites”. E se um não quer dois não transam (salvo em situações de violência, mas esse não é o caso. Óbvio.).

Poucas coisas eu tenho na vida e a esse pouco que eu tenho, me agarro com unhas e dentes. Os meus valores, a minha moral, a minha postura, isso é o que eu tenho e que ninguém poderá tirar de mim, por maior que seja a fofoca, por maior que seja a calúnia. O que eu não quero para mim, não desejo para os outros. Então, por isso também, eu prezo o respeito e os limites.

Trago a minha consciência nadando no mar de águas tranqüilas. Isso não tem preço. As mentiras sempre caem, se desmontam, não apresentam alicerce forte. É questão de tempo para perderem a força. Nada que tenha se erguido em cima do que é falso, se mantém de pé por muito tempo. Nada!

E eu provo por A + B que uma mulher bonita, inteligente e independente por sim ser amiga de um homem e ter por ele um carinho imenso, um respeito imenso, uma afinidade imensa sem nunca ter ido pra cama com ele. Sem nunca ter tido qualquer tipo de intenção que manchasse a amizade.

Eu ainda acredito no Ser Humano. Embora as punhaladas me acertem o coração. Eu não desisto, porque no dia que eu deixar de acreditar nas pessoas, não terei razão nenhuma para prosseguir. E eu continuo amando os meus amigos e demonstrando esse amor. Não vou mudar, nós temos anos de convivência e amizade. De respeito e cumplicidade e isso ninguem pode tirar de mim, de nós. As histórias que trazemos na memória, no coração não vão se apagar jamais. E, embora o preço seja esse, se voltasse no tempo, escolheria os mesmos amigos e os amaria da mesma forma.

A consciência limpa é o combustível necessário nessa minha caminhada. Mas, confesso, dói ser apontada e julgada por algo que você não fez. Dói ser feita de bode expiatório no desfecho da história alheia. Mas... Vou ficar aqui cuidando do meu templo interior. Por que um dia a verdade chega. Ela sempre chega.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Não Quero A Metade!


(by Cinthya)

Gosto de pensar nas coisas que me acontecem no decorrer da vida, na chegada da maturidade. As mudanças, os melhoramentos. Sim, são muitos os pontos que foram melhorados com o crescer da idade. E uma das coisas que eu percebi que só aperfeiçoa em mim é o fato de eu não me ater a metades.

Ao contrário dos outros, não procuro a metade da laranja, quero uma laranja inteira. Não procuro minha metade, eu sou um ser inteiro e quero alguém que venha também inteiro. Não sei ser um pouco amiga, um pouco companheira. Sou amiga e sou companheira e pronto. Não conto meias verdades, ou as conto por inteiro ou as omito por completo. Não gosto mais ou menos. Ou é ou não é.

Da mesma forma, o que acabou, acabou. Pra mim é simples. Pode até doer, mas como tudo na vida, é um processo. Dói, a gente sofre, depois passa. E passa passando mesmo. Nada de ficar remoendo. Muita gente diz que sou fria ou crua, mas não penso assim. Eu diria que sou somente prática, direta e inteligente. Se eu sei que não me fará bem, vou insistir por quê? Deixa passar, que o mundo é grande, com muita gente para entrar e sair de nossas vidas.

Se um dia surgir “aquela pessoa”, então a gente forma parceria duradoura, prolongada, sincera. Se não surgir, a gente vai colecionando histórias, sorrisos, amores, lágrimas, flores. O importante é que sejamos felizes e bem resolvidos dentro de nossas verdades. Que saibamos viver do que somos e não do que querem que sejamos.

Eu sou assim. Eu sou feliz. Se um dia sentir necessidade, mudo. Não tenho problema com mudanças. Sendo o que for, serei intensa e completa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mãe & Filho


(by Cinthya)

Como costumo dizer “pulei etapas” na minha vida. Nunca fui muito dada a regras moralistas (e sem embasamento). Gosto da “liberdade organizada” em que vivo e dentro dessa minha linha de pensamento e postura, sou mãe solteira vivendo as delícias e desafios que essa condição oferece e exige.

À medida que o meu filhos cresce, cresce também o meu comprometimento com a educação dele, com a formação dele, pois, cada vez mais ele se desvincula de mim e se vincula ao mundo lá fora, o mundo que o cerca, o mundo que me faz tremer na base, que me dá calafrios e uma sensação de oco no estômago.

Enquanto ele vive apenas comigo e com a nossa família, é fácil incutir-lhe os valores, os conceitos. É fácil cobrar. E ele muito raramente sairá da linha, pois não vê exemplos desse tipo para seguir. Mas, à medida que ele inicia o convívio fora da família, os outros conceitos, os outros valores começam a aparecer juntamente com os novos coleguinhas.

Cada criança traz uma criação, e nem sempre é da forma que deveria ser e nem sempre condiz com a criação que eu ofereço. Então acontece o choque e a minha criança acaba por absorver um pouco de cada coisa. Nisso começam as reclamações na escola, comportamentos inadequados e, é justamente nessa hora que a reponsabilidade precisa ser dobrada, triplicada.

Depois de um dia inteiro de trabalho, chegar em casa e conversar calmamente com uma criança de quatro anos para saber o porquê dela passar a aula toda mostrando a língua para os coleguinhas se, em casa, ela não vê ninguém fazendo isso. Explicar que, embora quase todas as mães insistam em deixar os filhos levarem brinquedos para a sala de aula, ele não vai levar, pois sei que essa é uma regra interna da escola (sim, porque até nisso a gente sofre, pela falta de educação dos outros que sempre respinga na gente).

Ensinar ao Pedro que brincar na rua até tarde não é legal, apesar de todos os coleguinhas brincarem. Que falar palavrão é feio, muito embora ele esteja sempre escutando algum. Que, ao contrário do que o tio e o pai dele falam, homens usa sim roupas cor de rosa. Que, ao contrario do que a maioria das pessoas fala, homem pode casar com homem e mulher com mulher, pois as pessoas são livres para casarem com quem elas quiserem, ou ainda, não casarem com ninguém (assim como eu, a mamãe dele). Que a birra dele não vai me ganhar, pelo contrário, quanto mais birra, mais longe ele fica do objeto de desejo. Que nem tudo o que ele pede eu posso comprar. Que nem tudo o que eu posso comprar, eu devo comprar. E que, a gente conquista as coisas com o nosso comportamento. O mundo é uma troca.

É complicado. É um ensinamento diário, sem interrupções. Você vira a página e a outra já está ali, prontinha pra ser escrita. Você ensina uma coisa e logo tem outra para ser ensinada. Não tem recesso na educação Mãe & Filho. Saber dosar as coisas, nem demais e nem tão pouco. Saber falar no tom certo, nem gritar e nem sussurrar. Saber ser enérgica sem ser violenta. Saber conter o descontentamento e explicar o porquê do “castigo”.

E, de quebra, nunca esquecer que a criança é ele. Eu sou uma adulta de 36 anos de idade. A sabedoria de vida é minha. Quanto a ele... Ele é um diamante precioso que me foi confiado para lapidar dia-a-dia.

É garotão, estamos juntos nessa. Eu não dou moleza, preciso fazer de você um grande ser humano. Esse compromisso eu assumi quando, por minhas atitudes, trouxe você ao mundo, numa situação atípica. Sou uma só, mas valho por mil, você sabe disso. Não cobro nada de ninguém, puxei para mim as rédeas de sua educação e vou conseguir o meu objetivo. Você será um grande homem! Um ser humano livre e feliz.

Nunca me canso de parabenizar as mulheres que, como eu, educam sozinhas os seus filhos. Parabéns!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

E Então, "Ser" ou "Ter"?


(by Cinthya)

Há dias um pensamento tem me acompanhado, martelando na minha cabeça, teimoso. Um pensamento sobre o que eu tenho feito da minha vida, sobre quem eu sou, o que realmente quero, se vivo aquilo que defendo ou se me perdi no mar da hipocrisia. Tenho cuidado para não ser encaixada no slogan “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Gosto de praticar aquilo que eu acredito ser o melhor. Embora eu não tenha garantia nenhuma, certeza alguma de que estou certa.

Tenho reparado que há algum tempo venho me deparando diante de bifurcações com placas “ser” e “ter”. Sem nenhuma outra opção. Até agora, eu tenho seguido na estra do “ser”. E tenho reparado que isso implica em muitas negações. Muitas portas se fecharam a minha frente quando minha escolha foi feita. E não é tão fácil seguir por esse caminho, principalmente pela solidão com que se caminha.

E eu descobri que é muito mais trabalhoso viver da verdade, que é muito mais delicado escrever sua história apostando nos valores, apostando nos laços, na pureza, na emoção, no que toca a alma, no impalpável. Que muitas vezes eu me pergunto se não estaria louca em optar sempre por esta estrada quando a grande multidão segue pelo outro caminho.

Mas... Em verdade, eu não sei ser de outro jeito. Nem sei se quero ser de outro jeito. Por que no dia em que eu deixar de apostar nos meus valores, sinceramente, não serei mais eu. Eu pinto cabelo, viro loira, emagreço, engordo, cabelo longo, cabelo curto. Mudo de endereço, tenho um filho, mudo de emprego... Mudo muita coisa, sou praticamente uma metamorfose ambulante, mas jamais mudei a minha essência. Sou a mesma Cinthya de 20 anos atrás, aperfeiçoada, com mais amigos e conhecimento de vida.

Acumulei desenganos, perdi muitas apostas, chorei. Mas nada disso conseguiu mudar o meu eu mais profundo. Eu ainda acredito nas pessoas. Eu ainda acredito no amor (na sua mais pura forma). Eu ainda tenho o sonho de ser reconhecida como escritora. Eu ainda faço da minha liberdade o meu mais valioso tesouro. E gosto muito mesmo de colocar a minha cabeça no travesseiro e sentir-me leve, de coração limpo, de consciência tranquila.

A minha opção me privou de muitas conquistas materiais, isso é verdade. Mas tudo na vida é uma questão de escolhas. Você tem que saber o que é prioridade para você. Sabendo, você trilha seu caminho e aprende a lidar com a falta do que perdeu por conta das escolhas que fez. E a minha prioridade continua sendo O Amor... Pela vida, pelos amigos, pelas pessoas, pelo meu filho.

Com as minhas escolhas, é certo, não poderei deixar para meu filho grandes bens materiais, mas ficarei imensamente feliz se ele lembrar que a mãe dele sempre optou pelo caminho do “Ser” e, com isso, sempre recebeu em troca os maiores tesouros que dinheiro nenhum no mundo compra: Liberdade e Amor. Eu não me corrompi! E esse é o meu maior legado para o meu filho. 

É claro que quero ter grana pra ir à Itália, viajar para Salvador e Recife, pelo menos uma vez por mês, ter um carro. Não sou hipócrita. Claro que eu quero. No entanto, não admito passar por cima de meus valores para conseguir tal façanha. Eu sou assim. Se o preço for a minha paz, eu não tenho disposição nenhuma de pagar. Eu prefiro apenas SER eu mesma, na minha simples felicidade, com a minha paz.