sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Amores de Estação




As redes sociais estão superlotadas de casais apaixonados. Lindas declarações de amor com textos extensos, vastos e tão rasos quanto o sentimento que eles representam.
A velocidade com que as coisas têm acontecido hoje em dia é intrigante. Os casais se encontram, batem papo por meia hora, no máximo, se identificam e daí surge a paixão. A vontade louca e incontrolável de ver toda hora, falar a todo minuto e ter conhecimento de cada passo do outro. É uma fase de puro êxtase! O desejo se sobrepõe e o sexo é maravilhoso. As mensagens de texto, ou as mensagens no whatasapp recebem resposta imediata e tudo é lindo.

Passando algum tempo, leia-se dias, (poucos dias, que fique claro) o fogo de outrora que consumia ambos, começa a abrandar em um. As mensagens não recebem resposta, a pessoa fica online no whatsapp, mas não se dá ao trabalho de responder. Ou quando responde é de maneira monossilábica, lacônica e fria. Sem muitos detalhes. O desejo até continua, o sexo também, mas já não é tão bom e tão quente como antes. Os encontros são cada vez mais raros e misteriosamente um clima tenso se instala. A queda de interesse é um fato evidente e nenhum dos dois tem coragem de admitir. Um sinal de alerta é ligado na cabeça da parte que permanece interessada.

Daí o último estágio dessa cadeia de acontecimentos acelerados é o desaparecimento da pessoa que “desgostou” as mensagens já não recebem mais resposta e nem no whatsapp a pessoa aparece mais. O lado que não está mais interessado começa a ter um comportamento estranho. Uma frieza crônica e até uma certa irritabilidade é percebida. Inevitavelmente a parte que ainda gosta se magoa, porque a parte que se desinteressou não tem coragem de jogar limpo e dizer que não quer mais. Até que a parte ofendida resolver colocar um fim no romance relâmpago e facilitar a vida do covarde. E o “foram felizes para sempre” que durou pouquíssimo tempo, fica pro próximo relacionamento.

Quando digo que os amores são de estação é por ver, dezenas de casais próximos de mim que estão completamente apaixonados na primavera não resistem a um verão. Pessoas que estão extremamente apaixonadas, mas quando o carnaval se aproxima o clima de romance se dissipa como nuvens em dias ensolarados. Ah, o amor fugaz! O mais irritante de tudo isso, é ver a falta de cuidado e respeito com que as pessoas tratam as outras. Desprezar, ignorar, tratar mal e desrespeitar só para que a outra pessoa “caia na real e veja que acabou” é feio, deselegante e demonstra profunda falha de caráter. Por que não joga limpo e chama pra uma conversa clara, explicando que não há mais vontade de ficar junto?

Os relacionamentos podem durar dois meses, vinte anos ou duas semanas o que vai ser determinante para que o respeito e o carinho continuem intactos é a forma como serão conduzidos. 
O romance pode acabar, mas isso não significa que o cuidado com a outra pessoa acabe também. Eu estou farta de relações rasas e tenho me protegido cada dia mais de pessoas superficiais e de caráter duvidoso. Deus me livre dos amores de estação!


Verônica

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A Mulher é o Reflexo do seu Homem

Ah! O amor!! O Divã hoje está enamorado e celebra junto com esse casal lindo uma data especial! Douglas e Marília estão descobrindo as dores e delícias da vida a dois! Parabéns aos Pombinhos!!!  Desejamos mais e mais amor, não só ao casal, mas a todos!! O amor é o alimento da alma! Muito amor ao todos!! Eu amei esse texto, espero que vocês gostem!

Verônica





De: Marília
Para: Douglas

Seis meses se passaram tão rápido que nem percebi, acho que me ocupei demais cuidando de casa, roupa e comida, achava que dessa maneira iria te agradar, pois essa era uma visão de mulher casada que eu tinha. Mas comecei a perceber que não era essa mulher que você queria, pois até chegou a se queixar com sua mãe da minha falta de atenção. E essa Marília também não estava me fazendo bem, parei de me cuidar e isso me levou a uma baixa auto-estima, então vi a necessidade de olhar mais pra mim, me arrumar mais e me achar mais bonita, pois dessa maneira você passaria a me admirar. Queria-me sentir desejada.

Hoje te peço perdão pela minha falta de tolerância, por ser tão incompreensiva e por querer ter sempre razão. Agradeço por você ter aturado as minhas crises de TPM. Você já me conheceu assim, se apaixonou por mim sabendo que eu era assim. Obrigada por não tentar me mudar, me moldar. Acho que precisamos recomeçar, mas pra isso você também precisa de mudança, aliás precisa reconhecer que precisa mudar. Amar é ceder. Eu não posso fazer concessões sozinha. Assim não funciona. Casamento é parceria. Preciso da sua.

Quando nós casamos, fizemos um voto de união, fidelidade, amor e respeito mútuos. Precisamos nos lembrar deles a cada manhã, ou a cada discussão. Ninguém disse que seria fácil. A partir do momento que nos unimos diante do pastor, das nossas famílias e amigos e recebemos a benção de Deus eu passei a ser a sua família e você é a minha. Deus disse: “Que o homem deixe pai e mãe e se una à sua mulher, para que ambos sejam uma só carne”, E assim nós fizemos isso quer dizer que eu tenho que viver para você e você para mim, a minha felicidade é a sua e a minha tristeza também deverá ser a sua.

Quando te propuserem algo, ou te fizerem um convite, você tem que lembrar que hoje você não singular, você é plural. Não existe você, existe nós. Lembre-se que precisamos analisar juntos se é bom ou não, se vamos ou não, se queremos ou não. Eu te prometo fazer a mesma coisa. Eu te prometo fazer a minha parte. Amar é compartilhar, é dividir, somar e multiplicar. Te prometo o melhor de mim, não espero menos que isso de ti.

A mulher é o reflexo de seu homem! E eu quero vê-lo feliz, realizado e cheio de planos e sonhos, pois assim, estarei feliz também. O casamento ideal é aquele em que ambos tem um único objetivo de fazer o outro feliz, de dividir as alegrias e tristezas, de juntos resolver os problemas, contar como foi o  dia, dar um beijo e um abraço pra derrubar as muralhas do orgulho e dizer uma simples frase: EU TE AMO.

Hoje completamos 6 meses de casados e se alguém me perguntasse se eu estou arrependida a resposta é, sem sombra de dúvidas: NÃO! Me casaria de novo com você quantas vezes fossem possíveis. As dificuldades do dia-a-dia a gente aprende a enfrentar juntos. Nossos gostos e desejos vão me moldando com amor, paciência e carinho. Você é o homem que eu escolhi para viver comigo a minha vida inteira.  


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Que Ganhei. O Que Perdi.




Ao iniciar um novo ano, ou uma nova fase, uma nova idade, ou um novo emprego é natural que façamos uma análise, um balanço do ciclo passado. Esse não é o caso.
Não quero fazer um balanço do que 2013 representou pra mim. Ao contrário dos anos anteriores, agora eu quero listar o que ganhei e o que perdi desde que iniciei essa jornada de escritas. Desde que me aventurei no mundo das letras.

Como já disse anteriormente em várias outras oportunidades, eu gosto de ler. Mas, gosto de ler o que me dá prazer. Ler por obrigação é uma tortura. Ler sem vontade é como tentar parar o relógio: em vão. Gosto do que prende minha atenção, do que desperta minha curiosidade e gosto do que me faz bem. Sentir sinceridade nas palavras ou viajar numa estória fictícia é fascinante. É justamente isso que eu priorizo quando me predisponho a escrever. Nem sempre deixo claro o que é autorreferencial ou que é fruto da minha imaginação, acho isso indiferente. Se não acrescenta, eu deixo de lado. Falo de mim e sobre minhas experiências próprias e falo também dos outros, quando a história me inclui, ou quando a pessoa em questão me autoriza a tanto.

Mas, a análise que eu pretendo fazer é em relação ao ato de escrever e o que isso acarretou ao longo desses quatro anos. O que ganhei e o que perdi. Em síntese posso dizer, sem medo de errar que ganhei mais do que perdi, até quando achei que tinha perdido, na verdade estava ganhando.

Vamos aos fatos favoráveis: Escrever me trouxe várias oportunidades. Me reaproximei de uma amiga que amo muito, mas que estava afastada. Descobri, a cada texto novo, como isso me fazia bem. Pude ver minha evolução, desde o primeiro até o último texto escrito (sem falsa modéstia eu melhorei muito mesmo e isso é notável). Recebi elogios e incentivos com através de palavras doces, escritas e pronunciadas que mudaram a minha vida. Conheci pessoas incríveis que jamais teria conhecido se não tivesse me aventurado por esse caminho desconhecido. Descobri uma válvula de escape. Pude desabafar sem ser grosseira e sem me expor. Ajudei pessoas amigas, meros conhecidos e ilustres desconhecidos com textos que puderam ajudá-los a ver a vida e o problema que enfrentavam através de uma ótica diferente. Arranquei risos e lágrimas sinceras. Pude tocar e ser tocada. Emocionei pessoas e me emocionei muito.

Agora os pontos desfavoráveis: Recebi críticas pesadas que me balançaram. Isso poderia ser considerado positivo, se não fossem colocadas de maneira tão destrutiva. Me deparei com pessoas que desprezaram o que eu estava fazendo com tanto amor e elas fizeram isso com a simplicidade de quem pede um copo d’água. Recebi ultimato, que prefiro não entrar em detalhes, do tipo: ou você para com isso, ou você vai se prejudicar. Ouvi de uma pessoa que o que eu fazia era uma besteira e eu estava perdendo tempo, porque “isso” é muito ruim. “Você é muito fraca” ouvi e calei. Fui imatura, me deixei levar pela carga negativa das palavras de quem nunca se atreveu a escrever, ou por não ser capaz ou por não achar digno. Uma pessoa assim, realmente não tem embasamento para me dizer o que o que eu faço é bom ou ruim. Perdi tempo me importando com o julgamento de quem não tinha nada a acrescentar

Quando eu estava bem cansada, com uma rotina bem puxada, as palavras amargas que eu ouvi soavam mais alto em meus ouvidos do que as palavras doces que foram infinitamente mais numerosas e mais sinceras. Eu comecei a desprezar o que fazia. Achava uma baboseira, me achava muito fraca. Escrevia e descartava. Escrevia e desprezava. Escrevi cartas para mim mesma, e prometi que jamais deixaria outra pessoa ler. Cometi um erro crasso: comecei a me preocupar mais do que devia com o julgamento que as pessoas faziam a meu respeito. Fui muito cobrada no período de ostracismo. As pessoas que realmente gostam de mim, e gostam do que eu escrevo sentiram falta. Explicava que era uma fase e estava com bloqueio, que ia passar e logo, logo eu voltaria, mas não era convincente, não convencia nem a mim mesma.

Até que um belo dia eu me peguei com vontade de escrever. Tentei, mas não conseguia conectar as idéias. É como se elas não se encaixassem. Estava faltando alguma coisa. Descobri, então que ainda estava, menos, mas ainda estava me preocupando com o que as pessoas achariam quando lessem meu texto. Eu ainda não estava preparada.

Aí hoje, numa bela manhã de terça-feira eu acordei com uma vontade incontrolável de expor o que está me inundando. E o mais gostoso de tudo isso, é que acordei com a certeza da liberdade. Eu sou livre pra escrever o que me der vontade e as pessoas são livres para lerem ou não o que eu escrevo. Gostar ou não gostar é outro quesito que podemos discutir depois.

Eu decidi que vou filtrar as críticas que receber. Quando me soarem negativas e desdenhosas simplesmente serão ignoradas. As que somarem e trouxerem uma mensagem de incentivo, ou uma dica para melhorar, serão muito bem-vindas e guardadas com carinho. Eu nunca vou conseguir agradar todas as pessoas, jamais me atreveria a isso, esse não é o meu objetivo. Não espero ser além, mas não aceito ficar aquém, quero dar uma parcela de contribuição. O que eu imagino é a oportunidade de poder ajudar as pessoas através do que eu escrevo. Vou ser cuidadosa para não perder o foco e a essência, mas não vou me ater ao fato de agradar ou de não agradar isso é consequência.

Que sejamos mais nós e menos o que os outros acham. Que nos preocupemos mais como nossa essência e menos com julgamentos alheios.



Verônica