(by Cinthya)
Não gosto de desarmonia, principalmente nos relacionamentos tão íntimos. Prezo a paz, o bem estar, a compreensão. Mas não consegui fazer de conta que não estava chateada. Não consegui desfazer a cara amarrada, porque simplesmente não sei concordar com coisas absurdas.
O amor foi-se chateado porque não encontrou em mim o apoio que esperava receber para suas atitudes impensadas e infantis. Não podia eu fingir naturalidade e apoiá-lo numa decisão despida de serenidade e maturidade. Eu não consigo. Sei que ele é adulto e dono da própria vida e eu respeito isso. É tanto que não pedi para que ficasse. Mas entre respeitar a decisão dele e ficar feliz com essa decisão existe uma lacuna imensa.
Pode me chamar de chata, de emburrada. Sei que sou quando a ocasião pede. Mas eu não vou compactuar com algo que pode fazer mal a quem amo. Eu estou aqui, sei que sempre estarei. Estou com o coração apertado, louca pra ter super poderes que pudessem garantir a segurança dele. Estou aflita com a situação e sei que ele também seguiu apreensivo porque não gosta de me deixar sem meu sorriso nos lábios.
Eu continuo sendo eu, continuo aqui, continuo andando lado a lado, continuo amando muito. Mas eu nunca vou apoiar os erros dele, nunca vou passar por cima do que acho certo para fazer da verdade dele a minha. Minha personalidade não me permite.
Enfim, ele seguiu o que achou ser o certo e eu fiquei aqui na certeza de que ele poderia ser mais feliz se a escolha tivesse sido outra. O segredo do amor bem sucedido talvez esteja em saber seguir de mãos dadas mesmo quando pensamos tão diferente um do outro.
Quem está certo? Eu ou ele? Não sei. Mas sei que faria tudo para que nada de ruim aconteça com ele. E eu ficarei de cara amarrada quantas vezes for preciso, quantas vezes ele insista em correr riscos desnecessários. Eu sou mulher e sou mãe. O meu instinto de proteção grita e eu não me contenho.
Se eu não sorri e não o abrecei antes de sua saída foi pelo simples fato de sentir por ele um amor imenso.