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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um Dia A Gente Esquece



(by Cinthya)

Quem já foi abandonada por um grande amor sabe exatamente o tamanho da dor que nos acomete. E foi assim comigo. Quando o carro sumiu na esquina e eu fechei o portão da minha casa, desmoronei. Uma dor tão profunda tentava me engolir por inteira e tudo o que eu queria era não mais acordar, não falar com ninguém, deixar de existir.
Lembro como se fosse hoje. Ele era muito especial na minha vida e eu estava, de fato, empolgadíssima com a relação. Até que do nada, do improvável, ele desencadeou um desentendimento e foi embora me deixando naquele desespero horroroso. Eu procurei o chão e não encontrei. Eu procurei um remédio pra tomar, um jeito de fazê-lo voltar, uma cura... E nada. Nada acontecia que pudesse mudar o rumo das coisas. Ele partira.
Lembro que naquela noite, em meio aos soluços desesperados eu fiz uma promessa a mim mesma: “Ninguém jamais vai fazer isso comigo outra vez. Não vou mais me permitir passar por isso de novo. Não vou mais deixar uma pessoa me causar tanta dor. Nunca mais.” E em meios a esses pensamentos eu adormeci.
O dia amanheceu e, contra a minha vontade eu acordei. Foi aí que percebi que o mundo continuava o mundo. Que a vida seguia seu rumo indiferente da minha dor. Eu precisava escolher: seguir adiante ou não tirar o pé do freio e permanecer naquele estado de lamúria. Foi quando decidi seguir em frente. Decidiatropelar a minha dor e me dar a chance de continuar.
Fiz um tratamento de choque. Apaguei de mim tudo o que fosse relacionado a ele. E segui. Me dei uma nova chance. Abri a janela e deixei o sol entrar e secar minha lágrima. Depois daquele dia nada mais seria do mesmo jeito. Alguma coisa não conseguiu voltar ao lugar e eu me tornei o resultado de tudo aquilo.
Os anos se passaram. Na verdade, 15 anos se passaram. Hoje é apenas uma história de uma menina que se apaixonou por um cara mais velho, muito gato e muito envolvente e que viveu com ele os seus melhores e piores momentos. Ele me ajudou a descobrir sensações incríveis de dor e prazer. Mas passou.
Exatamente em outubro faz 15 anos dessa minha história. Eu o reencontrei e me vi no mesmo sorriso lindo que ele tem. Cabelos mais brancos (um charme), marcas de expressão mais vivas. Mas ele continua lindo. E hoje a gente conversa numa boa, a gente dá risada numa boa. Hoje eu olho pra ele e não sinto mais amor, nem raiva. Sinto uma gratidão por tudo que ele me trouxe na vida, de bom e de ruim.
Então, não importa o tamanho da dor. Um dia ela passa. E o que fica são as lições. O que fica é o que nos tornamos. Nós somos o resultado. É assim que é. Ninguém é feliz o bastante que não tenha um dia de tristeza, e ninguém é tão triste que não goze de felicidade em algum instante da vida.
As dores chegam, mas um dia vão embora. Um dia a gente esquece, um dia a gente supera. Não importa o tamanho que ela tenha, a gente consegue ser maior que ela. Um dia o alívio chega. E “se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi!”


13 comentários:

  1. Obrigada, Luci... Uma excelente semana pra nós :)

    Cinthya

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  2. Oi... também já passei por isto e hoje só sinto que tudo que vivi contribuiu para a pessoa que sou hoje... sofri mas valeu a pena!
    Beijosss!!!

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  3. Oi Cinthya!

    Minha filha passa por esse mesmo problema. De casamento já marcado, por um motivo fútil dele, numa segunda-feira, ví o olhar aflito da minha filha qdo recebeu um telefonema dele, indo em seguida encontrá-lo. Não demorou nem 15 minutos e a vejo passar correndo soluçando. Dormimos abraçadas nesse dia !

    Parabéns pra vc que conseguiu dar a volta por cima!

    bjs

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  4. O texto caiu como uma luva nesse momento para mim!
    Acabei de quase passar por essa situação! Mas tudo se acertou...
    Certo que o desespero bateu, mas, agora, lendo esse texto, vejo que foi desnecessário chorar!
    A vida seguiria do mesmo jeito que seguiu em tantas outras barreiras!
    Adoro ler seus textos. Eles se encaixam perfeitamente na minha vida!
    Bjos!

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  5. É Jane... Dói pra caramba... Mas depois passa e a gente se fortalece.

    Grande abraço.


    Fafah,

    Se com a gente já dói imagina então ver um filho passar por isso. É dor duplicada. Mas a gente consegue. Isso é fato.

    Beijo.



    Flavia,
    Na hora do "baque" a gene sente mesmo o chão sumir, o ar faltar. Mas se conseguirmos manter a fé por uma noite, por 10 minutos que sejam, a claridade aparece e a gente vê que o mundo segue andando, girando, correndo... A vida acontece independente da nossa dor... E a gente escolher enfrentar ou se entregar.

    Abraço imenso!

    Cinthya

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  6. Cinthya, parabéns pela postagem. É uma aula de amadurecimento e compreensão. Muito bem escrita e verdadeira.
    Valeu!
    Bjs
    Manoel

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  7. Manoel,

    Prazer recebê-lo aqui... Pois é... A gente não tem muita escolha. E entre seguir ou permanecer no buraco, escolhi seguir. Agora tem que ter arrancada porque saí passando por cima de tudo que é emoção até me reerguer de novo.

    Abraço



    Gui,

    Obrigada. Foi verdadeiro mesmo. Sem tirar e nem pôr.

    Beijos



    Cinthya

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  8. Acho que gostei tanto da postagem porque me encontrei nela. Estou, finalmente, me recuperando de uma desilusão. E realmente: 'Um dia a gente esquece...'

    beijinhos :**
    Carol
    www.umblogsimples.com

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  9. Carol,

    A gente sempre consegue... E é muito gratificante olhar pra dentro e ver que a ferida cicatrizou.

    Beijos,

    Cinthya

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  10. Equivoca-se,aquele ou aquela,que pensa ser possivel esquecer-se de um grande amor.Creio que até seria bom,se isto fosse possivel,mas,bom até que ponto ? Afinal, é a dor que mais nos ensina,nos proporciona as mais valiosas e frofundas lições,se esquecessemos,perderiamos tudo e teriamos de reaprender as mesmas coisas novamente cometendo os mesmos erros o que seria uma perda de precioso e irrecupeval tempo.Não,não esquecemos,porque se esquecermos,foi porque o que vivenciamos foi inutil,não valeu a pena !...

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  11. Quim, o termo "esquecer" nessa contexto significa "não querer mais" essa determinada pessoa,não alimentar mais sentimentos em relação a ela... Aconteceu, vivemos, amamos, nos machucamos, nos separamos. Acabou. A história não morreu, as cicatrizes são prova de sua existência... Mas, um dia a gente esquece para que outras histórias adentrem... Grande beijo e volte sempre.
    Cinthya

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Sitam-se à vontade para falar, afinal, O Divã é Dellas, mas também é vocês!