O amor não oferece garantias. Nunca ofereceu. A gente arrisca no escuro, aposta no incerto sem saber onde vai dar. Vai curtindo os dias, as sensações, os acontecimentos e não sabe onde isso vai parar. Aí a gente pensa: O máximo que pode acontecer é não dar certo, mas já não deu certo tantas outras vezes e nem por isso eu morri. Aliás, até deu certo durante o tempo que tinha de dar. Mas, acabou.
Eu não sei o que quero. Sei o que não quero. Não quero sofrer decepções de novo, mas não quero viver sempre julgando as pessoas por atos de outras. Não quero ter sonhos frustrados, mas não quero deixar de sonhar por esse motivo. Não quero me desapontar, quero voltar a confiar. Não posso ficar esperando sempre o pior das pessoas, não posso me antecipar aos fatos, não posso pôr o carro na frente dos bois. Não posso ceder a loucura de achar que as pessoas tem de ser do jeito que eu espero que elas sejam. Eu preciso aceitar as pessoas como elas são. Não devo ser tão estressada, desconfiada, preocupada. Eu preciso me permitir.
Diante de tanta insistência, mesmo havendo tanta recusa da minha parte, resolvi tentar. Vou me jogar, estou de pára-quedas e não corro quase que perigo algum. Então, se não vai magoar ninguém, que mal tem? Nunca fui omissa, não serei agora. Peco por excesso, mas não por falta. Vamos ver no que vai dar. Estou aí, resolvi pagar pra ver.
Eu decidi que não vou me entregar a inércia, transitando entre dois mundos: o medo e a incerteza. Não vou ficar à margem da vida, vou entrar na dança e vou dançar. Vou mostrar a que vim e que não vim a passeio. Posso estar perdendo a oportunidade de estar vivendo um história bacana por puro medo. Se der errado e eu quebrar a cara minha amiga e parceira ainda tem super bonder e prometeu me ajudar, se for uma M pelo menos, fica a experiência. O que eu tenho a perder?
Enquanto isso, vou escrevendo...
Como bem disse Caio F de Abreu "É fácil morrer. A toda hora, em todos os lugares, a morte está se oferecendo. Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo. Não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer e ainda não sei o que será."
Verônica