Quando acontece alguma coisa muito
séria na nossa vida, a gente para pra pensar. Geralmente quando alguém se vai,
aí a gente começa a fazer uma auto-análise e surgem os questionamentos: “Será que eu fui um bom amigo?” “Será que eu
fiz tudo eu poderia fazer por esse amigo que se foi?” “Será que se eu tivesse
conversado mais, se eu tivesse mais presente, se eu tivesse enviado mais
torpedos, ligado mais ou o tivesse visitado mais isso poderia não ter
acontecido?”
Questionamentos que ficarão sem
resposta. Agora, que o nosso amigo se foi, as únicas coisas que ficaram foi a
saudade, as lembranças dos momentos bons e o remorso por não ter feito mais. A
lição de vida também fica. E outros questionamentos surgem: “O que você está fazendo da sua vida?” “Você
diz ‘eu te amo’ para as pessoas que você ama? Com que freqüência?” “O que você
acha que escreveriam na sua lápide caso você morresse hoje?
Ao longo dos anos, nos tornamos
seres altamente individualistas e capitalistas. Nos deixamos levar pelo
corre-corre do dia-a-dia e esquecemos de cultivar coisas boas, sentimentos
bons, amizades agradáveis. Optamos pela praticidade. Os colegas do trabalho ou
da faculdade já estão ali presentes todos os dias, então, nada mais natural que
estes sejam os mais próximos. A gente esquece os antigos amigos. Esse meu amigo
que se foi era tão sensacional que mesmo depois de sua partida nos deixou
lições incríveis e todos que estiveram ao seu redor tornaram-se pessoas
diferentes, certamente melhores, depois de sua partida.
Reclamamos diariamente da falta de
tempo, mas achamos tempo para irmos ao velório chorar sobre um caixão contendo
um corpo inerte de alguém que um dia foi especial para nós. Nossa vida é muito
corrida, mas todo mundo acha tempo, força e coragem para ir à missa de sétimo
dia daquele amigo tão querido que se foi. A gente só se reúne em momentos
ruins, difíceis. Tudo errado.
Deveríamos nos reunir para
comemorar. Para celebrar a vida, para falar de coisas boas, desfrutar de boas
companhias e apreciar aquele vinho que a agente gosta, ou relaxar ao som
daquela canção que a gente tanto gosta, batendo um bom papo com aquele velho e
querido amigo que a correria teima em afastar de nós.
É hora de repensar nossas atitudes
e ver o que, realmente, tem importância.
É na morte que descobrimos o real
sentido da vida. É quando alguém morre que a gente consegue perceber o que tem
importância. A gente começa a se perguntar: o que é que a gente vai levar dessa
vida? O poeta uma vez disse, e ele tem toda razão, “o que a gente leva da vida, é a vida que a gente leva.”
Que tipo de vida você está levando?
Eu já decidi que vou mudar a minha, enquanto ainda há tempo. Aproveite o final
de semana e vá visitar uma pessoa que você ama e não vê há tempos. Ligue para
um amigo que está afastado de você. Reconstrua as pontes que te uniam as
pessoas boas que cercavam sua vida, mas a enxurrada de trabalho e afazeres
derrubou. Ligue para a pessoa que você ama. O amanhã pode nem chegar. Aí você
se verá triste, sozinho e com remorso. Aproveite enquanto é tempo. Nenhum
torpedo que me enviam fica sem resposta. Nenhum e-mail. A ligação que eu não
puder atender, eu retorno logo em seguida. Certamente, eu não sou mais a mesma
do dia 14 de julho pra cá.
Verônica
Ai de quem ama
Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida
Amar é triste
O que é que existe?
O amor
Ama, canta
Sofre tanta
Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade
Amar sozinho
Ai de quem ama
Vive dizendo
Adeus, adeus
Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida
Amar é triste
O que é que existe?
O amor
Ama, canta
Sofre tanta
Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade
Amar sozinho
Ai de quem ama
Vive dizendo
Adeus, adeus
Vinícius de Moraes
Oi flor...
ResponderExcluirAlém da presença, quando estivermos juntos, com quem amamos, devemos ir além do seu olhar.
Prestar atenção por inteiro...
Eu digo sempre que amo. Digo até demais. Já ouvi da minha mãe que chego a sufocar com tanta ligação, atenção e cuidado.
E sei que sufoco. Mas é que só de pensar que um dia vou perder, me da medo.
Beijos
Selma