Não tenho capacidade de medir quantos ensinamentos me
ensinou, quanta coisa boa, quantas vezes o seu sorriso fez os meus olhos
brilharem. São inúmeros os momentos de alegria contagiante, os kms rodados, os
volantes divididos, os medos compartilhados, não sei quantas vezes me senti o
seu pai e nem quantas vezes senti que tinha o melhor pai do mundo.
Não sei...
E agora você se foi, e me pergunto constantemente, por que
não me ensinou a viver sem você? Por que
não me disse que seria tão difícil ? Por que ainda existe o seu telefone no meu
celular se não vou mais ouvir o “Diga Veio” que ouvia quase todos os dias.
Já não olho no espelho sem as lagrimas virem, o dinheiro
amassado no bolso me faz chorar, a música que toca no rádio, o por do sol na
beira do rio , o carro que escolheu para mim, a camisa que lhe roubei com o seu
consentimento já não é tão bonita, o amigo que chega e diz “Você é a cara do
seu pai”, a irmã que reclama do jeito desajeitado de se vestir e diz “parece as
coisas de pai” , o meu travesseiro já
não seca mais.
Pai, me desculpe. Mas todo o vazio que sinto é culpa sua.
Por que em mim você está, porque na minha vida o meu espelho
é vc.
Te amo, e prometo que vou recomeçar, talvez não hoje, não
amanhã, talvez em uma semana, mas vou recomeçar, agora com mais força , pois fico
a imaginar que o senhor hoje deve ser o melhor amigo de Deus, que hoje devem
estar os dois a bater um papo e que já deve ter dito a ele “É o meu filho”, é o
caçula, mais a família é grande, e cada
um é mais especial que o outro.
Diego