E se eu
tivesse escolhido ficar naquele emprego e apostar que as coisas melhorariam,
que iriam contratar pessoas com quem eu pudesse dividir as atividades e isso
acabasse com a sobrecarga e estresse? Teria dado certo? Eu estaria estabilizada
hoje ou teria assisto aquela loucura pipocar numa doença?
E se eu tivesse
concluído aquela faculdade junto com minha turma? Será que estaria na sala de
aula hoje? Será que estaria num mestrado, doutorado? Será que estaria em melhores
condiçoes financeiras ou será que aquele diploma em nada mudaria o rumo de
tudo?
E se eu
tivesse aceitado aquele pedido de casamento? Será que hoje estaria junto ao
mar? Será que teria os onze filhos com os quais sonhei? Teria uma casa onde
viveríamaos nossas vidas assistindo as crianças crescerem, bagunçarem e
amadurecerem ou será que o divórcio já teria acontecido e estaríamos amargos e
sozinhos?
E se aquele
telefone não tivesse tocado quando eu estava quase desistindo de tudo? Se eu não
tivesse recebido tanto amor quando a
depressão me visitou? Se tivesse largado essa vida, deixado de lado tudo o que
me fazia sentir dor? Onde eu estaria hoje? Será que existe mesmo a vida após a
morte?
E se o meu
Pedro fosse filho de Fulano e não de Cicrano? Ele seria fisicamente muito
diferente? Teria outro comportamento? Eu o amaria da mesma forma e com a mesma
intensidade? E, ainda falando sobre filhos, se eu tivesse engravidado aos 21 e
não aos 31? Eu teria curtido do mesmo jeito? Teria tido tanto jogo de cintura
pra saber dar leveza à condição de mãe solteira? Eu teria a mesma paciência com
o meu filho? Teria construído esse laço tão gostoso?
É... Não
sei.
E se... E
se... E se...
Não sei o
que viria depois do “se”... Não tenho muito tempo pra pensar. Só sei das coisas
que eu escolhi. Sou quem eu escolhi ser. Construo o meu eu a cada instante, sou
movimento, sou transformação. Só sei que não tive e não tenho medo de arriscar.
Se der certo, maravilha. Se der merda, eu recomeço. Aliás, não tenho problemas
com o recomeço. É um exercício intenso de auto conhecimento, de saber estar bem
consigo mesmo . Tenho tido, ultimamente, muitos recomeços e não pense você que
isso me traz sensação de fracasso. De forma alguma, fracasso é uma lente através
da qual eu não quero enxergar a minha vida.
A cada fim –
e o fim sempre existe – eu percebo a chance de fazer de novo, melhor, mais
profundo, diferente. A cada recomeço eu percebo que pessoas novas me são
agregadas, que oportunidades novas me são disponibilizadas, que o aprendizado é
constante, basta que eu tenha leveza para enxergar as chances.
Não sei o
que teria sido se as escolhas fossem outras. Mas, ao olhar pra minha vida eu
vejo que o que eu construi de verdade foi justamente as coisas nas quais eu
acredito, de verdade. O que eu deixei de conseguir não me pertence, então, não
há porque dedicar tempo a isso. Tenho tesouros bem mais valiosos para cuidar:
família, amigos. Levar ao mundo o respeito,
a liberdade, a paz, a humildade através do que eu possa fazer: um texto, uma
oratória, um diálogo, um telefonema, um e-mail, o meu jeito de viver a vida.
É isso. O
sucesso não deve ser algo para satisfazer a expectativa dos outros. O sucesso
verdadeiro é aquele que satisfaz a nós mesmos. Viver bem comigo e com o que eu
construí é, infinitamente, prazeroso.
E se der
errado... Eu (re) começo de novo!
*Foto encontrada no Google
*Foto encontrada no Google
Gostei do texto. Gostei de saber que o divã está voltando.
ResponderExcluirContinuem...
Um texto bem escrito e muito humano, é isso, se der errado:a gente simplesmente recomeça.
ResponderExcluirE se... eu disser que estou morrendo de saudade desse cantinho lindo e maravilhoso.
ResponderExcluirSaudade Meninas
Bjssssss
Debby :)