Dia desses comecei a me sentir muito
mal e vi que precisava ir ao médico, tinha de encontrar alguém que resolvesse
meu problema e me desse um analgésico para aliviar a minha dor. Enchi-me de
coragem e fui e busca de socorro.
Chegando ao consultório, o médico me
indagou:
- Olá,
minha jovem! O que lhe traz aqui?
-
Eu estou sentindo uma dor muito grande, doutor. Preciso de sua ajuda!
-
Que tipo de dor? Onde é essa dor?
-
É uma dor muito forte. No coração. Eu tenho cura, doutor?
O profissional iniciou os
procedimentos e começou a me examinar para descobrir o que me afligia. Nesse
momento comecei sentir um ligeiro incômodo. Deu-me vergonha ao cogitar a
possibilidade de o médico descobrir que meu problema é proveniente do mau uso e
de hábitos nocivos. Ele veria as marcas causadas por desilusões sofridas,
perceberia as cicatrizes que os ferimentos passados deixaram. Eu entreguei meu
coração a quem não cuidaria dele. Eu confiei em pessoas que não deveria
confiar. O pobrezinho foi machucado, pisoteado e desprezado. É claro que estava
bem estava desgastado e a culpa é toda minha. Já faz um tempo que eu mudei meus
hábitos e passei a cuidar melhor do meu coração. Eu não confio nas pessoas, nem
as deixo se aproximar dele. Cuido para que ninguém o machuque mais, me esforço
para que nada o perturbe. Ele vai se recuperar!
Enquanto eu viajava em meus devaneios
o médico continuava trabalhando, debruçou-se sobre o meu coração examinando-o
minuciosa e delicadamente.
Ao final do exame veio o diagnóstico:
- Minha
jovem, você não sabe amar, você não sabe viver. Você está usando seu coração de
maneira errada!
- Eu
sei doutor! Eu entreguei meu coração a quem não deveria, ele foi muito
maltratado. Está muito machucado.
Foi quando ele me surpreendeu com a
prescrição:
- Não!
Engano seu! Seu coração está comprometido pelo desuso. Faltam-lhe sonhos! Você
trabalha para pagar contas, dorme para acordar no dia seguinte, come para matar
a fome, estuda para terminar a faculdade. Isso não é viver. É sobreviver! Viver
é se arriscar, é amar a pessoa errada, ao menos uma vez, e se permitir o
devaneio. É perder-se tentando se encontrar. É ter medo de perder ao arriscar,
arriscar assim mesmo e acabar perdendo, você recupera depois. É rir das
próprias bobagens, é dar um jeito de ver algo positivo em tudo, por mais
obscuro que possa parecer. Viver é ter uma Idéia, defendê-la a qualquer custo e
abandoná-la quando julgar ser necessário. Permita-se! Viver é exercitar o
afeto, a confiança, a gentileza, a paciência e, sobre tudo, o sonho! Você é
jovem demais, bonita demais, saudável demais para se preocupar tanto, para se
privar tanto, para desconfiar tanto. Permita-se! É bobagem procurar sentido
para a vida quando já se tem cinco. Aprecie o pôr-do-sol, sinta o cheiro de uma
flor, ouça o som dos pássaros, coma a sua fruta preferida, acaricie o rosto de
uma criança! Permita-se! Viva! Se entregue! Seu coração está novinho em folho e
ansiando novas emoções. Não o prive disso. Permita-se!
Saí daquele consultório disposta a
repensar minhas atitudes e rever meus conceitos. Eu vou me permitir! Comprometi-me
a voltar lá quando começasse a seguir as orientações médicas. Ranzinzice mata.
Mau-humor também!
Verônica
Gostei do texto Veveu. Bjs
ResponderExcluirQue texto verdadeiro. Estamos mesmo vivendo assim, ou melhor Sobrevivendo.... Bjinhos
ResponderExcluirNOTA 10... Nota 10... Disse tudo...!!!
ResponderExcluirOI Verônica. Gosto muito do blog de vcs...Onde anda a Cinyhia que nunca mais lí seus posts. Não abandonem este ligar aqui não !!!
ResponderExcluirBjs
Olha, teu texto está muito bom. Porém, como nossa língua portuguesa é bastante rica, segue sugestão: que fique atenta a alguns desvios de grafia. Inclusive, ver a nosva ortografia da Língua Portuguesa. Faz parte (não é necessário publicar isso). Abraços.
ResponderExcluirRetificando: nova ortografia...
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