sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Alice No País Dos Desencantos


 

(by Cinthya)


Ele existe. Eu não estava louca, ainda bem. Eu não estava sonhando perdida num mundo cruel. Não. Eu não era Alice No País Dos Desencantos! Aquela certeza que sempre esteve aqui tinha um fundamento. Não sou louca. Não sou infantil ao ponto de crer em contos de fadas e me distanciar da realidade.
Aquele amor que eu sempre sonhei existe. E eu presenciei com os meus próprios olhos. Um casal que vive junto há mais de trinta anos numa harmonia gostosa me mostrou que eu não acreditei esse tempo todo no impossível. Há mais de trinta anos eles continuam se escolhendo, todas as manhãs e todas as noites. Eles compartilham de um respeito recíproco que é de emocionar qualquer um. Eles têm uma admiração pelo outro, uma atenção, um carinho que deixam as pessoas encantadas.
Há um tempo eu venho chateada com esse lance de AMOR. Quero nem ouvir falar, me dá náuseas quando vejo um casal meloso se derretendo ao meu lado. Há um tempo eu venho me sentindo assim, completamente desacreditada. No entanto, a vida me presenteou com esse (re)encontro. Bastou um dia na companhia desses amigos, um dia envolvida em sua rotina para que eu descobrisse que o amor é do jeito que eu sonhei e que as coisas que eu encontrei pelo caminho, de repente, não poderiam ter sido tratadas como amor.
Eu não sei se existe Alma Gêmea, Almas Anfins, só sei que a cumplicidade, a intimidade, a preocupação, o afeto, o respeito que eles têm um com o outro é encantador. Enche de ideias qualquer mente poética. Eles se tratam por apelidos carinhosos (e, por incrível que pareça isso está longe de parecer falso, meloso demais ou piegas). O amor deles é concreto. É inquestionável. É transparente.
Eu recebi mais um presente da vida. Num momento onde eu estava quase que completamente desacreditada do amor, eu recebi a sorte de ver que o amor existe, da forma que eu sempre sonhei, do jeito que eu sempre esperei, idealizei. Eu não estava louca, eu não estava querendo o impossível. O amor existe, gente. E é lindo. Amor de almas, amor maduro que não perde o humor, que constrói junto, que a cada dia vê crescer a admiração pelo outro, um amor paciente. Esse amor existe, tão logo, hei de encontrar o meu e sair desse País Dos Desencantos onde joguei minha âncora.

Um comentário:

O Divã Dellas disse...

Parça, quando vc conseguir sair, me leva junto??

Ando tão desencantada quanto vc...

Verônica