Ao iniciar um novo ano, ou uma
nova fase, uma nova idade, ou um novo emprego é natural que façamos uma
análise, um balanço do ciclo passado. Esse não é o caso.
Não quero fazer um balanço do que
2013 representou pra mim. Ao contrário dos anos anteriores, agora eu quero
listar o que ganhei e o que perdi desde que iniciei essa jornada de escritas.
Desde que me aventurei no mundo das letras.
Como já disse anteriormente em
várias outras oportunidades, eu gosto de ler. Mas, gosto de ler o que me dá
prazer. Ler por obrigação é uma tortura. Ler sem vontade é como tentar parar o
relógio: em vão. Gosto do que prende minha atenção, do que desperta minha
curiosidade e gosto do que me faz bem. Sentir sinceridade nas palavras ou
viajar numa estória fictícia é fascinante. É justamente isso que eu priorizo
quando me predisponho a escrever. Nem sempre deixo claro o que é
autorreferencial ou que é fruto da minha imaginação, acho isso indiferente. Se
não acrescenta, eu deixo de lado. Falo de mim e sobre minhas experiências
próprias e falo também dos outros, quando a história me inclui, ou quando a
pessoa em questão me autoriza a tanto.
Mas, a análise que eu pretendo
fazer é em relação ao ato de escrever e o que isso acarretou ao longo desses
quatro anos. O que ganhei e o que perdi. Em síntese posso dizer, sem medo de
errar que ganhei mais do que perdi, até quando achei que tinha perdido, na
verdade estava ganhando.
Vamos aos fatos favoráveis: Escrever
me trouxe várias oportunidades. Me reaproximei de uma amiga que amo muito, mas
que estava afastada. Descobri, a cada texto novo, como isso me fazia bem. Pude
ver minha evolução, desde o primeiro até o último texto escrito (sem falsa
modéstia eu melhorei muito mesmo e isso é notável). Recebi elogios e incentivos
com através de palavras doces, escritas e pronunciadas que mudaram a minha
vida. Conheci pessoas incríveis que jamais teria conhecido se não tivesse me
aventurado por esse caminho desconhecido. Descobri uma válvula de escape. Pude
desabafar sem ser grosseira e sem me expor. Ajudei pessoas amigas, meros
conhecidos e ilustres desconhecidos com textos que puderam ajudá-los a ver a
vida e o problema que enfrentavam através de uma ótica diferente. Arranquei
risos e lágrimas sinceras. Pude tocar e ser tocada. Emocionei pessoas e me
emocionei muito.
Agora os pontos desfavoráveis:
Recebi críticas pesadas que me balançaram. Isso poderia ser considerado
positivo, se não fossem colocadas de maneira tão destrutiva. Me deparei com
pessoas que desprezaram o que eu estava fazendo com tanto amor e elas fizeram
isso com a simplicidade de quem pede um copo d’água. Recebi ultimato, que
prefiro não entrar em detalhes, do tipo: ou você para com isso, ou você vai se
prejudicar. Ouvi de uma pessoa que o que eu fazia era uma besteira e eu estava
perdendo tempo, porque “isso” é muito ruim. “Você é muito fraca” ouvi e calei.
Fui imatura, me deixei levar pela carga negativa das palavras de quem nunca se
atreveu a escrever, ou por não ser capaz ou por não achar digno. Uma pessoa
assim, realmente não tem embasamento para me dizer o que o que eu faço é bom ou
ruim. Perdi tempo me importando com o julgamento de quem não tinha nada a acrescentar
Quando eu estava bem cansada, com
uma rotina bem puxada, as palavras amargas que eu ouvi soavam mais alto em meus
ouvidos do que as palavras doces que foram infinitamente mais numerosas e mais
sinceras. Eu comecei a desprezar o que fazia. Achava uma baboseira, me achava
muito fraca. Escrevia e descartava. Escrevia e desprezava. Escrevi cartas para
mim mesma, e prometi que jamais deixaria outra pessoa ler. Cometi um erro
crasso: comecei a me preocupar mais do que devia com o julgamento que as
pessoas faziam a meu respeito. Fui muito cobrada no período de ostracismo. As
pessoas que realmente gostam de mim, e gostam do que eu escrevo sentiram falta.
Explicava que era uma fase e estava com bloqueio, que ia passar e logo, logo eu
voltaria, mas não era convincente, não convencia nem a mim mesma.
Até que um belo dia eu me peguei
com vontade de escrever. Tentei, mas não conseguia conectar as idéias. É como
se elas não se encaixassem. Estava faltando alguma coisa. Descobri, então que
ainda estava, menos, mas ainda estava me preocupando com o que as pessoas
achariam quando lessem meu texto. Eu ainda não estava preparada.
Aí hoje, numa bela manhã de
terça-feira eu acordei com uma vontade incontrolável de expor o que está me
inundando. E o mais gostoso de tudo isso, é que acordei com a certeza da
liberdade. Eu sou livre pra escrever o que me der vontade e as pessoas são
livres para lerem ou não o que eu escrevo. Gostar ou não gostar é outro quesito
que podemos discutir depois.
Eu decidi que vou filtrar as
críticas que receber. Quando me soarem negativas e desdenhosas simplesmente
serão ignoradas. As que somarem e trouxerem uma mensagem de incentivo, ou uma
dica para melhorar, serão muito bem-vindas e guardadas com carinho. Eu nunca
vou conseguir agradar todas as pessoas, jamais me atreveria a isso, esse não é
o meu objetivo. Não espero ser além, mas não aceito ficar aquém, quero dar uma
parcela de contribuição. O que eu imagino é a oportunidade de poder ajudar as
pessoas através do que eu escrevo. Vou ser cuidadosa para não perder o foco e a
essência, mas não vou me ater ao fato de agradar ou de não agradar isso é
consequência.
Que sejamos mais nós e menos o
que os outros acham. Que nos preocupemos mais como nossa essência e menos com
julgamentos alheios.
Verônica
Um comentário:
Clap, clap, clap!!!
Quando eu crescer, quero ser igual a você! ;)
Bjos e bençãos.
Mirys
www.umabaguncadeliciosa.blogspot.com
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