terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ela e Eles dois




Ela sempre teve dificuldade de se relacionar, altamente exigente e desconfiada ao extremo, nunca encontrou o par que considerasse ideal. Mas o destino é uma criança travessa e lhe pregou uma bela peça. Pôs em seu caminho dois belos homens que eram completamente opostos, mas que pareciam se completar. E olha que eles nem se conheciam.

Um mais velho que ela cinco anos, excessivamente carinhoso, apaixonado desde o primeiro encontro, tinha tudo que ela sonhara: estabilidade financeira e planos de casar.

O outro, mais novo que ela dois anos, um ar de incerteza e uma sinceridade desconcertante. Ele não escondia o que pensava, mas tinha mistério no fundo do olhar. Caso alguma pergunta fosse feita, a resposta com certeza seria a mais sincera possível, mas algo precisava ser decifrado. Esse também tinha a segurança financeira que ela esperava, mas compromisso, definitivamente, não fazia parte dos seus planos.

A referência quanto às idade, era só mais um parâmetro que ela usava pra tentar sanar as dúvidas que a corroíam. Porque o mais novo se mostrava mais maduro e mais confiável que o mais velho que oferecia o céu e a terra. Deve ser justamente por isso, um promete demais, inclusive o que não pode dar. O outro nada prometia, então o que viesse era lucro. Mas isso eram só conjecturas. Sinceramente, ela não possuía nada, nem as promessas de um, nem as perspectivas do outro.

Um prestava atenção em tudo que ela dizia, e fazia questão de relembrar, nos momentos mais inusitados, alguma conversa que eles tiveram. Eles conversaram por horas, compartilhando ideias e rindo de casos que acontecia com ambos. A conversa fluía tão natural.
O outro, sempre envolvido em sua mundo, por vezes a interrompia para contar um caso. Fazia a mesma pergunta diversas vezes e parecia não prestar atenção em nada. A conversa não era tão agradável, ele se mostrava um narcisista. Isso realmente a incomodava. Relacionamento é parceria e uma parceria segura só é firmada com longas e boas conversas.

Seria possível uma mulher estar apaixonada por dois homens completamente diferentes? O que fazia muitas declarações não inspirava confiança alguma, o que nada prometia, mal falava, se declarava no olhar. Um era muito previsível e pouco confiável, o outro que carregava o ar de mistério, trazia uma sinceridade inexplicável. Certeza ela não tinha nenhuma, em nenhum dos casos.

Quando estava com um, sentia falta da segurança do outro. Quando estava imersa num mar de proteção, sentia falta da insensibilidade sincera que o outro lhe ofertava naturalmente.

A decisão de optar por um ou por outro parecia cada vez mais difícil. Ela não conseguia se decidir, então, chegou à conclusão de que algo estava errado e decidiu se afastar dos dois.

Verônica

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