(by Cinthya)
A educação deveria ser algo que se desenvolvesse de forma natural nas pessoas. Deveria ser algo nato (ou será que ela é, e as pessoas se desvirtuam no decorrer da caminhada?). Não me refiro a educação escolar, a diplomas, títulos. Não. Para mim o mais importante numa pessoa não é, nem de longe, o grau de instrução que ela traz.
Não há pessoa mais agradável e desejável do que a pessoa educada. A educação é fina. Aquela educação que a gente aprende em casa quando a nossa mãe diz “Acabou de comer? Retire o prato da mesa” ou “Não pegue esse brinquedo porque ele não é seu. Peça permissão primeiro.” E tantas outras coisas simples que vão fazer uma diferença imensa na formação da criança.
É incrível como existem pessoas mal educadas no mundo. Chega a ser lastimável porque eu acredito piamente que muitas mazelas poderiam ser evitas se as pessoas tivessem um pouco mais de educação, um pouco mais de gentiliza e consciência do coletivo em que vivem. Se cada um tivesse a certeza de que o mundo não é o seu quintal, ou ainda, que mesmo que o mundo fosse o seu quintal, deveria estar limpo e organizado.
O pai sai com a criança e compra dois picolés. O pai tira o papel do picolé e joga no chão. A criança, é obvio, copia o pai e faz o mesmo. E vai crescer achando que isso é correto, normal, afinal de contas o Herói de Sua Vida assim o faz. Sempre fez. E nisso surgem as pessoas no ônibus coletivo jogando espigas de milho pelas janelas, crianças fazendo xixi nas calçadas, com o consentimento das mães. Mães que, trocando as fraldas dos filhos, deixam a fralda suja ali mesmo, no chão. Seja na calçada, seja no restaurante, seja onde for. Não importa. Elas simplesmente não podem procurar o lixeiro mais próximo ou ainda colocar a fraldinha suja numa sacola para se desfazer dela quando em casa chegar. E as crianças vão crescendo dentro desses conceitos torpes.
O resultado de tudo isso são adultos sem a menor noção de espaço. Adultos indisciplinados, avessos a regras, “profissionais” difíceis de se adaptarem em empresas que exijam o cumprimento de normas internas. Pessoas que vivem para si próprio, e acham que o correto é tirar proveito da situação, sempre. Sentem orgulho por serem tão “espertos”. Mas na verdade, não têm noção do tamanho de sua pobreza.
E não há nada mais lamentável do que um ser humano pobre de espírito. A falta de educação em casa, aquela educação de “bom dia”, “boa tarde, “boa noite”, “com licença”, “desculpa”, “por favor”, “obrigada”... Aquela educação de guardar o brinquedo depois da brincadeira, de calar quando os pais estão falando, de entender o que é limite e aprender a viver com ele. De saber ouvir um “não” e saber que ele é a resposta e pronto.... É essa a educação que faz tanta falta no mundo!
Por que um Doutor formado em Harvard que não pede desculpas por ter esbarrado em alguém, que estaciona o carro na vaga para deficientes, que falsifica documentos para tirar vantagem em algum negócio, que come hambúrguer e joga o resto no chão, que fuma em ambiente coletivo, que entra nos locais sem cumprimentar as pessoas, que vê um idoso cheio de sacolas e não oferece ajuda, que (tendo oportunidade) usufrui do dinheiro público em benefício próprio... Uma pessoa dessas, sinceramente, em nada vai ajudar a melhorar o mundo. Em nada.
O mundo precisa de pessoas educadas. As pessoas precisam de educação e isso começa em casa. Não com teorias e conceitos. A gente forma filhos com exemplo, limites e comprometimento. Que sejamos os melhores amigos dos nossos filhos.