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Muita gente ainda se assusta
ao falar de doença mental, um tabu que precisar ser quebrado, o preconceito
precisa ser superado e o problema precisa ser encarado com a naturalidade e a
seriedade que merecem, sem medos, neuras ou dissimulações. Os problemas
psicológicos precisam ser tratados assim como os reumáticos, os respiratórios e
qualquer outro que venha a surgir.
Levantamentos da Organização
Mundial de Saúde (OMS) mostram que atualmente 33% da população mundial sofrem
com algum tipo de transtorno mental. A depressão, por exemplo, entre 2005 e 2016
aumentou 18,4% em todo mundo e o Brasil é o país com maior prevalência em toda
a América Latina.
O estudo afirma que 5,8% da
população sofrem com depressão, ou seja, 11,5 milhões de brasileiros são
acometidos por essa doença. É muita gente sofrendo. E sabem qual é a pior parte
disso tudo? A ignorância, a falta de informação e o preconceito que prejudicam
ainda mais o que já está muito ruim.
Estamos falando de
depressão, mas não esqueçamos a ansiedade, síndrome do pânico, estresse e outros
transtornos mais graves que se formos aprofundar a leitura vamos descobrir
dados alarmantes. Vocês sabiam que o Brasil é recordista mundial em ansiedade?
É, medalha de ouro pra nós. Pena que é nessa categoria ruim. Ainda segundo a
OMS 9,3% da população sofre de ansiedade. Um número assombroso de 18,6 milhões
de pessoas com esse transtorno. É importante observar que muitas pessoas têm
tanto depressão, quanto transtorno de ansiedade. Não pasmem, é mais comum do
que a gente imagina.
Vivemos em mundo de
imediatismo, não temos vida, temos prazos, tudo é muito atropelado e nossa
saúde sempre vai sendo deixada em segundo plano. A correria diária faz com que
priorizemos outras coisas e negligenciemos algo de suma importância: a vida.
A saúde pública está falida,
li recentemente que existem projetos que pretendem incluir tratamentos
psicológicos e acompanhamentos personalizados ao SUS, mas eu duvido muito que
isso saia do papel, tendo em vista que as necessidade mais elementares dos
cidadãos não estão sendo atendidas. Então, pensando assim, já que não podemos
delegar ao estado a responsabilidade de cuidar de nós. Cuidemos nós mesmos.
Há meses atrás, depois de
engordar muitos quilos em poucos meses, sentir constantemente uma vontade de
infinita de não fazer nada, uma sonolência profunda durante o dia e uma insônia
perturbadora durante várias e várias noites consecutivas, além de sofrer com
crises de enxaquecas que me tiravam o prumo resolvi procurar ajuda médica. Fui
diagnosticada com princípio de depressão e ansiedade.
Com acompanhamento médico e
medicação fui vendo as coisas voltarem aos eixos. Não entendi como havia ido
parar ali já que eu tinha uma vida ótima. Depressão? Eu nem tinha tempo pra
ficar deprimida. Com mil coisas acontecendo em minha vida, como isso era
possível? Pois é. Não sei. Mas não perdi tempo tentando entender. Corri atrás
mudei alguns hábitos e hoje vejo as mudanças acontecerem gradativamente. E que bom que eu procurei ajuda logo. Minha vida, que nunca perdeu o
ritmo de normalidade, está ainda melhor depois que os incômodos cessaram.
Aí podem me perguntar: “você
não tem vergonha de dizer para as pessoas que estava com princípio de
depressão?” Vergonha eu teria se ignorasse o problema que estava passando e
perdesse minha sanidade por isso. Vergonha eu teria se eu deixasse que o estilo
frenético de vida que eu adotei tivesse ditado as regras e eu tivesse perdido
as rédeas da minha vida.
Gente, nossa saúde é muito
frágil e nós, invariavelmente, ignoramos isso até que perdemos. Se você não é
adepto de remédios de farmácia e acompanhamento médico, parta pro tratamento
homeopático, busque os tratamentos alternativos. A prática de esportes e o
reencontro com a fé, principalmente, são de suma importância nessa ajuda.
Mas, se você percebeu, em
você, ou em alguém ao seu redor, os sintomas de algumas dessas doenças, não
ignore. Não deixe para amanhã. Não prolongue o sofrimento. Não feche os olhos.
Já somos obrigados a
dissimular tanta coisa: interesse, amor, raiva, compaixão... Dissimular um
problema de saúde já é demais, não é não? Como eu sou do contra, não dissimulo
mais nada. Mostro mesmo!
Verônica Monteiro