sexta-feira, 1 de março de 2013

É Uma Questão de Conveniência!



(by Cinthya)

Hoje estou saudosa. Uma saudade tão viva que sinto alfinetar meu peito. Sinto uma vontade imensurável de voltar a viver os tempos em que as pessoas valiam o que eram e não o que possuíam. Um tempo onde os valores morais dignificavam o homem e as pessoas sentiam-se ricas pelo simples fato de poder andar pelas ruas de cabeça erguida, deitar sobre o travesseiro e dormir tranqüilo.

Um tempo onde a gente escolhia as relações pela afinidade e não pela conveniência. Dividir o pão era muito mais importante do que ostentar o luxo. Saudade de pessoas verdadeiras com verdadeiros sentimentos. Pessoas dispostas a estar com você na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença. Pessoas comprometidas com as outras pessoas e não com as posses delas.

Sinto saudade mesmo. Saudade da simplicidade, da meninice que me proporcionava brincar com outros meninos que pouco sabiam o que era riqueza ou pobreza. A gente só queria brincar. E na nossa liberdade éramos todos iguais, cúmplices das mesmas travessuras. Não importava em que escola estudávamos ou a mesada que recebíamos, não haviam melhores nem piores. Apenas pessoas com o mesmo intuito: ser feliz!

A gente cresce e observa as mudanças da vida. A gente se pega, em muitos momentos, escolhendo pessoas pelo que elas podem nos proporcionar (materialmente falando) e isso é triste demais. É miserável, mas a gente faz. Amizades, romances, negócios... Não importa o tipo de relação, a gente tende a escolher as pessoas pelo tamanho do “bem” que elas podem nos proporcionar. E dessa forma, os sentimentos vão sendo levados pelo vento, vão sendo esquecidos, deixados de lado.

A verdade nas relações tem sido comumente conjugada no pretérito perfeito. E quem insiste em manter os velhos hábitos de se aproximar dos outros pelos sentimentos simplesmente ou pela moral, tende a ser preterido também, deixado no canto, atrás da porta, até que alguém precise de algo que você tenha ou possa proporcionar. Até que alguém ache que a sua companhia será, de alguma forma, conveniente.

Vamos nos policiar. Esse tipo de comportamento nos arrasta para a contramão da evolução. Vamos amar por amar, pois o amor é, em si, a sua única finalidade. O dinheiro a gente perde do dia pra noite. Mas os valores, a capacidade de amar, esses são eternos. Que sejam eles, então, os itens considerados na escolha das pessoas que queremos ao nosso lado.

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