quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Felicidade Em Doses Intercaladas


(by Cinthya)

O filósofo Nietzsche defendia um pensamento de que “o destino dos seres humanos é feito de momentos felizes e não de épocas felizes.” Com isso ele afirmou que a felicidade não é uma constante na vida de ninguém. Que por mais que você tente, se esforce e lute, jamais conseguirá ser feliz a cada instante, de forma ininterrupta.

A felicidade não é estática, não é um estado contínuo e sem fim. Em verdade, conhecendo bem o ser humano, se a felicidade fosse eterna, se fosse algo que estivesse em nós a todo instante, iríamos atrás da tristeza, pois para o Ser Humano nada que é totalmente dado tem valor.

É como se tudo obedecesse a um ciclo que não cessa e assim, é inevitável que você chore a morte, que você se emocione com o nascimento. Que você vibre com a vitória ou se deprima com a perda. Sábio é entender que isso passa e aproveitar cada estágio para crescer como pessoa. Agregar valores ao espírito e fazer valer cada fase, seja ela boa ou não tão boa assim.

Eu me considero uma pessoa feliz. No entanto em muitos dias a tristeza é certa. Por várias vezes a angustia me visita, o estresse me bate a porta ou o medo me atormenta a alma. O que percebo de diferente em mim é uma lembrança forte que trago de momentos felizes que por mim foram intensamente vividos. Recordar esses momentos faz com que eu tenha a certeza de que todo transtorno é superável e que daqui a pouco eu poderei, mais uma vez, estar sorrindo com a vida.

Quantas vezes eu solto gargalhadas ao recordar as aventuras e as proezas que já vivi com meus amigos. Quantas vezes eu durmo plena somente pela lembrança de uma certa mão que me acariciou a pele, de uma certa voz a me pedir um abraço, de certos lábios que tocaram os meus.

Eu absorvo tudo o que posso de um momento feliz. Quando ele acontece, eu sugo dele todo o seu pólen e me abasteço de vida. E não precisa ser um “grande acontecimento” para que a felicidade apareça. Nada disso. Na maioria das vezes ela vem fantasiada de simplicidade. Ela se camufla nas coisas mais sutis que me cercam.

Viver na esperança de uma felicidade eterna é bobagem. Gostoso é perceber as possibilidades que a vida nos proporciona para que essa felicidade aconteça. Porque os dias passam as horas correm, o corpo vai cansando, a alma desacreditando e a gente aprende a somente resmungar, reclamar, mal dizer.

Se o fim é a certeza de todos. Então, porque não olhar pro lado e ver o que temos às mãos para construir esses tais relâmpagos de felicidade? Preste atenção. Pode ser um olhar pedido na multidão. Quem sabe um beijo daqueles que a gente gostaria de estender pela noite afora. Um sorriso roubado. Enfim. Se a felicidade se apresenta em retalhos, tenha certeza, estou a fazer uma colcha linda cheia de retalhos aconchegantes para aquecer a minha alma quando o frio chegar.

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