quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Que Ganhei. O Que Perdi.




Ao iniciar um novo ano, ou uma nova fase, uma nova idade, ou um novo emprego é natural que façamos uma análise, um balanço do ciclo passado. Esse não é o caso.
Não quero fazer um balanço do que 2013 representou pra mim. Ao contrário dos anos anteriores, agora eu quero listar o que ganhei e o que perdi desde que iniciei essa jornada de escritas. Desde que me aventurei no mundo das letras.

Como já disse anteriormente em várias outras oportunidades, eu gosto de ler. Mas, gosto de ler o que me dá prazer. Ler por obrigação é uma tortura. Ler sem vontade é como tentar parar o relógio: em vão. Gosto do que prende minha atenção, do que desperta minha curiosidade e gosto do que me faz bem. Sentir sinceridade nas palavras ou viajar numa estória fictícia é fascinante. É justamente isso que eu priorizo quando me predisponho a escrever. Nem sempre deixo claro o que é autorreferencial ou que é fruto da minha imaginação, acho isso indiferente. Se não acrescenta, eu deixo de lado. Falo de mim e sobre minhas experiências próprias e falo também dos outros, quando a história me inclui, ou quando a pessoa em questão me autoriza a tanto.

Mas, a análise que eu pretendo fazer é em relação ao ato de escrever e o que isso acarretou ao longo desses quatro anos. O que ganhei e o que perdi. Em síntese posso dizer, sem medo de errar que ganhei mais do que perdi, até quando achei que tinha perdido, na verdade estava ganhando.

Vamos aos fatos favoráveis: Escrever me trouxe várias oportunidades. Me reaproximei de uma amiga que amo muito, mas que estava afastada. Descobri, a cada texto novo, como isso me fazia bem. Pude ver minha evolução, desde o primeiro até o último texto escrito (sem falsa modéstia eu melhorei muito mesmo e isso é notável). Recebi elogios e incentivos com através de palavras doces, escritas e pronunciadas que mudaram a minha vida. Conheci pessoas incríveis que jamais teria conhecido se não tivesse me aventurado por esse caminho desconhecido. Descobri uma válvula de escape. Pude desabafar sem ser grosseira e sem me expor. Ajudei pessoas amigas, meros conhecidos e ilustres desconhecidos com textos que puderam ajudá-los a ver a vida e o problema que enfrentavam através de uma ótica diferente. Arranquei risos e lágrimas sinceras. Pude tocar e ser tocada. Emocionei pessoas e me emocionei muito.

Agora os pontos desfavoráveis: Recebi críticas pesadas que me balançaram. Isso poderia ser considerado positivo, se não fossem colocadas de maneira tão destrutiva. Me deparei com pessoas que desprezaram o que eu estava fazendo com tanto amor e elas fizeram isso com a simplicidade de quem pede um copo d’água. Recebi ultimato, que prefiro não entrar em detalhes, do tipo: ou você para com isso, ou você vai se prejudicar. Ouvi de uma pessoa que o que eu fazia era uma besteira e eu estava perdendo tempo, porque “isso” é muito ruim. “Você é muito fraca” ouvi e calei. Fui imatura, me deixei levar pela carga negativa das palavras de quem nunca se atreveu a escrever, ou por não ser capaz ou por não achar digno. Uma pessoa assim, realmente não tem embasamento para me dizer o que o que eu faço é bom ou ruim. Perdi tempo me importando com o julgamento de quem não tinha nada a acrescentar

Quando eu estava bem cansada, com uma rotina bem puxada, as palavras amargas que eu ouvi soavam mais alto em meus ouvidos do que as palavras doces que foram infinitamente mais numerosas e mais sinceras. Eu comecei a desprezar o que fazia. Achava uma baboseira, me achava muito fraca. Escrevia e descartava. Escrevia e desprezava. Escrevi cartas para mim mesma, e prometi que jamais deixaria outra pessoa ler. Cometi um erro crasso: comecei a me preocupar mais do que devia com o julgamento que as pessoas faziam a meu respeito. Fui muito cobrada no período de ostracismo. As pessoas que realmente gostam de mim, e gostam do que eu escrevo sentiram falta. Explicava que era uma fase e estava com bloqueio, que ia passar e logo, logo eu voltaria, mas não era convincente, não convencia nem a mim mesma.

Até que um belo dia eu me peguei com vontade de escrever. Tentei, mas não conseguia conectar as idéias. É como se elas não se encaixassem. Estava faltando alguma coisa. Descobri, então que ainda estava, menos, mas ainda estava me preocupando com o que as pessoas achariam quando lessem meu texto. Eu ainda não estava preparada.

Aí hoje, numa bela manhã de terça-feira eu acordei com uma vontade incontrolável de expor o que está me inundando. E o mais gostoso de tudo isso, é que acordei com a certeza da liberdade. Eu sou livre pra escrever o que me der vontade e as pessoas são livres para lerem ou não o que eu escrevo. Gostar ou não gostar é outro quesito que podemos discutir depois.

Eu decidi que vou filtrar as críticas que receber. Quando me soarem negativas e desdenhosas simplesmente serão ignoradas. As que somarem e trouxerem uma mensagem de incentivo, ou uma dica para melhorar, serão muito bem-vindas e guardadas com carinho. Eu nunca vou conseguir agradar todas as pessoas, jamais me atreveria a isso, esse não é o meu objetivo. Não espero ser além, mas não aceito ficar aquém, quero dar uma parcela de contribuição. O que eu imagino é a oportunidade de poder ajudar as pessoas através do que eu escrevo. Vou ser cuidadosa para não perder o foco e a essência, mas não vou me ater ao fato de agradar ou de não agradar isso é consequência.

Que sejamos mais nós e menos o que os outros acham. Que nos preocupemos mais como nossa essência e menos com julgamentos alheios.



Verônica

Um comentário:

Mirys disse...

Clap, clap, clap!!!
Quando eu crescer, quero ser igual a você! ;)

Bjos e bençãos.
Mirys
www.umabaguncadeliciosa.blogspot.com