sábado, 30 de junho de 2012

Amor à distância...



Já tinha decidido não escrever hoje. Não me encontro nos meus melhores dias, cabeça não está boa, coração não está tranquilo e compartilhar angústia não é o meu forte. Decidi então ouvir uma boa música, para acalmar a alma. Coloquei Alceu Valença pra tocar e Alceu citou Rubem Braga que me fez recordar de um texto que amo. Aliás, eu amo Rubem Braga. Já falei aqui, já até compartilhei um texto dele. Esse texto que compartilho hoje fala sobre amor à distância. Rubem aconselha a não amar à distância. A mensagem que eu captei dessas belas linhas é que o amor à distância não é bom, as vezes moramos na mesma cidade que a pessoa amada, pode ser até na mesma casa, no mesmo bairro. Enfim, você pode estar ao lado da pesso, mas ama à distância. Parece que um oceano os afasta. Uma barreira os impede de se aproximarem. Uma multidão os separa. Pode ser um oceano de dúvidas. Uma barreiras de hábitos, uma multidão de pessoas que nada agregam, só afastam. Enfim, que possamos compreender que a questão "distância" está muito além da geografia.

A seguir, o texto!

Bom final de semana!

Verônica



Não ameis à distância

Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em cada uma dessas cidades há uma pessoa, e essas pessoas tão distantes acaso pensareis que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor a distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e além disso, que se diriam? Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida, cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu a semana passada... e as semanas passam de maneira assustadora os domingos se precipitam mal começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando - "outra semana!" e as quartas já tem um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em agosto...
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira e os astrônomos não dizem que muitas vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela jurando pela sua existência - e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direis que não importa a estrela em si mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma, o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal, o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui - e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro, está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos...
Não ameis à distância, não ameis, não ameis!

Rubem Braga

sexta-feira, 29 de junho de 2012

E Eles uniram-se, Enfim!


(by Cinthya)

Então foi um mundo de mágoas que inundou aqueles corações por tanto tempo. Tantas manhãs de desejo se transforam em maldizeres e reclamações. Tanto rancor se acumulou e, sinceramente, não sei por que precisa ser assim. Onde antes se guardava o amor, de repente se sente apenas o rancor a invadir, a raiva a queimar e tirar o sono. Acusações de toda forma surgem a todo instante e o clima é de guerra, não tem jeito.
A filha deles é apenas dela e esse é o único elo que ainda os mantem “unidos” nessa guerra interminável. Não tem como falar o nome sem que a onda de ressentimentos a invada, não tem como precisar de um apoio na hora de cuidar da filha e não sentir raiva por saber que o genitor está agora a curtir a noite, em outros braços certamente. Não tem como não ver, não sentir, não chorar.
E a gente se pergunta “onde foi parar o amor?”. Será que evaporou-se? Desgastou-se até acabar-se por completo? Ou será que ele apenas se camuflou atrás de uma mágoa enorme e sem cura? Será que em momento algum as dores abrirão espaço para que as lembranças dos dias doces ressurjam e banhem com um pouco de pétalas aquele campo tão sofrido?
O temo passou. A vida deu suas voltas, suas idas e suas vindas e numa dessas aliviou os corações. Eles permitiram que as mágoas assentassem, permitiram escarrar o orgulho ferido e arremessa-lo bem longe. Eles assumiram que o amor não havia se transformado em mágoa, ele apenas se escondeu, para que o rancor tivesse seus dias de glória.
Eles cresceram ganharam algumas rugas. Amadureceram a alma e cansaram o corpo. Penaram, apanharam, mas cresceram e agora os corações estão limpos. E, enfim, eles poderão viver a história que a vida lhes reservou. O tempo não volta, é bem verdade, mas ainda há muito tempo para viver o que surgir daqui pra frente. O passado só passa para quem amadurece e entende que a vida oferece sempre uma nova chance para ser feliz!
Aproveitem!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vou lhe fazer um pedido...



... Aliás, eu não. Vinicius de Moraes. Afinal, ele sabe pedir, infinitamente, melhor que eu.

Prestenção!

Verônica

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.
Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : 'Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!'
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus.
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas ? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Eu não vou estranhar o céu . . . Sabe porque?
Porque... Ser seu amigo já é um pedaço dele!

Vinicius De Moraes

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A Pessoa Errada (?)




(by Cinthya)
Numa multidão de rostos os meus olhos perdem-se desanimados. Parece mesmo que não existe a tal pessoa certa. O encaixe perfeito, simetricamente calculado para dar certo! Não. Parece mesmo não existir esse que venha para preencher meticulosamente os espaços em mim.
Parece que não hei de achar a tal fórmula mágica, a medida certa. Afinidade de gostos, pensamentos, sentimentos e desejos. Parece que não existe a pessoa certa, o momento certo, a medida certa.
Então que venha o que não é esperado, tampouco procurado. Que venha o que não busquei, o que surpreende pela autenticidade de ser exatamente o oposto do que desenhei, no entanto, preenchendo todos os quesitos de uma forma sua, não da forma que eu “exijo”.
Que venha a Pessoa Errada para me ajudar a pôr ordem na casa... Luiz Fernando Veríssimo, com a maestria que lhe é peculiar, nos fala sobre os poderes da pessoa errada em nossas vidas. Boa leitura!


A Pessoa Errada
Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa, que se você for parar pra pensar, é na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas.Mas nem sempre precisamos das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é para na hora que vocês se encontrarem a entrega seja muito mais verdadeira.A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lagrimas, essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma inesquecível noite de amor. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar toda a vida esperando você.A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo, porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, pensando, agindo, querendo e conseguindo. Só assim, é possível chegar aquele momento do dia em que a gente diz: "Graças a Deus, deu tudo certo!", quando na verdade, tudo o que Ele quer, é que a gente encontre a pessoa errada, Para que as coisas comecem a realmente funcionar direito prá gente.
Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução.
Luís Fernando Veríssimo

terça-feira, 26 de junho de 2012

Vamos falar de amor?



Tá bom... eu sei que é um assunto complicado, então... vamos falar de nós?

Fale algo que, mesmo achando irrelevante, possa me ajudar a desvendar esse mistério que nos envolve... Me fale do você. Dos seus sentimentos, dos seus medo, das suas frutrações, dos seus planos e me deixe decidir se vale a pena ficar, ou se devo partir.

Me diga algo que me ajude a te conhecer melhor.

A gente sempre se envolve em vários assuntos, falamos dos outros, dos nossos amores antigos, da correria do cotidiano, da noticia do jornal, da menina do tempo, dos fenômenos naturais, mas nunca de nós.

Você sabe onde estive, o que fiz, o que gosto de comer, como durmo, que horas durmo, sabe até o livro que estou lendo, mas não sabe o que se passa no meu coração.

Você tem uma habilidade incrivel de desviar de perguntas importantes, pula de um assunto pro outro sem que eu perceba.

Você me olha de um jeito diferente, chega a passar sentimento no olhar. Mas, não me diz o que se passa no seu coração... Ainda se dá ao trabalho de cantar pra mim "Eu não sei parar de te olhar, eu não sei parar de te olhar, eu não me canso de olhar, não vou parar de te olhar..."

Não é uma simples impressão minha, os intermináveis minutos que passamos olhando, um dentro do olho do outro, emana sentimentos. Voce não diz, eu percebo e quando me atrevo a perguntar me deparo com a resposta "só estou te olhando, não posso?" Mesmo sabendo que não era aquilo, eu me contento em ler nas entrelinhas e traduzir do meu jeito o sentimento que nos envolve. Pode! Pode olhar, pode sentir e se possivel, pode falar...

Vamos falar dos nossos sentimentos? Não somos mais crianças para fugirmos desses assuntos embaraçosos. Sempre tentei levar numa boa, mas agora não dá mais. Vamos parar de fazer o jogo do superficial.

Vamos abrir nossos corações e deixar que eles falem?



Verônica

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Casar Ou Tomar Posse?





(by Cinthya)

Certa vez eu li um livro bastante interessante cujo nome era “Ninguém é de Ninguém”, esse livro não tratava de pegação geral, de ‘piriguetismo’ ou algo do gênero. Muito pelo contrário. Esse livro explanava a condição de liberdade do ser humano e que ninguém pode mudar isso. Por mais que se tente, você nunca será dono de ninguém.
Reparando alguns casais do meu convívio percebo que muito raramente se aplica essa máxima de que ninguém é ninguém. É muito comum ver as pessoas querendo satisfação de cada passo dado, de cada olhar, de cada minuto de atraso ou simplesmente de cada saída do ambiente.  Opinar nas roupas, no emprego, na vida familiar e até no jeito de se comportar.
Em tudo as pessoas querem ter o controle sobre o outro, como se o casamento lhes desse uma escritura de poder absoluto sobre aquela pessoa. Como se, ao casar, você passasse a exercer plenos poderes sobre a vida do outro, quase que anulando sua individualidade. Quase que esquecendo que um existe independentemente do outro.
Quando se vive num monitoramento incansável sobre o outro, acaba-se esquecendo de si próprio. Abre espaço para uma vida de cobrança, de sufocamento, de ciúmes, de desequilíbrio. Não é saudável querer o comando de tudo, inclusive da vida do parceiro. As pessoas deveriam casar apenas para construir uma vida a dois, com a pessoa com quem se tem afinidade, respeito, amor e nunca com a intenção de tomar posse do outro, de “segurar” o outro, de “prender” o outro.  E isso é ingenuidade, pois ninguém é preso o bastante que não possa dar uma escapulidinha. Ninguém é vigiado o bastante que não tenha uma brecha para fugir e não querer mais voltar.
Quando vejo as pessoas se anulando por conta de um relacionamento amoroso ou então tomando posse do outro em decorrência de um papel assinado, me dá um calafrio e uma certeza de que não quero isso pra minha vida, porque ninguém é feliz em qualquer uma dessas situações.
As pessoas têm que ser bem resolvidas. Têm que ter amor próprio e respeito ao próximo.  As pessoas têm que ter a consciência de que ninguém toma posse de ninguém. Nem os filhos que nascem de nós, nos pertencem, imagina então uma pessoa que já conhecemos adulto, com sua própria história já escrita. Não. Definitivamente, não se toma posse de ninguém.
Ou se casa na certeza madura de que as pessoas são livres, de que as vontades nem sempre coincidem e que a individualidade sempre existirá e tem que ser respeitada e assim, tenta-se viver uma vida de construções ou assina a certidão de casamento achando que está assinando uma escritura e vai viver uma vida de aparência onde a cobrança excessiva sufoca e não deixa o casamento ser o que deveria.
Casar não é tomar posse, por mais que isso doa, as pessoas têm que entender que o parceiro é livre, que os dois são livres, embora casados. Tem que se respeitar isso para que a união seja de sucesso. Eu sei que não deve ser fácil você assumir que o ser amado é livre e que vive indiferente da sua vontade, mas... Pior que isso deve ser viver sentindo-se sufocado por quem deveria lhe dar apenas amor.
Para certos assuntos na vida, não existem garantias e talvez a magia esteja justamente nisso. É uma construção diária, a manutenção é constante, o cuidado, o zelo e o querer bem precisam ser exercitados todo santo dia e na medida certa, pois tudo em escassez faz desanimar e tudo em excesso, sufoca. Difícil? Também acho. Por isso meu estado civil ainda é Solteira!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Melhor Festa do Mundo


(by Cinthya)
Eu não sei explicar a dimensão de minha euforia quando adentro o mês de junho. É algo tão envolvente, tão contagiante, tão enraizado que mexe com tudo em mim. Logo logo me visitam as lembranças da infância, da época em que morava num pé-de-serra e onde os costumes eram ainda mais aguçados. Fogueira no terreiro, banderolas espalhadas enfeitavam as noites frias de junho no sertão do Araripe.
Crianças brincando de chuvinhas, estalinhos. Moçoilas a fazer simpatias em busca da primeira letra daquele que as levará ao altar. Senhores e Senhoras a conversar, cantarolar, dançar. A sanfona sempre foi o instrumento maior dos festejos juninos. As cores das chitas a encher os olhos de alegria.
Nem precisava uma mega festa, a gente já era feliz assim. O velho Luiz Gonzaga a tocar no vitrola, quadrilhas improvisadas, pamonha, canjica, mungunzá, bolo de milho, licor, quentão e tudo de gostoso que a culinária nordestina tem para oferecer nesse mágico mês junino me enchem de gula e uns quilinhos a mais. Adoro tudo!
Hoje já não moro no meu pé-de-serra e confesso que sinto saudades imensas de lá. Mas aqui o São João também existe e de uma forma MEGA presente. Uma superestrutura, muitas atrações, milhões de pessoas em 15 dias de muitos festejos, gente bonita, alegria e orgulho de presentar os visitantes com um evento tão bonito onde o tradicional e o inovador se mesclam para deixar tudo ainda mais envolvente.
Petrolina está linda! O nordeste está lindo! A fogueira está acesa e nós estamos de braços abertos para receber todos que queiram conhecer e se apaixonar pela festa mais bonita e mais aconchegante que possa existir. O São João é a expressão mais viva da alma nordestina. A simplicidade mesclada com alegria, com entusiasmo, com a força fazem de nós os donos desse evento tão marcante.
Na Paraíba (Campina Grande), na Bahia (Senhor do Bonfim), em Pernambuco (Caruaru, Araripina, Petrolina), não importa. Aonde você chegar, será bem recebido. E onde quer que vá encontrará sempre um sorriso aberto de um povo que ama ser feliz e dar felicidade aos outros.
Sertanejo é assim, antes de tudo, um forte. Antes de tudo, feliz. Antes de tudo, acolhedor. Antes de tudo, o dono da melhor festa do mundo: São João!
É centenário de Luz Gonzaga e talvez isso explique esse brilho diferente que as festas estão tendo esse ano. Ele é o Rei do Baião, sempre será inesquecível e eu tenho muito orgulho de tê-lo conhecido, de tê-lo ouvido desde criança, enfim. É São João, minha gente!
Vem pra cá, vem!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Falando Por Mim



Hoje, as palavras me faltaram e Caio Fernando de Abreu falará por mim...

Verônica




Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…

Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende?

Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?

Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.

Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. … E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura

(Caio F de Abreu)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quero Colo


(by Cinthya)

Exatamente assim. Pesada, sufocada. Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções.
Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros ... quero parar de me doar e começar a receber.
Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências... eu vou gostando... eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou... e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos... e vou... dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.

(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 19 de junho de 2012

O Descompasso da Dança


Bailando ao som dos acordes do destino, nossa dança não entra em compasso. Nossos passos não se encaixam e nosso rítmo destoa... Bailamos numa ciranda confusa. Você quer conduzir, eu não quero ser conduzida. Você quer rock e eu quero salsa. Você vai para um lado e eu vou para o outro.

Vamos organizar nossos passos, desorganizando tudo? Então, dai-me o prazer dessa contra-dança? Não quero uma dança de salão como bailarinos profissionais e passos milimétricamente precisos. Quero conduzir e ser conduzida à pista do coração, em passos calmos e apreciando a leveza do som, num bailar compassado, mas sem regras, sem recordações e sem lembranças tristes do passado.

O rítmo que pretendo seguir são as batidas do nossos corações, me abrace forte, me tome em seus braços e ouça os sons das nossas emoções, deixe essas emoções nos levar. Não se preocupe com as outras pessoas. Não ligue se elas estão olhando. Não se incomode se para elas estamos fora de rítmo. Estamos fazendo o nosso próprio rítmo.

Você me tirou para dançar de uma maneira insegura, com medo da recusa, com o instinto de auto-proteção aguçado, e pensando que a melhor defesa é o ataque. Relaxe! Se desarme. Se desfaça desse clima tenso e pesado. Encare as coisas com a leveza que elas possuem. Encare essa dança como uma simples, leve e suave dança.

Ao aceitar dançar com você, eu tive medo, confesso! Quis desistir e você me segurou. Me convenceu a continuar. Concordei e me soltei. Comecei a me divertir e entrei no clima. Subitamente você mudou de ideia e me deixou bailando sozinha no meio do salão.

Com a naturalidade e a confiança de quem sabe o que quer e o que está fazendo, voltei para o meu lugar com um sorriso no rosto. Ainda confusa e cheia de dúvidas sim! Mas, com a dignidade inabalada e a certeza de que quem perdeu o prazer dessa dança foi você.


Verônica

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Tal Pai, Tal filho



(by Cinthya)
Pra mim é muito gostoso perceber as mudanças que a vida sofre. Chego a ficar emocionada quando reparo que as mudanças chegam, mas que mesmo assim, continuo perto de quem amo, dos amigos amados. Não faz muito tempo, estávamos todos numa vibe de festas, zueira, baladas, madrugadas cheias de história que recheiam o livro divertido de nossas vidas.
Hoje, chego a ficar emocionada ao perceber o rumo que cada um de nós tomou. Numa reunião esse final de semana, cheguei a ficar emocionada ao nos ver juntos de novo, mas agora com nossos filhos, nossas crianças nascidas ou a caminho. Perceber a empatia de nossos filhotes que por vezes é instantânea, por vezes nem tanto, mas que nos final das contas todos brincam e se entendem.
Ver-nos apaziguando os conflitos que nascem entre nossas crianças também é algo interessante. Cada pai/mãe mantem uma postura neutra na tentativa de fazer nossos pequenos entenderem a melhor opção de todas: socializar-se! E no nosso meio não existe esse lance de adultos brigando em decorrência dos atritos das crianças. Aqui todo mundo é grande o suficiente para entender que criança é criança e precisa apenas ser educada, principalmente com nosso exemplo de equilíbrio.
Amigas grávidas, amigas com filho bebê, amigas casando, amigas solteiras, amigos pais. É... Nós crescemos. Hoje temos família, filhos. Hoje algumas rugas povoam a nossa face, alguns fios brancos mesclam nossa cabeleira. Preocupações novas, com coisas novas preenchem a nossa mente. Mas é tudo muito gostoso.
Sinceramente, sinto-me emocionada ao nos ver assim: crescidos. Ao ver nossos filhos correndo e brincando (ora brincando, ora brigando), e nós ainda juntos a sorrir como nos velhos tempos, a planejar, a relembrar, a viver a amizade tão gostosa que habita nossos corações. Que nossas crianças possam ser abençoadas com a mesma sorte de construir amizades eternas.
E desejo muito profundamente que alcancemos a nossa velhice, e possamos ver nossos filhos com seus filhos, e possamos ainda dar muita risada, lembrar de muita coisa e dar à vida a leveza que ela merece ter. Amém.

sábado, 16 de junho de 2012

Começou!


O São João de Petrolina!!

de 15 a 30 de Junho as melhores atrações de forró e sertanejo passarão por aqui.

Confiram a programação e fotos da festa em http://www.saojoaodovale.com.br/

Vem dançar forró, meu povo!!

Verônica

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Já Não Sei Mais Nada



(by Cinthya)

Não esperar nada do que não se pode prometer. Não prometer nada do que não se pode fazer. Não alimentar nada que não tenha base firme e forte. Não regar as ilusões que acabam crescendo e tomando espaço de quase tudo dentro de nós. Não pensar muito no que pode ser, no que deveria ser, no que queremos que seja.
Não. Não se sabe de nada. Não se espera nada. Não promete nada. Amanhã é outro dia, provavelmente bem diferente do hoje (ou não). Daqui a pouco o sol nasce e traz de volta um leque de lembranças, compromissos, cobranças, e um monte de coisa que acaba por preencher por completo a mente.
Deixar as coisas leves e aprender de uma vez por todas a não se criar tanta expectativa. Apenas curtir. Apenas viver. Deixar a mente no hoje, se entregar ao agora. Viver. Como se fosse um “Para Sempre” em um minuto. A eternidade compactada numa noite, num abraço, num gozo.
E assim saborear uma outra forma de levar a vida. Permitir-se voar, criar asas, sair por aí a passear sem necessariamente saber onde vai chegar. Evitar planejamentos de um só (onde quase sempre se quebra a cara). Aliás, evitar planejamentos. Apenas se permitir. Permitir viver na certeza de que a felicidade é merecida. Na certeza de que a felicidade é o objetivo e ele pode ser alcançado.
Assim... Não me pergunte o que vai ser. Não me cobre resultados. Não questione sobre coisas que eu não sei. Eu sou hoje. E se hoje eu estou aqui, aproveite e me ame, me faça o melhor e da melhor forma, me leve às nuvens, me faça sua. Agora. Depois disso, não sei de mais nada. Não cobre e não espere.
Sejamos felizes, apenas.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ansiedade




Dizem que a depressão é considerada o mal do século, eu não concordo! Acho que a depressão é uma das consequências negativas de uma rotina diária de atropelos e urgências.

Acho que a ansiedade é o mal do século. E eu sofro disso. Essa semana, conversando com uma pessoa que está me submetendo a um processo avaliativo, pude constatar que sofro desse mal. Sou ansiosa, imediatista, quero tudo pra ontem e em algumas vezes costumo enfiar os pés pelas mãos. Ou, como diz minha mãe: "Colocar o carro na frente dos bois". Depois me arrependo, corrijo meu erro, volto atrás, peço perdão, mas enfim... Já fiz! Queria não ter feito. Sou ansiosa sim e quem convive comigo sabe, basta ter um pouco de sensibilidade para perceber isso.

Me considero uma pessoa estável, não tenho sobressaltos nem costumo variar de um extremo a outro nos sentimentos, mas é fato que sou apressadinha. Tenho pedido a Deus pra me ajudar a desenvolver a doce arte da resiliência. Ser branda, paciente e ponderada requer uma força de vontade muito grande. Tenho tentado trabalhar isso em mim, mas confesso que não é fácil. Tenho obtido êxito em algumas ocasiões, tem valido a pena. Calar quando a vontade é de falar, me conter quando a vontade é de explodir e dissimular indiferença quando sou ferida de morte é uma tarefa complicada, mas eu sou forte. Tenho conseguido.

O fato é que conter a ansiedade é uma progressão, acontece lenta e dolorosamente a pessoa precisa querer muito e ter força de vontade para não desistir no meio do caminho. Caminhamos a passos curtos qualquer deslize e você volta pra estaca zero. Confesso que desenvolver a serenidade em mim está se tornado uma delícia.

Vai um chá de paciência aí?

Verônica

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Casamento Não É O Meu Foco


(by Cinthya)

Especialmente nessa semana onde todo mundo só fala em namorados, presentes, amores, promessas e companheiros eu me voltei para uma velha questão que vez ou outra povoa minha mente e ameaça o tão almejado equilíbrio. Estava eu numa dessas longas conversas com uma amiga sobre esse assunto que eu intitulava “Eu Não Sei Amar”.

Ela toda amorosa tentava me provar que o problema não estava em mim, que eu não cobrasse tanto de mim mesma e que não ficasse a me torturar tempo maior que o necessário. Essa tortura a que ela se refere é o meu questionamento inevitável sempre que um relacionamento não dá certo, empaca, dá com os burros n’água. Analiso o que aconteceu, o que não aconteceu, mas poderia ter acontecido e o que aconteceu e não precisava acontecer. Busco e rebusco numa tentativa de não me tornar uma pessoa inflexível, de saber reconhecer onde posso melhorar, e correr atrás disso. Enfim, acabou. Acabou. Bola pra frente, olhar firme no que virá de novo. Não gosto de render homenagem a problemas. Mas acho importante fazer esse estudo, pelo meu bem e pela minha evolução enquanto pessoa.

Daí nessas minhas auto-análises eu percebi uma coisa que até o momento eu não havia percebido. Eu descobri que a questão pode ser muito simples: viver um relacionamento amoroso não é o foco da minha vida. Não vivo em função dessa finalidade. Não é uma meta traçada pela qual eu sacrifique algo para consegui-la. Não. Sinceramente não é.

Então vendo por esse lado, não posso ser tão dura comigo mesma. Eu não sou incompetente. Sou uma mulher bonita, inteligente, no auge dos meus lindos trinta e seis anos, mãe, filha, irmã e amiga. Profissional comprometida, sensível, leal, vaidosa e humana. Definitivamente eu não sou incompetente.

As metas traçadas são alcançadas. Como exemplo, O Divã Dellas começou com 60 acessos diários, sendo que desses sessenta, vinte e cinco eram meus, vinte e cinco eram da Verônica e dez das nossas amigas. Hoje, um ano e sete meses depois, comemoramos quase 2.000 mil acessos/dia.

O Blog em livro começa a nascer nas nossas mentes, e logo logo ganhará vida. A isso dou foco. E quando eu me empenho, a coisa acontece. E acontece bonito, de forma que vem pra ficar. Como dizem por aqui, “eu chego chegando”.

Então, eu não tenho casamento como meta na minha vida, dessa forma não precisa muito esforço dos homens com quem me envolvo para que eu decida partir e seguir com minha liberdade. Eles não precisam errar muito. Basta eu sentir uma desarmonia entre o que quero e o que recebo. Basta eu sentir que o amor que recebo não é genuíno como o que dou. Que o cara não está inteiro, que rolou uma mentira, que tem algemas escondidas no bolso e prontas para “enfeitarem” meus pulsos.

A culpa não é minha. A culpa não é deles. Apenas não consigo passar muito tempo encantada por alguém que não acompanha meus passos. Ou eu canso ou cansa ele. Não tenho nenhum problema em seguir adiante. Deixar pra trás que não promete futuro e seguir. Apenas seguir. Acho esse processo natural e por conta dessa naturalidade, muitas pessoas me julgam e me condenam como insensível.

Acho que o amor bem sucedido começa no amor próprio, depois, ao próximo. Ninguém que não seja bem resolvido vai conseguir se sair bem numa relação, ou ainda, se sair bem de uma relação. Ninguém ama muito tempo uma pessoa que não lhe desperte admiração.

Então, no dia que casamento passar a ser meu foco e minha meta, sem dúvidas, casarei e será pra valer. Com um homem surpreendente, encantador, dono de si, louco, feliz e bem parecido comigo: leve. E se um dia acabar, ele não vai me excluir do seu Facebook, nem apagar meu numero do seu celular, me bloquear no Msn. Apenas vai entender que a nossa história linda chegou ao fim e que tanto um quanto o outro tem o direito de partir. Isso é natural.

Então, eu não sou incompetente, não sou amarga, não sou insensível e o fato de eu estar só não quer dizer que "eu não sei amar"... O motivo é bem mais simples: apenas tenho outro foco que, por acaso, não é o casamento.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Feliz!!



Hoje o dia em que o comércio faz propagandas apelativas incentivando o consumismo, enche nossos olhos e nossas casas com a afirmativa de que amor se demonstra com presente. Onde as equipes de marketing e propaganda das empresas se superam ao passar a falsa imagem de que nesse dia, só nesse dia, é dia de presentar, de estar junto, de fazer carinho, de sair pra se divertir. Etc...

Nesse dia as solteiras se descabelam porque não têm um namorado e aí vem toda aquela crise existencial de se lamentar porque o mundo inteiro conspira contra. O inferno astral se estabelece, a tristeza chega e arma acampamento pelo simples fato de estar sozinha.

É agora que as comprometidas beiram o infarto por causa da dúvida de "o que dar para o amor?" Não pode cometer o erro de dar um presente que ele não goste, nem sobra muitas opções porque é complicado demais presentear um homem, enfim...

Se você é solteira, não se descabele! É melhor você passar esse dia sozinha do que os outros 364 dias do ano sofrendo toda sorte de humilhações e tristezas por estar com a pessoa errada. É melhor ser uma solteira feliz a uma comprometida infeliz.

Se você está namorando não se preocupe com o presente, amor, respeito, carinho e companheirismo são mais importantes que presentes. As lembranças, as melhores e mais doces lembranças são cultivadas muitas vezes, por causa de pequenos gestos e não por um embrulho bonito.

Existem as que estão solteiras, as que estão namorando e existe também um terceiro setor. Nele nem estão solteiras, nem comprometidas, estão as felizes com a certeza de que um relacionamento não depende de nomenclatura e nem de roteiros. Nesse setor, eu e Cinthya nos encaixamos.

Pela primeira vez compartilhamos do mesmo "status" nem estamos solteiras e nem estamos namorando, estamos felizes, vivendo o que a vida tem melhor, curtindo cada momento como se fosse o último e sorrindo das coisas bobas. Assim, comemoramos esse dia e pretendemos comemorar os outros dias que virão.

Caso nossos status sejam alterados compartilharemos aqui. Por enquanto, estamos vivendo as delícias da vida sem nos preocuparmos com amarras impostas por uma sociedade hipócrita que cultua a aparência e despreza o caráter.

Um dia li uma frase que dizia mais ou menos assim: "No dia da árvore ninguém quer passar o dia ao lado de uma árvore, no dia do índio ninguém quer passar o dia beijando na boca de um índio, então, pra quê essa frescura com o dia dos namorados?" Concordo e assino em baixo!

Nossa mensagem é: Seja feliz sozinha ou acompanhada! Das escolhas que fará a prioridade deve ser a felicidade sempre!

Feliz dia dos namorados, dos solteiros e daqueles não são nem uma coisa nem outra!

Verônica

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quando É Apenas Felicidade


(by Cinthya)

Ultimamente tenho me sentido sugada pelos acontecimentos. Como se o mundo tentasse me engolir a cada situação imensa e desagradável que me acontece, como se houvesse um plano de tentar apagar a capacidade de enxergar as coisas belas e que me fazem bem, que me trazem sorrisos e acendem sonhos. É isso. Definitivamente têm sido escassos esses momentos leves.

Então foi com muita satisfação que saboreei uma situação dessas esses dias. Foi um momento apenas, foram minutos, mas que foram antecedidos por uma série de coisas especiais, como se fosse mesmo uma preparação. Sabe quando você está bem e quer realmente que todos vejam que está bem? Eu estava assim: completamente envolvida com a vida.

Então, num certo ponto, a minha alma apossou-se de uma leveza que há muito eu não sentia. Uma sensação maravilhosa de ‘estar viva’, de gratidão. E um filme começou a passar pela minha mente, lembranças de tantos amores vividos, de tantos ‘eu te amo’ escutados e também proferidos. Tantos momentos únicos, tantas histórias lindas. Amizades tão sinceras. Conquistas. Planos, metas, sorrisos. Viagens, pessoas, importâncias, vida.

O sol estava se pondo e no som do carro uma musica que eu canto com a alma. É sempre assim, quando as coisas se conectam tudo conspira a favor do momento. A companhia agradável de uma pessoa que não sai de mim, o final de tarde, minha alma leve, um silêncio mágico. Viajei sem amarras, sem censuras e sem medo. Sem limites aproveitei esse pólen que a rosa da vida há tempos escondia de mim.

Foi uma tarde mágica. Daquelas que a gente arruma os cabelos com prazer, pinta as unhas de vermelho, usa o melhor perfume, a sandália da sorte, se olha no espelho e sorri: Estou linda! Eu estava mesmo conectada com a vida, numa gratidão sem tamanho. E o que veio depois apenas concretizou o que eu sentia. As músicas, os cheiros, os amigos, os amores. Tudo conectado (e não era episódio de Malhaçã) numa prova de que existe uma força maior.

Então que essa sensação venha em doses cavalares, ininterruptas, pois eu me sinto muito bem nessa condição. Muita felicidade para todos. E nunca esqueçam, sempre vale a pena viver. E a felicidade vem assim, em pedaços, em retalhos. Que possamos perceber e viver isso.

sábado, 9 de junho de 2012

"A Mulher Em Mim"


(by Cinthya)

As janelas do carro estavam abertas e o vento insistia em desalinhar meus cabelos. Eu estava calada, introspectiva. Apenas sentia aquele calor que a presença dele me traz. Um acelerar de coração que me deixa deliciosamente confusa. Eu fixava o olhar nele, sabendo que o deixava sem graça. Tanto tempo não foi capaz de apagar por completo essa chama.

A gente se encaixa por vários motivos. Sabemos muito da vida do outro. "Detalhes tão pequenos de nós dois" sempre surgem em meio as lembranças. Coisas engraçadas, momentos tristes e, acima de tudo, muito desejo, muita cumplicidade e admiração.

Quebrando o silêncio ele disse: "Para você, essa música":

A Mulher Em Mim
(Roberta Miranda)

Em meu coração
Os amores vem e vão
Quando pude escolher
Me cansei de perder

Não vai ser sempre assim
Não sou tão forte assim
Alguém vou encontrar
E assim sem esperar

A mulher em mim
Vai então pedir
Fala de amor
Me faz ser feliz
Porque é assim que eu sou
Ah eu preciso dizer
Que a mulher em mim
Precisa de um homem
Que é você

Quando o mundo for demais
A lua fria e o sol fulgaz
Se quiser se esconder
Eu escondo você

A mulher em mim
Vai então pedir
Fala de amor
Ah me faz ser feliz
Porque é assim que eu sou
Ah eu preciso dizer
Que a mulher em mim
Precisa de um homem
Que é você

Que a mulher em mim
Precisa de um homem
Que é você

sexta-feira, 8 de junho de 2012

José



E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Era Uma Vez Meu Mundo



(by Cinthya)
Era uma vez uma menina que sonhava...
Sonhava sonhos tão lindos e tão desejados que podia sentir sua alma naqueles campos tão longínquos.  Corria livre e leve. Tinha sempre um sorriso nos lábio e paz no coração.
Lá ninguém a perturbava. Podia ser o que era sem nenhum problema. Falava quando queria e apenas o que queria falar. Ouvia apenas o que queria ouvir, aliás, no seu sonho apenas as pessoas felizes se faziam presentes.
As coisas eram tão cheias de flores e cores que, por muitas e muitas vezes ela se achava dentro de uma tela de Monet, deslizando deliciosamente sobre sua tinta, perdida num mar de cores misturadas harmonicamente.
Horas e horas ela ficava nesse mundo... E bastava falar dele para os outros para que todos ficassem horas e horas a ouvi-la, todos hipnotizados pela mesma magia, pelo mesmo gosto gostoso da paz de espírito.
Daí ela cresceu. Cresceu e descobriu que nem tudo é igual ao que ela tinha em mente. Descobriu que por muitas e muitas vezes as pessoas ferem apenas por ferir. Falam coisas que não precisavam falar e com isso fazem outras chorarem. Descobriu também que o egoísmo é muito mais presente e atuante do que precisaria ser.
Com o passar do tempo ela percebeu que muito do que ela reprova nos outros, também encontra em si mesma e que tem que estar num esforço constante de policiamento para que não embarque na mesma onda. Ela descobriu que a maldade existe, que nem todo mundo a ama, que algumas pessoas lhe desejam o mal.
Hoje ela sabe que o mundo não é tão cor de rosa, que muitas vezes a tela não é de Monet e sim de Van Gogh, com traçados confusos e tremidos, como se o vento batesse forte tirando a linearidade das formas. Como se o pintor, ele próprio, estivesse confuso e perturbado.
Hoje ela luta contra muitas coisas para não deixar de ser a menina que sonha, que apenas sonha e deseja um mundo melhor, pessoas melhores, mais amor, mais entrega, mais verdade, mais fraternidade, mais fartura, mais amizade, mais sorriso e muito, muito mais corações na paz.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Viver ou Juntar Dinheiro?


Ontem eu recebi um texto por email que o Max Gehringer recebeu de um ouvinte. É um texto excelente que fala sobre qualidade de vida x juntar dinheiro. Bom, se o próprio Max não viu necessidade de tecer comentários, imagina só se eu vou me atraver. Não mesmo!

A seguir o texto.

Verônica





Viver ou Juntar Dinheiro? 
Max Gehringer



Recebi uma mensagem muito interessante de um ouvinte da CBN e peço licença para lê-la na íntegra, porque ela nem precisa dos meus comentários.
Lá vai: "Prezado Max, meu nome é Sérgio, tenho 61 anos e pertenço a uma geração azarada: Quando era jovem as pessoas diziam para escutar os mais velhos, que eram mais sábios. Agora dizem que tenho que escutar os jovens, porque são mais inteligentes.

Na semana passada li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa... Aprendi, por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00. Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês, teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante. Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas, então descobri, para minha surpresa, que hoje eu poderia estar milionário.
Bastava não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei e, principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.

Ao concluir os cálculos, percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária.

É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?

Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade. Por isso acho que me sinto absolutamente feliz em ser pobre.
Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer, porque hoje, aos 61 anos, não tenho mais o mesmo pique de jovem, nem a mesma saúde. Portanto, viajar, comer pizzas e cafés, não faz bem na minha idade e roupas, hoje, não vão melhorar muito o meu visual!

Recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que eu fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro em suas contas bancárias, mas sem ter vivido a vida".

"Não eduque o seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz.
Assim, ele saberá o valor das coisas, não o seu preço."

terça-feira, 5 de junho de 2012

(In)Tempestiva Tempestade


(By Cinthya)
Por várias e várias vezes eu me pego analisando o mundo e acreditando que existe algo fora do lugar, errado, mal calculado, desconectado. Penso nos acontecimentos, nas mudanças, no rumo que as coisas, de repente, tomam. Fico perturbada, confesso. Confesso também que por muitas vezes eu acreditei (e algumas vezes ainda acredito) que eu poderia resolver e fazer melhor. Será que todas as pessoas pensam assim ou eu sou uma idiota batizada e doutorada?
Algumas vezes eu questiono o Criador. Questiono os meios que Ele usa para que as coisas aconteçam ou não aconteçam. Esse meu descontentamento vem, normalmente, quando algo grave acontece, me sugando para um escuro no qual eu não queria adentrar. Tudo cai. E, por algum tempo, parece que as forças cessam de verdade.
Mas, justamente nesses momentos o Criador chega e faz o improvável acontecer de forma positiva. De onde menos se espera surge a solução. De algum lugar cai uma lanterna para as minhas mãos e eu começo a enxergar o caminho e buscar a saída. E à medida que caminho, vou recuperando a calma e o equilíbrio.
Em algum ponto de tudo isso, eu paro e olho pra trás. E então reconheço que o que aconteceu tinha um propósito. Que não era nada irremediável. Que me serviu muito. Que as minhas forças são maiores do que eu julgo. Que a minha capacidade de dar a volta por cima também se sobressai a tudo. Entendo, nesse momento, que algumas vezes a Vida tem que me puxar o tapete para que eu perceba que poderia e deveria estar muito além de onde estou hoje.
Eu me acomodo muitas vezes. Estaciono quando o meu potencial poderia me levar muito mais além. Limito-me em reclamações ou medos quando, na verdade, muita coisa espera a minha chegada para que possa acontecer. Sempre foi assim.
No olho do furacão fica difícil me manter firme nessa racionalidade. O vento sopra forte. Mas, me agarrei firme ao bambu. Vou envergar até o chão e esperar a tempestade acalmar. Depois quando perceber que tudo está mais calmo, levanto-me e busco enxergar o propósito de tudo isso. Sim, porque há de haver, mais uma vez, um propósito.
É. Eu tenho mesmo que entender que tempestades sempre existirão e não se importam nem um pouco com o medo que tenho delas. Elas sempre me alcançarão. E eu espero sempre ter sabedoria para sair viva (e renovada) de cada uma delas.
Da mesma forma, as coisas acontecem indiferentemente da minha vontade. E eu tenho, por obrigação e inteligência, que aprender a conviver com isso. Pois, de fato, tem Alguém muito mais Sábio que eu no comando de tudo.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O Espetáculo da Vida





Achei esse texto de Augusto Cury. É um sopro de vida em nossas narinas. É o empurrão que precisamos. Quis compartilhar com vocês, pois não vejo forma melhor de se começar uma semana que tem tudo pra longa.
Um beijo e ótima semana!!

Verônica




O ESPETÁCULO DA VIDA



Que você seja um grande empreendedor. Quando empreender, não tenha medo de falhar. Quando falhar, não tenha receio de chorar. Quando chorar, repense a sua vida, mas não recue. Dê sempre uma nova chance para si mesmo.

Encontre um oásis em seu deserto. Os perdedores vêem os raios. Os vencedores vêem a chuva e a oportunidade de cultivar. Os perdedores paralisam-se diante das perdas e dos fracassos. Os vencedores começam tudo de novo.

Saiba que o maior carrasco do ser humano é ele mesmo. Não seja escravo dos seus pensamentos negativos. Liberte-se da pior prisão do mundo: o cárcere da emoção. O destino raramente é inevitável, mas sim uma escolha. Escolha ser um ser humano consciente, livre e inteligente.

Sua vida é mais importante do que todo o ouro do mundo. Mais bela que as estrelas: obra-prima do Autor da vida. Apesar dos seus defeitos, você não é um número na multidão. Ninguém é igual a você no palco da vida. Você é um ser humano insubstituível.

Jamais desista das pessoas que ama. Jamais desista de ser feliz. Lute sempre pelos seus sonhos. Seja profundamente apaixonado pela vida. Pois a vida é um espetáculo imperdível.

Augusto Cury

sábado, 2 de junho de 2012

Aqui




Eu até consigo me expressar bem, as vezes consigo transformar sentimentos em palavras. Minhas palavras conseguem transmitir a mensagem que pretendo. Consigo expor o q sinto, penso e vejo... Mas, há momentos em que as palavras somem. Você sente mas não consegue dividir.
Nesses momento eu apelo para as músicas, elas transmitem direitinho a mensagem contida em nosso coração.

Portanto, através da música. Deixo minha mensagem. Reforço apenas uma frase:
"Eu nunca disse que iria ser a pessoa certa pra você, mas sou eu quem te adora ..."

Verônica






Aqui
Ana Carolina

Aqui
Eu nunca disse que iria ser
A pessoa certa pra você
Mas sou eu quem te adora
Se fico um tempo sem te procurar
É pra saudade nos aproximar
E eu já não vejo a hora
Eu não consigo esconder
Certo ou errado, eu quero ter você
Você sabe que eu não sei jogar
Não é meu dom representar
Não dá pra disfarçar
Eu tento aparentar frieza mas não dá
É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está

Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar
Te fazer me enxergar e se enxergar em mim

Agora que você parece não ligar
Que já não pensa e já não quer pensar
Dizendo que não sente nada
Estou lembrando menos de você
Falta pouco pra me convencer
Que sou a pessoa errada
Eu não consigo esconder
Certo ou errado, eu quero ter você
Você sabe que eu não sei jogar
Não é meu dom representar
Não dá pra disfarçar
Eu tento aparentar frieza mas não dá
É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está

Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar
Te fazer me enxergar e se enxergar em mim
Aqui

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Das Escolhas Que Eu Fiz


(by Cinthya)

Enxergando a minha vida pelas lentes da lógica, entendo que não posso reclamar de muita coisa. Isso não implica, é claro, em dizer que tudo me agrada ao ponto de eu não querer mudar, melhorar, aprimorar. Não, não é isso. O que quero expor aqui é que eu escolhi estar aqui, tendo o que tenho e sendo quem sou.

Na verdade eu sou simplesmente o resultado das minhas escolhas. Nada mais, nada menos que isso. Eu poderia ter investido na minha carreira numa multinacional, ainda que para isso eu sufocasse minha vida pessoal, mas eu escolhi ganhar menos e ter mais tempo para curtir e criar o meu filho. Abri mão do status em prol de algo mais importante. Que pra mim tem um valor maior. De lá pra cá passei por varias empresas, muitos perrengues, apertos, mas... Consegui ter livre o tempo que o salário alto me tirava.


Eu poderia agora estar casada com um homem que diz me amar, morar próximo ao mar, viver de festas e shows, numa vida que muito me agrada, mas eu escolhi a minha liberdade. Escolhi não viver algemada por um ciúme sem fim, uma desconfiança desnecessária. Preferi continuar sozinha, mas livre, decidindo a minha vida e optando pelo que me agrada.


Eu poderia viver com o pai do meu filho. Poderia ter aceitado a sua aproximação, poderia ter me conformado com sua vida inconstante e instável. Eu poderia sim dizer para todos que questionam sobre o assunto que eu e o pai do meu filho estamos juntos, mas eu preferi não me submeter a uma relação pela metade, com carinhos pela metade, com entrega pela metade (isso existe?). Não. Não tenho talento para fazer de conta. E escolhi deixá-lo à deriva. Segui nas minhas águas, sozinha, mas com a dignidade inteira.


Então é assim que funciona. Eu escolhi ainda morar com os meus pais aos trinta e seis anos. Escolhi ter um filho aos trinta e dois. Eu escolhi estar solteira, da mesma forma que escolhi ser loira. Eu escolhi ser magra. Optei por comprar primeiro a cama e deixar o armário para depois, escolhi me dedicar a escrever para um blog, sem garantia alguma de que isso daria certo. Escolhi publicar um livro e engavetar outro. Escolhi ouvir mais do que falar. Escolhi sufocar muita coisa pelo simples fato de não querer magoar.


O que eu tenho e o que eu não tenho são apenas frutos das escolhas que eu fiz e que eu faço a cada instante da minha vida. Não posso culpar ninguém. Não posso chorar o leite derramado ou me vangloriar pelos resultados positivos porque as escolhas não param. A todo instante as várias opções surgem em minha frente e eu, cautelosamente, escolho o que melhor me parecer.


A nossa responsabilidade sobre as nossas vidas são muito maiores do que imaginamos. E é nosso o poder de escolha. Eu continuo apostando nos meus valores: Amor. Amor. Amor.


Eu escolhi escrever na tentativa de fazer as pessoas entenderem que a felicidade passa o dia quase todo esperando darmos uma brecha para que ela aconteça. Que as coisas simples têm um poder incrível de mudar as nossas vidas. Que os nossos filhos, na maioria das vezes, são espelhos onde refletem os nossos valores e os nossos atos. Que a vida vale a pena. Que o respeito é necessário. Que o amor é a finalidade e o meio.


Eu escolhi ser assim. Algumas vezes reclamo, sinto falta do que não tenho, claro. Mas no fundo,no fundo eu tenho consciência de que eu quis assim, de que em algum lugar eu optei por isso. E se existe agum algoz nessa história, com certeza eu não o encontrarei fora de mim.

E o mais legal de tudo é que, a qualquer momento, posso mudar o rumo, trocar a rota, fazer novas escolhas e apostar mais fichas. Crescer com os enganos, aprender com o comodismo passado.

Agora eu escolho crescer. Sim. É isso que eu escolho. Quebrar as barreiras e mergulhar de vez na minha arte.