quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A Menininha do Papai

Imagem retirada da internet


Para os pais os filhos nunca crescem. Fato! É um clichê, um chavão e está pra lá de batido, mas sua essência é mais que sensata e certa. Não crescem mesmo! Serão sempre as menininhas, ingenuas, doces, frágeis e puras que eles viram nascer.

A precocidade invadiu a nova geração e coisas que no meu tempo, eram raras, inconcebíveis  e espantosas hoje é mais que normal. Eu que dei meu primeiro com quase 15 anos, perdi a virgindade com quase 20 (mainha, se a senhora estiver lendo, peço desculpas por revelar isso em público, mas: eu não sou mais virgem!) vejo meninas com 13, 14 dando aula de sexologia com uma bagagem bem maior que a minha.

Eu sou do tipo que ainda tem vergonha de comprar absorvente na farmácia quando o atendente é homem, vejo adolescentes comprando a pílula do dia seguinte sem cerimônia alguma. Falam de sexo, de filhos, de DSTs, de curtição, pegação, e novas experiências com a simplicidade de quem comenta uma cena de novela.

Meninas com as periquitas esquentando cada dia mais cedo, levando os pais literalmente, à loucura.  Tenho um casal de amigos cuja filha tem 6 anos e já tem um paquerinha fixo na escola, com direito a selinho, mãozinha dada e tudo mais. Tenho uma amiga com uma filha da mesma idade que envia cartinha de amor para um namoradinho em inglês para o pai não descobrir o teor da carta.

Pra piorar o que já não anda bom, ainda temos uma sociedade hipócrita, preconceituosa, limitada e que rotula as pessoas. Meninos que namoram cedo são os garanhões, meninas que namoram cedo são piriguetes.  Eu já cansei de ouvir frases do tipo "Segurem suas cabritas que meu carneiro tá solto." A cobrança, o preconceito e  intolerância em cima das mulheres já começa aí.

Temos uma juventude ávida por descobrir os prazeres da carne. Esquecem a beleza que só a infância acompanhada da ingenuidade oferece. Estão pulando fases. Queimando etapas e o tempo, caprichoso que só ele passa sorrateiro e não volta para oferecer o que foi perdido.

E aí, pais? O que fazer quando os hormônios efervescem? Prender? Proibir? Coagir? Ameaçar? Pior, muito pior... O melhor caminho é orientar, ensinar a diferença entre certo e errado e torcer para que a aborrescente, apressadinha e namoradeira precoce siga o caminho certo. Sim, torcer sim... Chega um momento que os pais perdem o controle da situação. Quando a ebulição começa o controle diminui proporcionalmente.

Tenho um professor (que inclusive foi o autor da ideia e entusiasta desse texto) que tem uma filha de 12 anos, e já se conformou com a ideia de que a filha já já começará a namorar, apesar da pouca idade a moça tem corpo de mulher e já sinalizou a necessidade de "se socializar".  Até acha que ela já deu o primeiro beijo rs. Ele mesmo presencia amigos dando colapso só de imaginarem a ideia de verem as filhas namorando e alguns não aceitam nunca. Como se isso fosse uma decisão deles a época de iniciar o ciclo romântico. Minha sobrinha mais velha, vai fazer 15 anos (meu Deus eu tô ficando velha!!) e meu irmão age como se ela tivesse 5. E nem adianta falar, pra ele ela será sempre a princesinha do papai que precisa de cuidados.

Pais e filhos andam na contra-mão do entendimento quando o quesito é namoro na adolescência. O caminho é se aliarem, pais bem sucedidos são aqueles que conseguem ganhar a confiança dos filhos. Aqueles que conseguem orientar, aconselhar e conseguem se fazer ouvir. Num mundo perigoso, cheio de armadilhas e falsos amigos, certamente os pais serão sempre os melhores amigos dos filhos.

Verônica

Um comentário:

Camila Heloíse disse...

Nossa, saudade de você Verônica... saudade de vir aqui!!