(by Cinthya)
Mania triste a gente tem de acreditar
que podemos ser proprietários das pessoas. Que o simples fato de amarmos alguém
nos dá o direito de posse sobre aquele ser, que jamais poderemos “perdê-lo”,
que ele é nosso, pois essa é a nossa vontade, pois é assim que queremos que
seja. Triste essa nossa convicção.
As pessoas não são propriedades.
Não cabe a nós tomarmos posse dos outros. Cada ser é livre para ir ou vir na
hora que desejar. O fato de sentirmos amor por uma pessoa está longe de gerar
nessa pessoa a obrigação de ficar ao nosso lado, de retribuir o nosso
sentimento, de querer o mesmo que nós. Não, essa não é a forma. Essa não é a
fórmula.
É natural querermos uma relação
sólida, uma pessoa com quem dividir momentos importantes, felicidade, lágrimas,
sonhos, prazeres, medos, conquistas. É natural querermos ter ao nosso lado,
para sempre, a pessoa que escolhemos, a pessoa que entrou na nossa vida
trazendo toneladas de sorrisos e sentimentos, que faz nossos dias serem
melhores, que nos faz pessoas melhores.
Mas ainda assim, isso não nos dá
garantias. A qualquer momento essa pessoa (ou até nós mesmos) pode querer tomar
outro rumo, explorar outro horizonte, respirar outros ares, ir. A qualquer
momento podemos nos deparar com uma curva no caminho e precisaremos encarar
tudo o que vier após essa curva. São as surpresas da vida, nem sempre boas, nem
sempre desejadas. Mas, sempre chegam.
Não existe nada mais raro na vida
de uma pessoa do que a LIBERDADE que lhe foi dada. E quando falo em liberdade, me
refiro a liberdade de espírito, de pensamentos, de crenças, de escolhas, de
poder escolher se quer ficar ou partir.
Deveríamos viver o amor sempre no
presente, dar o melhor de nós no hoje, dizer o que queremos no agora. Dar-se,
jogar-se e doar-se nesse exato momento, pois, o nosso Ser Amado é, antes de
qualquer coisa, um Ser Livre e com isso ele pode querer partir a qualquer
momento e não cabe a nós impedir sua caminhada.
Não somos donos de ninguém. Não mandamos nos
sentimentos de ninguém. O que podemos fazer é zelar pelas nossas relações, é
criar um clima gostoso que proporcione ao outro a vontade de querer nos ter
sempre por perto, de querer estar sempre perto. O que está ao nosso alcance é
gerar uma relação sadia, limpa, clara. Oferecer maturidade, companheirismo, bom
humor, sabedoria. Esquecer o ciúme doentio, as desconfianças, as cobranças. Dar
leveza à relação. E, se ainda assim o outro quiser partir, cabe a nós apenas
aceitar, chorar e depois seguir. Cabeça erguida, na certeza de que quando menos
esperarmos, outra história linda surgirá.
Não somos donos de ninguém, da mesma forma que jamais seremos propriedade de alguém. Zele pela liberdade sua e dos outros.
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