terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Te amo e o tempo não varreu isso de mim...



Hoje eu vou contar a história de Maria uma mulher à frente do seu tempo que viveu muitas experiências em rítmo frenético.

Maria terminou o colegial muito cedo, sempre foi a mais nova da classe, fez o ensino médio e concluiu o segundo grau sempre muito avançada. Ingressou na faculdade ainda uma menina. Foi lá que conheceu João o homem que se tornaria o amor de sua vida. Maria era filha de uma família nobre e respeitada na cidade. Enquanto João pertencia a uma família humilde, sem posses e pouco conhecida. Eles se conheceram no grupo de teatro. João não fazia faculdade, sequer havia terminado o segundo grau.

Apesar de toda diferença e classes sociais distintas João e Maria se apaixonaram loucamente, viveram um romance intenso até que Maria engravidou. Decidiram, então, morar juntos e constituir uma família, foi quando ela se viu obrigada a tomar a decisão mais difícil de sua vida até então: abandonar a faculdade. As dificuldades de convivência eram enormes. As brigas surgiram com uma frequência ainda maior e pouco tempo depois que o bebê nasceu eles se separaram. Em uma das muitas discussões que tiveram, Maria exigiu que João se calasse pois a casa era dela. Magoado e com o orgulho ferido, João partiu para nunca mais voltar.

Maria tentou de todas as formas reconquistar aquele amor, mas João era orgulhoso demais e percebeu que não conseguiria viver uma história com a mulher amada sentindo-se inferior, menos instruído, menos culto e financeiramente desfavorecido. Romântica e apaixonada, Maria nunca se importou com essa diferença social, nunca se prendeu à coisas materiais, mas seu instinto de menina mimada sempre se sobressaía e isso atingia diretamente o ego de João.

O tempo passou e ele permaneceu irredutível. Ela por sua vez, vendo que jamais conseguiria reverter aquela situação, desistiu de reconquistar o seu amor e decidiu retomar a sua vida. Foi quando conheceu Pedro. Um jovem muito estudioso que, assim como Maria, vinha de uma família nobre. Pedro não se importava com o fato de Maria ter um filho, ele se apaixonou e era com ela que ele queria ficar. Maria foi embora com Pedro, morou anos fora do país e lá engravidou do seu segundo filho. Voltaram para o Brasil e ela retomou os estudos. Concluiu a faculdade e hoje é uma médica respeitada. Junto com o marido montaram uma clínica renomada e vivem até hoje uma vida tranquila.

Maria nunca esqueceu João e o amor que sentiu e ainda sente por ele. Convive com esse amor guardado no peito. O filho que Maria teve com João hoje é um homem feito, mas ela consegue se lembrar de pequenos detalhes de quando ele ainda era um bebê em sua barriga. Eu não conheço João, mas conheço o brilho no olhar de Maria ao falar dele. Apesar de todo amor que Pedro lhe ofertou durante esses anos todos, Maria sempre conviveu com uma lacuna no coração. A falta que o grande amor da sua vida faz. Maria e João estão ligados diretamente pelo filho que tiveram, essa conexão jamais poderá ser interrompida. João também casou e construiu uma família bonita. Todos vivem em harmonia, mas nenhum deles sabe a dor que Maria carrega em seu peito.

Sendo muito sincera em uma conversa bem franca, Maria me confidenciou que ainda tem esperança de um dia poder viver a plenitude do seu amor por João. Eu fiquei maravilhada com a força e resistência desse sentimento. É raro hoje em dia encontrarmos pessoas que sejam tão decididas e predestinadas assim.
Torço pela felicidade de Maria, com ou sem João.

PS: Os nome usados são fictícios para preservar a identidade dos personagens.

Verônica

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