sábado, 20 de novembro de 2010

FÊNIX

Escrevi esse texto há uns cinco anos atrás, quando vivia uma busca intensa e deliciosa pelo amor da minha vida (Ah!!! Quem nunca viveu essa busca?).

De lá pra cá, muita coisa mudou e, remexendo em meus papeis – aqueles que guardamos dentro da caixa de sapato, em cima do guarda-roupa – encontrei essa crônica e pensei: “Caramba, fui eu mesma que escrevi!!! O que aconteceu comigo? Que fortaleza é essa que me cerca? Que armadura é essa que me veste hoje? Pra que tanta defesa, tanto medo,tanta cautela?”

Enfim, combinei com a minha parceira de Blog, a Vel, que escreveria algo novo para lançar aqui, mas voltei atrás e publico essa crônica como sendo uma retomada minha ao caminho delicioso da Busca Pelo Amor Da Minha Vida.

Para mim, boa sorte!

Para vocês, boa leitura!

CRÔNICA DE DOIS

(By Cinthya)

 Do inesperado a vida faz nascer histórias que vão recheando a nossa existência, encaixando as peças, encontrando o sentido de tudo o que parecia perdido. Numa manhã qualquer você poderá estar recebendo um presente tão lindo que fará parte de sua vida por um tempo suficiente para se tornar inesquecível.
E de repente, os conceitos vão sendo moldados, os muros da resistência vão sendo demolidos, tijolo após tijolo, um a um, à medida que o amor vai ganhando confiança em seu coração.
Aquela idéia de não mais se apaixonar, de nunca querer casar, de não aceitar mais construir sonhos a partir da palavra “dois” vai sendo esquecida, engavetada, abolida de sua nova “Cartilha da Felicidade”.
Você volta a ter aquele brilho lindo no olhar, a sentir que o Pólo Norte algumas vezes se transporta para dentro de sua barriga, provocando aquele gelo gostoso quando você pega o telefone para falar com o ser que, conseguindo driblar o seu medo de amar novamente,  se infiltrou dentro de você.
Agora tudo parece ser muito engraçado, bonito, cheio de vida, de luz. Sorrimos por qualquer coisa, para qualquer pessoa que passe ao nosso lado. Dizer “Bom Dia” nunca foi tão prazeroso, acordar e agradecer a Deus por mais um dia é uma tarefa feita de coração.
O nosso pensamento é povoado por lembranças gostosas, por cenas que projetamos para um futuro próximo e certo. E com isso o nosso semblante estará sempre leve, feliz.
Os planos são muitos e simples, sempre construídos sobre os alicerces sólidos do respeito. E assim cada um vai se redescobrindo um ser feliz, único e cheio de amor para compartilhar.Sentimos nascer uma vontade danada de dividir as mínimas coisas com essa pessoa que, a cada instante, vai se tornando mais presente em nossa vida.
Acordar ao lado de quem tanto amor a ti dedica e ficar ali por algum tempo observando o sono dele, acompanhando a sua respiração. Dividir o armário do banheiro e ver tudo duplicado, desde a escova de dentes até o hidratante corporal. Sentar juntos para o desjejum e perceber que a mesa outrora posta para um somente, agora oferece mais coisas, itens inclusive, algumas vezes opostos ao gosto do outro, mas, que encontram seu lugar e se encaixam no paladar certo.
Dividir o closet e perceber que ele parece mesmo ter sido feito para um casal, dividir os sorrisos durante todo o dia, dividir os olhares que funcionam como canal de troca de emoções, dividir os medos, os anseios. Dividir a responsabilidade de proteger o outro, de abraça-lo na tentativa de provar que ali nos seus braços ele estará seguro de todo o mal que possa existir no mundo.
Assistir juntos ao Fantástico no final do domingo e acordar o outro na hora da reportagem que ele tanto queria ver, mas que o cansaço e a cervejada do churrasco na casa dos amigos tenta impedir.
Respeitar a individualidade do outro, buscar entende-lo dentro do seu contexto, consciente de que também você tem suas manias e que não pretende abrir mão delas.
Dividir a responsabilidade e o compromisso de não alimentar sentimentos mesquinhos, de não abrir espaço para palpite de terceiros e de sempre buscar esclarecer as dúvidas com diálogo e paciência.
Dividir os momentos em que tudo parece estar errado e que a vontade de sair correndo torna-se quase insuportável, que a aquarela ameaça perder a cor, que você já não tem tanta certeza de ter feito a escolha certa. Dividir a responsabilidade de saber a hora certa de parar, conversar, chorar, explicar e resolver as pequenas pendências antes que elas tomem proporções gigantescas.
Entender a hora em que o outro precisará estar sozinho sem que isso implique no fim do amor. Calar-se sem estar ausente. Mostrar-se presente, sem inconveniência. Conhecer a hora certa de dar aquele beijo na face do outro, aquele beijo que diz “Meu amor, estarei aqui sempre que precisar”.
Assumir o compromisso de todos os dias, antes de qualquer palavra, antes de qualquer declaração, ou mesmo antes de qualquer insulto, abraçar o outro silenciosamente, um abraço de pelo menos um minuto de duração. Um abraço que os fará repensar o que irão dizer, o que sentem e o querem para o dia que se inicia.
Dividir o que for necessário para que se construa a harmonia.Tendo jogo de cintura, entendendo, respeitando e jamais esquecendo que são “DOIS”.

3 comentários:

Verônica disse...

Pareceira, onde eu acho essa força pra procurar esse amor? O que eu faço com essa "preguiça" que se apossou de mim e não me dixar buscar a minha felicidade? Por que tanta indisposição para cultivar um sentimento que certamente me trará felicidade? Essas e outras perguntas ecoam na minha cabeça e não têm respota.

Anônimo disse...

Gata Cinthya, vc descreveu tão bem o cotidiano que eu acabei me vendo assistindo o Fantástico após quase ser vencido pelo sono e depois de um domingão de cana!! kkkkkkk... Belo texto, a essência é linda!!
Quanto a o comentário de Vevel aí em cima, desculpa a ousadia, sei q não é da minha conta, mas vai acontecer gata, vc ainda será supreendida e logo, logo um iceberg estará na sua barriga todas as vezes q vc atender o telefone! Naturalmente acontecerá...

Artur Costa

Anônimo disse...

Ah... esqueci de falar ontem, é que eu já tava com sono!!kkkk... Esse texto me lembrou uma música de Legião Urbana composta por Renato Russo, a música se chama 'Longe do meu Lado', poucas pessoas conhecem, mas é do disco 'A Tempestade' de 1996. Se puderem dêem uma escutada, é uma música muito bonita! Se vcs já não escutaram, né? Bjão nas duas!