terça-feira, 23 de novembro de 2010

Que País é Esse?





Pensando no que iria escrever hoje, me ocorreu a seguinte dúvida: Eu vou ficar sempre na sensação de observar o cotidiano e dele extrair algum assunto relevante pra dividir aqui? Mas por outro lado, publicando ou não, eu continuarei a observar, então... Já que tenho vontade vou externar.
Primeiro, assisti ontem com muito pesar uma reportagem falando sobre a vida de Renato Russo, tinha tudo pra ser mais uma reportagem repetitiva e cansativa sobre um cara que foi idolatrado como um deus. Mas não foi! Foi a narrativa simples e singela da vida de um pobre homem rico. Foi do inferno ao céu e voltou ao inferno de novo. Teve fama, poder, honrarias e muitas glórias. Mas mergulhou num imenso vazio e deu fim a própria vida. Numa busca desesperada de não se sabe o quê, buscou abrigo e refúgio nas drogas e não encontrou. Quando Renato Russo morreu eu tinha apenas 13 anos, gostaria muito de ter acompanhado mais a sua vida e seu trabalho, mas não pude. Hoje, me resta o pesar e a lamentação por ele, que não soube cuidar da própria vida e não soube cultivar o que a fama deu de melhor. Possibilidades.
Então eu me pergunto: O que leva uma pessoa a destruir a própria vida? Interromper um caminho que tinha tudo pra ser tão longo? Permanece a dúvida.


Agora, meu espírito questionador e inquieto se vê diante de outras, intermináveis, dúvidas.
Assistir jornal hoje em dia é só pra ver desgraças e barbaridades, mas hoje em especial, algo me tocou. O desabafo de uma profissional da área de jornalismo que na teoria deveria estar acostumada com tragédias e noticias ruins, mas não está! Não está porque é humana, não está porque é mãe, e mulher. Tem medos fraquezas e acima de tudo sensibilidade para ver e se comover com os fatos. O desabafo:
"Desabafo: já apresentei centenas de jornais e hoje foi muito difícil. Estou angustiada até agora. Duas adolescentes decapitadas e um pai.... que não teve apoio da polícia. Um menino de 10 anos, cheio de sonhos, morto dentro de casa e o pai não conseguiu socorro. Uma mulher...... sequestrada e torturada. Um motociclista arrastado por 8 quilômetros por um caminhoneiro bêbado. É duro falar tanta violência. Desculpem o desabafo. É triste constatar que é como se estivéssemos voltando no tempo. O tempo dos bárbaros."
Patrícia Nobre


É, Patrícia... Nós também não estamos nada felizes com o que vemos, e tenho muito medo do futuro. "Nosso futuro é duvidoso" Não faço ideia do mundo que nossos filhos encontrarão e tanta violência me assusta. Seja violência contra o próximo ou contra si mesmo.


Independente da religião de cada um, eu desejo muita fé que dias melhores virão. E acima de tudo, desejo muita paz!


Peguei o gancho do post anterior da minha parceirona que me mata de orgulho. E peço desculpas, pelo choque de realidade, depois de um texto tão belo de uma alma poética como a dela.


Verônica.

Um comentário:

Cinthya Leal disse...

Ah Renato!!!
Como gosto da sua obra...
Muitas pessoas questionam, acusam ou zombam de posturas como as de Renato e de Cazuza, por exemplo.
Não sou quase ninguém para explicar ou justiificar. Mas tenho alma poética e sei como é confuso o interior de quem nasce assim.
Uma busca incansável por algo que sabemos existir, mas não sabemos onde está. O absurdo que vemos todo dia querendo matar a beleza que a gente defende.
Cara... A linha que divide o manter-se lúcido do fugir dessa realidade é muito tênue.
Enfim...
Amo a obra desse cara e sei como ele sofreu nesse mundo... Mas ainda assim deixou seu legado para nós.
Valeu Vel!
Arrasou.