(by Cinthya)
Hoje estou saudosa. Uma saudade tão viva que sinto alfinetar
meu peito. Sinto uma vontade imensurável de voltar a viver os tempos em que as
pessoas valiam o que eram e não o que possuíam. Um tempo onde os valores morais
dignificavam o homem e as pessoas sentiam-se ricas pelo simples fato de poder
andar pelas ruas de cabeça erguida, deitar sobre o travesseiro e dormir
tranqüilo.
Um tempo onde a gente escolhia as relações pela afinidade e
não pela conveniência. Dividir o pão era muito mais importante do que ostentar
o luxo. Saudade de pessoas verdadeiras com verdadeiros sentimentos. Pessoas
dispostas a estar com você na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença.
Pessoas comprometidas com as outras pessoas e não com as posses delas.
Sinto saudade mesmo. Saudade da simplicidade, da meninice
que me proporcionava brincar com outros meninos que pouco sabiam o que era
riqueza ou pobreza. A gente só queria brincar. E na nossa liberdade éramos
todos iguais, cúmplices das mesmas travessuras. Não importava em que escola
estudávamos ou a mesada que recebíamos, não haviam melhores nem piores. Apenas
pessoas com o mesmo intuito: ser feliz!
A gente cresce e observa as mudanças da vida. A gente se
pega, em muitos momentos, escolhendo pessoas pelo que elas podem nos
proporcionar (materialmente falando) e isso é triste demais. É miserável, mas a
gente faz. Amizades, romances, negócios... Não importa o tipo de relação, a
gente tende a escolher as pessoas pelo tamanho do “bem” que elas podem nos
proporcionar. E dessa forma, os sentimentos vão sendo levados pelo vento, vão
sendo esquecidos, deixados de lado.
A verdade nas relações tem sido comumente conjugada no
pretérito perfeito. E quem insiste em manter os velhos hábitos de se aproximar
dos outros pelos sentimentos simplesmente ou pela moral, tende a ser preterido
também, deixado no canto, atrás da porta, até que alguém precise de algo que
você tenha ou possa proporcionar. Até que alguém ache que a sua companhia será,
de alguma forma, conveniente.
Vamos nos policiar. Esse tipo de comportamento nos arrasta
para a contramão da evolução. Vamos amar por amar, pois o amor é, em si, a sua única
finalidade. O dinheiro a gente perde do dia pra noite. Mas os valores, a
capacidade de amar, esses são eternos. Que sejam eles, então, os itens
considerados na escolha das pessoas que queremos ao nosso lado.
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