(by Cinthya)
Fiz uma coisa feia. Muito feia. Na verdade tenho dúvidas
sobre a dimensão da palavra “perdão”. Será que só se perdoa alguém quando se
esquece completamente o “mal” recebido? Enfim, esse é um campo minado, de
difícil acesso e quase impossível adentrá-lo sem que algo seja machucado.
Coisas delicadas demais.
Então, nas voltas que o mundo dá... Nas idas e vindas da
vida, certa situação se reverteu a meu favor e quem outrora fora meu algoz,
hoje precisou de mim quase que na mesma proporção. E o que eu fiz? Eu tinha
duas escolhas: ajudá-lo e provar minha superioridade espiritual ou dar a ele a
mesma moeda que recebi de suas mãos tempos atrás.
E descobri que não sou tão evoluída. Não consegui passar uma
borracha nas letras. Aliás, eu até passei a borracha, mas ficou tudo manchado
como se a história tivesse sido escrita à caneta que não apaga completamente a
tinta. E eu omiti a ajuda da mesma forma que me foi omitida no passado. Não foi
impulso. Foi tudo pensado e repensado. Não me senti feliz, aliviada. Não. Não
sorri, não tive sensações de prazer, não senti gosto de vingança. Não. Também não achei bonito e muito menos nobre o meu gesto.
Mas eu precisava fazer assim. Precisava fazê-lo sentir como
incomoda ver que alguém pode nos ajudar e, simplesmente, opta por não fazer. Em
outros tempos eu não teria me omitido, mas hoje, cansada como estou, madura
como estou, baqueada como estou, calejada como estou, sinceramente, não tenho
mais disposição para disputar o cargo de santa.
Quanto mais boazinha a gente é, mais as pessoas usam e abusam
de nossa bondade. E eu, muito sinceramente, cansei. Posso até estar perdendo
meu passaporte para o céu, mas não vou mascarar meus sentimentos. Se você me
magoou, vai saber, vai sentir. E não espere de mim aquilo que você nunca me
deu.
É assim. Agora é assim. Pelo menos dessa vez foi assim. Será que ainda vou para o céu (risos)?
2 comentários:
Claro amiga, vai e com louvor!!! só sabemos que algo é amargo quando provamos e nada melhor do que provar do próprio "remédio".
Te amo e tenho muito orgulho de você!!!
Obrigada, Cassandra. Obrigada por me ouvir, por não me julgar, por me entender, por me amar... Obrigada! Vamos juntas para o céu, então! kkkkk... Mas só daqui a muito tempo, claro!
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