terça-feira, 1 de novembro de 2011

Me consigam uma bússula, por favor!



Ele sempre foi muito calado, observador. Sempre foi de falar pouco e sentir muito. Sempre teve correndo em suas veias o sangue de um verdadeiro artista. Poeta e sonhador, consegue ver beleza no cotidiano e extrai poesia das coisas simples...

Como todo artista sempre teve a alma inquieta e nunca foi muito compreendido pelas pessoas que lhe cercavam. Acredito que tentando se encontrar se perdeu nos braços de um amor leviano. Encontrou uma companheira que nada tinha a ver com ele e era egoísta demais para perceber a beleza interior do homem que estava ao seu lado. Casou muito novo e queimou diversas etapas de sua vida.
Com tantas diferenças e casado com uma pessoa individualista demais para partilhar a vida a dois aconteceu o provável; o casamento acabou logo.

Disposto a viver tudo que não tinha vivido e decidido a recuperar o tempo perdido, o agora não tão jovem assim, poeta, sonhador e artista mal compreendido se jogou na balbúrdia como quem se joga em uma piscina de água doce e cristalina de um oásis no meio do deserto. Seu comportamento não condizia com sua alma sensível e com seu coração generoso. E ele estava infeliz, como uma constante em sua vida, ele tinha a infelicidade e o vazio como companheiros inseparáveis.

Quanto mais sofria, mais coisas bonitas ele produzia. Afinal, é no caos que se produz melhor.

Os anos se passaram e na busca desenfreada por uma felicidade utópica esse poeta continua dando passos largos e insistindo em sair da sua rota. Será que ele não percebe que está se perdendo ainda mais?

Pois bem, o jovem poeta de coração bom e cabeça confusa continua procurando a pessoa certa, mas insistindo em se relacionar com as pessoas erradas. Fez seu segundo casamento e a noiva escolhida, tal qual a primeira, é insensível à sua poesia, e desinteressada pelas coisas que lhe interessam. É notório que algo não está certo, pode ser clichê, mas é fato que o que começa errado é provável que termina errado. 

Nós que o amamos e o admiramos nada podemos fazer a não ser torcer. Torcer para que ele acorde e veja o erro que está cometendo e ao mesmo tempo torcendo para que a atual escolhida perceba a tempo o homem ímpar, raro e especial que tem ao lado.
Ele está lá tentando ser feliz pra sempre (sem saber que o pra sempre, sempre acaba) e nós estamos aqui tentando entender as surpresinhas do amor.

Verônica

2 comentários:

Debby disse...

Lindo Verônica

Realmente é no meu caos que escrevo os meus m elhores textos, nas piores dores escrevo os textos mais comoventes e que ganham prêmios e aplausos por ai... é até meio irônico né ??

Gostei do texto.
Bjs
Debby :)

Poupée Amélie™ disse...

É realmente no sofrimento que vem à tona as melhores palavras, pois são banhadas à lágrimas e muita sinceridade. Quanto ao poeta, encontrar alguém que o entenda e compartilhe sensibilidade é muito, muito difícil. Não à toa, grande parte dos poetas é triste, solitária - sua melhor companhia são as palavras.
BeijO* meninas!