Camila achava que essas coisas só aconteciam nas grande metrópoles. "Sequestro relâmpago só acontece em capitais, aqui em Juazeiro tem disso não" Dizia ela. Mas no último domingo ela viveu as piores horas de sua vida.
Acompanhada de Cinthia (amiga dela, não é a Cinthya minha parceira de blog) e aproveitando a proximidade do natal com o comércio das duas cidades abertos no domingo ela foi às compras. Fizeram o que tinham que fazer em Petrolina e voltaram pra Juazeiro. Fizeram as compras em Juazeiro e quando estavam entrando no carro pra voltar pra casa foram abordadas por dois homens armados que tomaram o carro de assalto e levaram as duas como reféns.
Foram horas de ameaças, terror e medo. Cinthia tem um filho pequeno e só pensava nele enquanto estava sob a mira da arma do bandido. Camila, uma menina que ainda tem a vida toda pela frente, pensou por várias vezes que sua trajetória acabaria ali. O bandido dirigia de maneira imprudente e em alta velocidade, o risco de batida ou capotamento era iminente, (coisa que já aconteceu com o filho de um comerciante local, no acidente um dos bandidos e a namorada do rapaz morreram). Dirigiu por várias horas rodando pela cidade até alcançar a BA que dá acesso a outra cidade.
No momento da abordagem Cinthia estava ao telefone com o marido, quando entrou no carro o celular caiu pra debaixo do banco, sem que os bandidos percebessem e Ricardo ficou ouvindo tudo e compartilhando do medo e do temor com a esposa. Achando que elas ainda estavam em Petrolina, acionou a Polícia de lá e fecharam as saídas da cidade. Tomaram a pista errada.
Enquanto eles se dirigiam pra lá, o carro com Cinthia, Camila e os dois assaltantes seguia rumo a cidade de Curaçá. Lá dentro, as ameaças continuaram, eles perguntaram onde elas moravam e elas mentiram, disseram que moravam em outro bairro. Um dos bandido achou uma conta de energia no porta-luvas do carro. Disse a Cinthia que se ela ou o marido chamasse a polícia eles matariam todos.
Depois de horas de terror abandonaram as duas em uma estrada de chão bem longe de perímetro urbano. Quando largaram as duas e arrancaram com tudo, poucos minutos depois voltaram de ré e foi nessa hora que elas tiveram certeza que iam morrer, mas ele só vieram checar se elas tinham algum dinheiro ou celular nos bolsos. Algumas horas depois um carro com um casal de idosos passou por elas e mesmo receoso o ancião resolveu parar e ajudar aquelas duas jovens perdidas e assustadas. Eles levaram as duas pro posto da Polícia Rodoviária Estadual próximo dali e Ricardo foi buscá-las. Enfim, respiraram aliviadas. O pesadelo havia acabado e graças a Deus as duas estavam sãs e salvas.
Ouvindo o relato delas é impossível não se emocionar, chorei me arrepiei e senti uma sensação de alívio. Ambas colocarão em suas respectivas agendas dia 18 de dezembro como segunda data de aniversário, afinal, elas nasceram de novo.
Passada essa experiência traumática, ficaram algumas lições:
1- Sequestro relâmpago pode acontecer em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Nada de achar que isso só acontece em capitais.
2- Evite deixar comprovantes de residência, crachá de empresa ou qualquer papel que posso identificá-lo ou revelar o seu endereço.
3- Não é seguro manter o tanque do carro sempre cheio, parece loucura, mas não é. Se o tanque do carro de Cinthia não estivesse cheio eles não teriam ido tão longe. Bandidos preferem carros com tanque cheio.
4- Nada de parar em frente ao carro e ficar vários minutos procurando a chave dentro da bolsa ou batendo papo. mantenha a chave à mãe, se possivel, procure-a antes de sair do estabelicimento que está. Ao chegar no carro entre o mais rápido que puder e saia imediatamente do local.
5- Tente estacionar em locais que tenham câmera de seguranças. Por exemplos: Orgãos públicos, prédios e condomínio.
6- Mantenha sempre a calma e não reaja.
Verônica
Um comentário:
Não sei onde vamos parar com toda essa violência toda :/
bjs meninas!!!
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