(by Cinthya)
Talvez ele nem saiba como fica bonito quando se despe de toda aquela armadura de chefe. Sei que ele nem percebe o quanto o seu sorriso é lindo e como seu rosto se transforma quando ele deixa que esse sorriso nasça. É uma mudança imensa, como se ele descarregasse todo estresse que o acompanha e, de repente, desanuviasse o tempo para que o sol fizesse sua parte, iluminando o dia. É assim quando ele sorri.
Nessa tarde em especial, ele estava carrancudo, sério demais, pesado demais. Mas ainda assim, sentamos para conversar. As queixas deram início ao diálogo e tudo mais pareceu um desabafo, uma sessão de psicanálise onde a gente precisa falar, falar, falar sobre tudo o que nos vem à mente e tudo o que a gente quer é que alguém nos escute.
E isso eu fiz, ouvi atentamente tudo o que ele precisou falar. Assuntos tão íntimos, coisas tão dele, mas que ele quis compartilhar, não sei por quê. Eu saboreava cada expressão de seu rosto e, por mim, teria ficado lá quanto tempo fosse preciso, apenas ouvindo aqueles fragmentos tão valiosos de sua história.
Ele falou de toda a sua conquista material, seus carros novos que tanto lhe dão status, seus imóveis, suas viagens. Falou de como foi conquistando tudo. De repente, ele falou da família e foi voltando no tempo, cada vez mais, indo cada vez mais longe. Até que chegou ao início de tudo. E foi muito bonito ver seu sorriso ganhar mais força e mais brilho quando ele falou do seu primeiro carro, o Fusquinha!
Nossa! Ele não tem noção de como ficou empolgado com esse assunto, de como descreveu seu carro com tanto orgulho, apesar de ser mais colorido que a Mangueira na Sapucaí e de ter uma porta que só permanecia fechada se fosse amarrada e que ainda assim ele se sentia O Gato com aquele carro.
Ele falou também dos seus novos carros, belos e caros. Mas com o Fusca ele foi muito mais feliz, porque nessa época ele não tinha medo de se jogar na vida e curtir, de correr atrás das coisas, de batalhar para realizar seus sonhos. No Fusca ele encantava as garotas com o que ele era e não com o que ele tinha. No Fusca ele sugava da vida a essência mais simples, aquela que normalmente nos faz mais felizes.
Então, contrariando a sua afirmativa: Sim. Você me conquistaria no seu Fusquinha. Até porque o que mais gosto da vida é a leveza, é o que me faz sorrir, é o que me faz sentir viva e isso, eu só senti em você no momento em que você falou do Fusca, no momento em que você se despiu de toda essa armadura que o poder impõe.
Como lição fica a minha opinião de que dinheiro é bom. É óbvio. Só não podemos deixar que ele compre a nossa vida, os nossos sonhos e a nossa capacidade de ser feliz.
6 comentários:
Deu vontade de conhecer alguem assim...de ter essa conversa...de andar no fusca...de sorrir com alma e coração.
Beijo!
Não tenha dúvidas , acho que o dinheiro é mto bom , ele nos da condições de poder escolher , mas nunca de ser.
E quando as pessoas começam a confundir esse escolher com o SER , realmente ele atrapalha .Eu não tive um fusquinha , mas na faculdade tive um escort rsrs que chamo carinhosamente de cicatriz pois é um ex cort rsrsr e te garanto que era feliz com ele como sou com o que tenho hoje , pq aprendi essa diferença do escolher com o SER bjs
Meninas, e se vocês soubessem como ele tem um sorriso encantador.
Aquilo num Fusquinha...
Ave Maria!!! Eu ia querer esse Fusca lá em casa todo dia!!!
Ha ha ha
Cinthya
É o meu fusca!!!!!!!! Adorei
Sim. É o seu Fusca. Lindo mesmo e que bom que você gostou!
Cinthya
Saudades....
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