Era 13 de Julho de 2007. Uma sexta-feira. Uma bendita e abençoada sexta-feira 13. Menstruação atrasada há mais ou menos seis dias e eu com uma dúvida danada. Foi aí que decidi fazer o teste. Ao sair do trabalho eu colhi o sangue e à noite fui buscar o resultado.
Era aniversário de minha mãe. A família toda reunida se divertia com falas e gargalhadas como sempre acontece quando estamos juntos. Todo mundo inteirado, mas eu estava alheia. Sabia que em poucas horas teria nas mãos algo que poderia mudar a minha vida pra sempre (e mudou).
Acompanhada de amigas fui ao hospital receber o resultado. Aparentemente tranqüila brincando como sempre faço percebi que as minhas amigas estavam muito mais ansiosas que eu. Mas isso foi só até eu ver a médica se aproximando, com o exame em mãos. Ela chamou meu nome e entregou-me o tão decisivo envelope.
Era apenas um envelope. Papel branco com alguns dizeres. Era apenas um envelope e eu não sei porque eu tremia tanto. Abri. Mas não entendi nada e pedi para a médica me ajudar. “Doutora, eu estou grávida?”. “Grávida? Não você não está grávida. Você está Gravidíssima!Parabéns, Mamãe”.
Pronto. Passou uma fase, fechou-se um ciclo, virou-se uma página. Não. Melhor, acabaram-se as paginas de um livro e um novo livro se abria, com folhas brancas e puras onde eu iria iniciar o mais espetacular capítulo da uma existência feliz. Agora não existiria mais “eu”. Agora tudo era plural. E foi gritando “Eu vou ser mãe!” que eu deixei o hospital.
Naquele momento eu não pensei que seria uma Mãe Solteira e que estava abraçando toas as peculiaridades que essa condição impõe. Naquele momento eu nem pensei no pai, porque eu já sabia que o filho era MEU. Eu senti uma felicidade tão profunda, tão intensa e tão real que confesso, nunca tinha sentido antes.
Amadureci, cresci, evolui. Aprendi a ser muito mais forte. Adquiri muito mais habilidades para vencer obstáculos. Consegui vencer muitos medos tolos que tinham algum poder sobre mim. Aprendi a ceder, a dividir. Aprendi a viver o exemplo para que meu filho o siga. Aprendi a ser gente grande.
Estar grávida! Que estado lindo. Tanta coisa misturada, o medo de não ser boa mãe, o medo de não ter grana para bancar tudo, mas nada, nada disso é maior do que a sensação de poder que se apossa de nós, poder de gerar vida, poder de ter uma vida pulsando dentro da gente. E a sensação que tenho é de que ao dizer "sim" para o filho, as portas da vida se abrem com mais facilidade, as oportunidades chegam e o universo conspira a favor.
À todas as grávidas casadas ou não. À todas as mulheres com gravidez planejada ou não. À todas as barrigudinhas que têm o apoio do Papai, ou não. À todas as mulheres que carregam uma vida dentro de si o meu mais sincero e puro desejo de felicidade.
3 comentários:
Aiiiiiiiiii, que texto lindo!!!
Ultimamente meu relogio biológico [q eu nunca botei fé que existia de verdade] está apitando por aqui....
Vai saber.
Nunca me vi sendo mãe, apesar de saber que seria a mais coruja e babona de todas.
A vida nos reserva surpresas, que seja assim então!
Beijos!!!!
Ser mãe é algo maravilhoso uma sensação unica .
Agora mais maravilhoso ainda é ser mãe solteira em um pais preonceituoso, e isso enche de orgulho a mulher de fibra que pode dizer é meu , eu educo , eu crio , e ah não preciso de voce pra isso rsrrs, parabens sim a todas mas um parabens especial , á aquela que aprende a ser grande pq sabe que carrega ai dentro algo maior ainda .
Lindo texto , e como pode perceber ja passei por isso rsrrs bjs
Super me identifiquei com este texto, a minha data foi 29/12/2011, depois de alguns dias me sentindo mal e com a menstruação atrasada, resolvi fazer o teste, fui buscar o resultado acompanhada da minha mãe, quando soube o resultado, o que eu senti foi uma mistura de medo e realização muito grande, devido ao fato de que agora eu também estou entrando no rol das mamães solteiras, pq já tinha terminado o relacionamento há mais de 30 dias quando descobri a gestação... Enfim estou muito feliz hoje, e pode parecer egoísta mas o "MEU" filho é o meu tesouro !
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