quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dar Ou Não Dar? Eis A Questão!


(by Cinthya)

Clarice decidiu dar ouvidos aos amigos e sair de casa pra ver se conhecia alguém que lhe despertasse o interesse, apesar de achar pouco provável que isso pudesse de fato acontecer, pois seu grau de exigência tornara-se apurado com a maturidade.

Ficar por ficar para Clarice não era interessante. Mesmo quando brincava carnaval em blocos, Clarice nunca foi adepta ao “beija beija” que rola nessas festas. Sempre foi seletiva quanto às bocas que beijava. Era o jeito dela.

Então naquela sexta-feira Clarice disse: “Vou sair na noite. Vou me permitir!”. E buscou ânimo lá no fundo da alma para manter de pé a promessa feita a si mesma. Enfrentou a cara feia da mãe e se manteve firme na sua decisão. Quando foi tomar banho para se aprontar percebeu uma visita surpresa: estava menstruada! E muito rapidamente deixou que um sentimento de alívio lhe povoasse a mente, pois, menstruada nada de mais profundo aconteceria, ainda que Clarice conhecesse um cara muito legal.

E, já que estava menstruada mesmo, Clarice nem caprichou na depilação. Fez uma “meia sola” e pronto. Sinal vermelho. Impedimento. Nada de maiores intimidades. Tudo estava certo.

E foi pra noite. Passou no primeiro bar e não se agradou de quem se agradou dela. Apenas alguns olhares trocados, mas nada de química, nada de atração. Decidiu partir para outro lugar. Chegando na segunda opção da noite, Clarice avistou um homem sentado sozinho á mesa. Um homem lindo, com cara e jeito de homem. Com uma mescla de força e ternura, Com um olhar de menino e uma barba por fazer que a deixou enfeitiçada. Ela bateu o pé e disse: Eu quero aquele!

Como o homem era de fato muito bonito, muitas outras garotas tiveram o mesmo pensamento e desejo de Clarice. Mas ela, a Clarice, não joga pra perder. Lançou seu olhar e naquele olhar disse muitas frases, muitas palavras, muita coisa que foi prontamente entendida pelo tal Gato da noite.

E ele, como não podia deixar de ser, veio ao seu encontro. Conversaram por longos 30 segundos até que as bocas não se resistiram e encontraram-se. Uma química daquelas de fazer arrepiar a alma da pessoa, Um beijo maravilhoso, um cheiro pra lá de sedutor, um abraço que parece ter sido feito sob medida para a Clarice. Tudo encaixado na medida exata. E ela se deixou viajar. Beijou, dançou, se arrepiou, provocou, foi provocada.

Na hora da despedida o tal Gato não aceitou dormir sozinho e Clarice explicou que estava com um rio vermelho a correr entre suas pernas, mas o Gato não se fez de intimidado, a queria mesmo assim.

Então, diante daquele fogo todo, Clarice resolver dar um crédito à irresponsabilidade e foi com ele para o hotel. Subiram aos beijos, aos abraços e o quarto quase não é localizado. Entraram quase derrubado tudo que tinha pela frente e foi então que ela lembrou: “Não me depilei como deveria!”. Pediu um tempo e foi ao banheiro, verificou a situação, mas a vontade já estava incontrolável e ela percebeu que o melhor era deixar rolar mesmo.

Um tanto sem graça pediu que apagasse as luzes, desligasse a TV e evitou tanto quanto pode ser apalpada nas partes críticas. E o sexo rolou gostoso, seguro, cheio de carinho e ternura, cheio de respeito, cheio e fogo, cheio de energia, cheio de tudo de bom que um sexo bom pode oferecer. Mas Clarice não conseguiu relaxar como poderia, ou pelo menos deveria.

Ainda assim, ela curtiu e depois deu risada, muita risada de si mesma. Riu, gargalhou e teve a certeza de que para o destino não tem desculpa. Quando aparece A Pessoa, não importa se o sinal está vermelho, se os pêlos estão presentes. A química fala muito mais alto que tudo isso.

Agora, quem sabe, Clarice possa reencontrá-lo, sem águas vermelhas, sem pêlos, mas com certeza, cheia de paixão e vontade de reviver aquela madrugada inesquecível.

A vida, sem sombra de dúvidas, é bela. Com Clarice sempre foi assim.

3 comentários:

Quim disse...

Estas coisas acontecem,sempre aconteceram,sempre acontecerão.
Infelizmente,muitos são os casos onde estas historias relâmpagos não terminam bem, como terminou esta aqui narrada,visto que,na ponta do lapis,um desconhecido é sempre um desconhecido sob todos os aspectos,dai, o sério risco que se corre, alem dos riscos inerentes à propria relação.
A prudência e o bom senso,devem prevalecr acima de tudo,mas,convenhamos,ninguem é de ferro e mesmo com todos os riscos inerentes,é excitante corre-los todos,se arriscar por inteiro, para ao final, se tudo sair bem,acrescentarmos mais um raro e inesquecivel momento em nossas vidas !...

O Divã Dellas disse...

Quim, meu querido Quim!!!
Vou repassar teu puxão de orelhas. Aliás, tenho certeza de que ela já leu...
Mas, vou confessar algo: Se pudesses ver o sorriso dela...
Ela está feliz!
Beijos enormes,
Cinthya

Misturação - Ana Karla disse...

Coisas inesperadas acontecem.