sábado, 24 de novembro de 2012

Vida

Hoje temos a visita do Quim, um leitor pra lá de especial. Ele nos apresenta um texto onde aborda o seu ponto de vista em relação à vida na sua mais ampla concepção.

Cinthya


Vida

Se observássemos duas pessoas deitadas, lado a lado, com os olhos fechados, sendo que uma delas acabara de falecer sem que soubéssemos qual, ignorando-se o fato de que uma delas estaria respirando e outra não, seriamos capazes de dizer, de pronto e pela simples observação, qual estaria viva e qual não ?

Certamente, a simples observação visual, de pronto, não nos daria, sob este aspecto, nenhuma informação a respeito delas, tudo nos pareceria bem, normal, sem problemas com ambas, concluiríamos então, que ambas estariam, apenas, dormindo.

Mas, num segundo momento, se continuássemos observando-as, alguns detalhes observados começariam chamar a nossa atenção, ou seja, uma destas pessoas nos pareceria estar imóvel, não estar respirando. Se tocada, se mostraria sem pulso, sem batidas cardíacas perceptíveis, o que certamente nos levantaria a suspeita de algo errado ocorrendo com ela, mas, a não percepção destes sinais vitais, por si só, de pronto, não nos daria certeza alguma sobre seu estado verdadeiro; não saberíamos, por exemplo, desta sua condição, de já estar morta, contudo, poderíamos, diante da ausência dos sinais vitais, apenas suspeitarmos de algo mais grave, mas, sem certezas; para sabermos mais sobre o que estaria ocorrendo com esta pessoa, seriam necessários outros exames complementares, mais acurados, mais detalhados, mais especializados, o que, em principio, exigiria a presença de um Médico, o qual saberia fazer o correto diagnóstico.

Suspeitas, mesmo evidentes e fundamentadas, não significam, por si só "Certezas" !

Isto nos mostra, claramente, que a Vida, seja la o que ela for, é invisível aos nossos olhos , aos nossos sentidos, às nossas percepções físicas, mentais e sensoriais; a Vida só é percebida indiretamente, e através de evidencias, sinais e detalhes que se fazem presentes quando ela se manifesta, evidencias, sinais e detalhes estes, que desaparecem, dando lugar a outros, quando ela se “desliga” de um ser vivente. Em outras palavras, a Vida ou a ausência dela, só será percebida por nós por formas indiretas, através de sinais visíveis presentes, de exames físicos mais acurados para avaliação correta, tanto numa situação quanto em outra, em resumo: São apenas detalhes, sinais, detectáveis, que evidenciam a Vida ou a Morte. Isto vale também para os vegetais, também seres vivos, sejam quais forem.

Mas, o que é este algo imaterial chamado Vida ? Seria algum tipo de energia? Um poder? Talvez, quem sabe:? Viria de onde? De qual fonte ela emana? Do nosso Criador? Certamente !

Ocorre que, da vida só conhecemos seus sinais, suas evidencias sempre presentes quando ela se manifesta; sempre ausentes, substituídos por outros, quando deixa de se manifestar e cuja sua natureza intrínseca desconhecemos por completo!

De concreto, não conhecemos nada a respeito do que vem a ser este mistério que nos anima, o qual rotulamos por: Vida. Um mistério tão grande quanto a razão para estarmos aqui sobre a face da Terra.

Costumamos chama-la de Energia Vital, seria mesmo uma energia? Como nada verdadeiramente sabemos a respeito da natureza da Vida, do que realmente seja, o máximo que conseguimos a respeito dela, é especular, teorizar,supor, terminando por concluir superficialmente e sob premissas inconsistentes, sem certezas absolutas.

Vida !...Onde ela surgiu a primeira vez, em qual ser ela “estreou”, quando começou, de onde veio, como começou, qual o seu objetivo, só existiria na Terra? Existiria também, em outros lugares fora dela, habitando outras formas de seres? Quem de nós saberia responder a tudo isto?

Perguntas, para as quais não temos respostas, respostas estas, que certamente estarão com o nosso Criador, as quais, ele não deseja que saibamos.

Ao meu ver, seja la o que for isto que chamamos de Vida, sua natureza intrínseca seria única, não importa onde quer que se manifeste, ou forma física, especie do ser no qual ela se manifeste, seja este ser do reino vegetal, seja do reino animal, ou mesmo, alienígena, não importa, na terra, ou qualquer outro lugar no Universo, a sua natureza seria única, repito: Em qualquer lugar...

Um ser animado por Vida, seja ele qual for, também é chamado de ser vivente.

Sem a presença da Vida, este ser não passaria de um amontoado de material biológico disforme e inerte, pois um dos atributos da presença da Vida num ser, é o de manter a forma física e estética deste ser vivente, além manter ativos e funcionando todos os seus órgãos, todos os seus processos físicos , biológicos e mentais, com todas as suas funcionalidades inerentes. Sem a Vida, tudo num ser pára de funcionar e ele passa, imediatamente, para um processo irreversível de decomposição.

O que sabemos de concreto sobre a Vida, é o fato de que, ela, uma vez se separando de um ser vivente, jamais retornará a habitar este ser; enquanto isto, a matéria que compõe este ser, que por sua vez se desligou da vida, com a ausência desta Energia vital para anima-la, começará a se desintegrar e se decompor por completo, retornando, através de varias etapas, para a reciclagem final, até chegar aos seus elementos componentes primitivos básicos, se reintegrando posteriormente na natureza, em suas cadeias alimentares existentes e através das quais, voltarão a fazer parte do corpo de outros seres viventes futuros, os quais serão também, ao seu tempo ,os receptáculos para a Vida ...

Se nos fosse possível dosarmos a Vida que anima os seres viventes, ou seja, medi-la, avalia-la, quantifica-la de algum modo concreto, como fazemos com os pesos, com os volumes, com as distâncias, com as alturas, o valor, as quantidades da unidade que usaríamos para medirmos a Vida, que encontraríamos num elefante, seria maior, seria igual, ou seria menor do que as quantidades que encontraríamos num homem, ou num vírus ? Ou seja, uma mesma quantidade de Vida, um mesmo volume, um mesmo valor, não importa a unidade de medida empregada, seria encontrado em todos os seres viventes, sem distinção de tamanho ou espécie, ou para cada tamanho de ser haveria uma quantidade de Vida correspondente ?

Sou de opinião, que em termos absolutos, um dinossauro vivo, não teria um volume de Vida maior do que teria um vírus, ou uma célula, para ir ao extremo. Na minha opinião, sob este aspecto, em resumo, as “quantidades” de Vida presentes em todos os seres vivos, sem exceção alguma, seriam absolutamente iguais. Se, por exemplo, usássemos a gota como unidade de medida para a Vida, todos os seres viventes teriam as mesmas quantidades de gotas, nem mais, nem menos. Trocando em miúdos, se uma muriçoca tivesse uma quantidade de Vida correspondente, digamos, a uma gota, todos os demais seres vivos, indistintamente, teriam também, como quantidade de Vida, apenas uma gota. Alguém discorda? Estarei dizendo uma monumental besteira? Não sei, pode ser, mas, alguém terá como comprovar o contrario? Que eu estou errado? Será que tem? Se tiver, como não sou o dono da verdade, estou pronto a ouvir e mudar meu parecer se for o caso.

A Vida nos é dada de graça, e partindo deste principio, poderemos concluir que, perante as Leis Naturais que regem a Vida, quando a tiramos, não importa por qual meio, de um ser vivente, não importa qual, o tamanho, espécie ou reino, estaremos cometendo um crime contra a vida em essência, que será equivalente, de igual peso e consequência, a um outro crime que tenhamos cometido, ou que venhamos a cometer posterormente, contra um outro ser, seja ele de maior ou de menor porte, ou de outra especie, ou seja, pouco importa, se o novo crime que venhamos cometer seja contra uma Baleia, um ser humano, uma planta, ou mesmo que seja contra uma minúscula e invisível celula, as implicações, gravidade, peso e consequências deste novo crime serão iguais, pois na essência a natureza do nosso ato não muda com a natureza ou forma física do ser vivente, sua espécie ou reino, em qualquer situação, será sempre um atentado contra a Vida, não?

importa que seja a Vida de uma mosca, ou a Vida de um ser humano, visto que na essência a natureza desta vida é a mesma para ambos. Ao tirarmos a Vida de um ser, seja ele qual for, estaremos tirarmos dele o bem mais precioso que ele possue, sua Vida, ao mesmo tempo, estaremos tirando algo que, jamais, de forma alguma, em circunstância alguma, poderemos devolver.

Tirar a Vida de um ser vivente, é praticar algo irreversível, irreparável, definitivo. Portanto, se cometemos um crime quando tiramos a vida de um ser humano, crime igual estaremos cometemos se tirarmos a vida de um inseto, de um rinoceronte, de uma planta, ou de uma célula, em todos os casos, o ato que estaremos cometendo, na essência, é e será sempre, igualmente o mesmo, ou seja, Um crime. Puro, simples, irreparável, contra a Vida.

Portanto, quando uma mulher pratica o aborto, não importa a idade do feto, se é de segundos, ou prestes a vir ao mundo; não importa que a fecundação tenha acabado de ocorrer, ou se a gravidez já estiver para vir a termo, a natureza do crime cometido é e será sempre a mesma, não importa o restante .

Nem mesmo as razões legais que justificam o aborto, invalidam e sequer amenizam o fato em si, porque na essência, o ato praticado será sempre contra a Vida do feto, contra a essência que o anima, que seria igual em natureza e volume para todos indistintamente, não importando a forma, ou especie do ser que ela esteja habitando..

Não estou fazendo julgamentos, tampouco abrindo uma polêmica sobre o aborto, mas, apenas falando sobre a Vida e seus mistérios , como eu a concebo na ordem das coisas e como deveremos encara-la e refletir a respeito deste algo, do qual, desconhecemos por completo a sua natureza.

Se a Vida, que é nos dada de graça, se é um bem precioso para todos nós, seres humanos inteligentes, conscientes e racionais,ela também o é, dada de graça e igualmente preciosa para todos os demais seres viventes, racionais ou irracionais, do maior ao menor e vice versa.

A nós, seres viventes, humanos, tidos e havidos como racionais, senhores de nossos atos, a quem o nosso Criador concedeu a Vida com seus incontáveis privilegios junto com o direito de usufrui-la temporariamente, não nos outorgou, contudo, o direito de a alijamos do nosso corpo, ou do corpo de qualquer outro ser vivente, humano como nós ou de um ser irracional, não importa qual.

Nosso Criador nos impôs também, o dever de protegermos a Vida, de conserva-la e cuidarmos dela, não apenas em nós, como também em nossos semelhantes e também, nos seres irracionais, nossos companheiros de jornada, sem o que, se nos omitirmos quanto a isto, estaremos incorrendo e praticando um irreparável crime, uma verdadeira afronta, não só contra o nosso Criador, como também, contra a obra prima da sua Criação, da qual fazemos parte, a qual, rotulamos por : Vida...

Quim 

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