sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

QUEBRAR


(by Cinthya)

Quebro tudo o que não for de mim...
Como quebram nas pedras as ondas do mar.
Sustento em meu íntimo a fé...
E quebro os santos do altar.
Quebro de mim, sem pena,
Esse maldito lamento.
Quebro as janelas do quarto,
E deixo entrar o vento.
Quebro de mim a incerteza,
Essa constante agonia.
Quebro o medo, a fraqueza,
Renasço da poesia.
Quebro as correntes da mentira,
Para mergulhar na verdade.
Quebro essa sombra que me envolve,
Para não me enganar com a vaidade.
Quebro o que de quebrar há em mim.
Quebro o que tem tentado me quebrar.
Quebro o início, meio e fim,
Daquilo que não obedece ao verbo amar.
Mas não quebro o que me faz bem,
O que me enriquece a alma.
Não quebro em mim essa força,
Essa esperança que me traz a calma.
E,
A   i   n   d   a      q   u   e     q   u   e   b   r   e   m,
Eu reconstruo.


Estou na minha mesa, no meu trabalho e o telefone toca. Do outro lado, o poeta Elmar Herculano, um nome forte na organização do Concurso de Poesia de Casa Nova/BA.
- Alô, Poetisa, cadê você?
- Poxa, Elmar. Furei contigo. Mas não deu mesmo para ir, cara. Queria muito ter assistido a premiação, mas não deu. Mas me fala, como foi? Quem ganhou?
- Foi um sucesso. Só uma coisa não saiu perfeita.
- O quê?
- O fato de você não estar lá para receber de minhas mãos o troféu de 1° Lugar!
Cara, que felicidade eu senti...
Com esses versos levei o primeiro lugar e tenho muito orgulho disso. Tenho saudade de quando escrevia compulsivamente... Muita saudade.
Sumi da roda de poetas,mas estou voltando.
Espero que gostem e, assim como eu, se libertem de tudo que não for verdade.

3 comentários:

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Parabéns!!! Arrasou, Cinthya,adorei.

Beijos,

Bela

Elmar Herculano disse...

Embora não querendo subestimar nenhum dos poetas que foram premiados no evento, pois são grandes vates, reitero a minha frustração por não ter tido a glória de lhe entregar o troféu de grande vencedora do festival.
Certamente você ESTILHAÇARIA tudo que viesse pela sua frente, mas traria no bolso o xeque de R$ 1.000.000,00.
E como diria o poeta:
Tal baio galopante avançaste inteira,
Sem dar ao inimigo chance de defesa.
Com tamanha regalia chegaste à fronteira,
Apoiada nos ombros da natureza.

Beijos!

O Divã Dellas disse...

Ah poeta...
Como necessita de poesia essa minha alma...