sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Convite



(by Cinthya)

Então deixa eu te explicar uma coisa, a vida é linda e jamais perdeu o brilho. Ela continua intensa da mesma forma que era quando você gozava os anos de sua juventude. A vida não mudou, pode acreditar em mim. Se algo está diferente é o que está dentro de você e não o que está ao seu redor. Talvez a sua forma de agir e reagir ao que lhe acontece tenha feito você sofrermodificações, talvez você tenha se endurecido diante de algumas tribulações, talvez você tenha se frustrado com alguns fracassos sofridos. Mas a vida em si, continua a pulsar da mesma forma e com a mesma intensidade.
Talvez você tenha acumulado tantas funções, tanto trabalho, galgado montanhas tão altas que agora não consegue se livrar da agenda e simplesmente se jogar no mar, sem que seja preciso um planejamento de meses de antecedência. Talvez você tenha se doado demais ao trabalho e tenha se esquecido dos amigos. Talvez as reuniões de negócio tenham lhe tomado todo o tempo que antes você dedicava à família, mas que agora, não existe mais (não?).
O trabalho traz o dinheiro e o dinheiro traz a vontade de ter mais dinheiro e é bom ter dinheiro. Quanto mais se trabalha, mais dinheiro se acumula. E então, a gente procura o tempo para curtir o que essa grana toda pode nos proporcionar e .... Não encontramos esse tempo, porque continuamos trabalhando para ganhar mais e mais dinheiro que nunca usaremos como deveríamos. Esse é um ciclo vicioso e viciante.
A proposta é que você reflita sobre o que te acontece, o que te cerca, o que tem te deixado tão vulnerável, o que tem te levado a precisar de medicamentos para manter um equilíbrio e domínio sobre você mesmo. Por que não voltar a ser irresponsável de vez em quando? Sair sem hora pra voltar e sem lugar certo para ir. Apenas sair, caminhar, conversar, dar risada. Ficar na companhia de alguém eu te faz bemsem precisar ter um cronograma montado para esse encontro.
Sair de noite pra tomar suco (já que os remédios não te deixam beber) e comer pastel de queijo, ou comer pipoca, sentados na praça do coreto, jogando conversa fora, sem olhar para o relógio, sem pensar no que tem que ser feito amanhã, nas reuniões ou viagens inadiáveis. Apenas viver o momento, percebendo como é gostoso sentir a brisa tocar o rosto, emaranhar os cabelos.
Falar, falar e falar reviver coisas que ficaram guardadas no passado, mas que fazem bem pra alma sempre que são relembradas. Momentos importantes, pessoas importantes, aventuras da mocidade. Falar de um tempo onde você viva uma plenitude que se perdeu, uma liberdade que se esvaiu, escorrendo entre seus dedos. Dos amigos que dividiram com você momentos de uma juventude bem vivida onde a falta de dinheiro não significava falta de vida, de alegria e diversão.
O convite é para que você dê leveza aos fatos, atenção a quem te cerca. Que você se presenteie com um mergulho no mar, que você aprenda a esvaziar a cabeça que vive cheia de problemas e volte a sorrir com vontade, a gargalhar com a alma. Que você trabalhe quando estiver no trabalho e, fora dele, que você viva pra você. Que você volte a priorizar o que te faz bem e sinta a paz retornando ao seu íntimo.
O convite é para que você se permita ser feliz.

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