A vida dele, olhando assim de longe, parece perfeita. Aos olhos dos desavisados chega a ser a vida que todo homem pediu aos céus.
Ele ostenta um padrão de vida elevado, cercado por belas mulheres e vários amigos, é inteligente, descolado e divertido. Frequenta os melhores lugares e está presente em todas as festas. É a imagem perfeita do homem conteporâneo.
Coleciona histórias de amor com pessoas sem rosto, extrai e doa altas doses de prazer a mulheres que dias depois sequer lembra-se do nome. Beija bocas de mulheres que são incapazes de pronunciar uma palavra que o faça sentir melhor. Ele é extenso e raso como um rio assoreado que está com seus dias de existência contados.
Há quem diga que ele é frio, superficial e egoísta não gosta de ninguém a não ser dele mesmo, eu acho que ele é vítima das próprias escolhas. Possui um coração desabitado e despreparado para o amor, seus sentimentos mais sinceros e profundos caíram em desuso.
Vestiu a fantasia de homem insensível e vive encenando uma peça criada por ele mesmo no teatro da existência. A rotatividade sob seus lençóis é inversamente proporcional ao número de pessoas que conseguem alcançar seu coração.
As horas de diversão ao lado de pessoas que mal sabem a sua história ou seus gostos são apagadas pelas horas de tristeza, solidão e vazio que sente ao chegar em casa e se dar conta da sua real situação.
Ele é sozinho em meio a multidão. Vive permanentemente em um excesso de falta. Rodeado e espremido por um infindável vazio.
Verônica
2 comentários:
brocou no texto Vel!
Vivi
Sem querer apaguei seu comentário da minha postagem de hoje,desculpe tá! Eu tenho diversos amigos que passam esse dilema da máscara do tô bem! Sou feliz assim, mas na verdade vivem um vazio sem tamanho!!! A questão que eu acho é se assumir, hoje o mundo prega que o bom mesmo é ser livre, e no fundo eu acho que confundem isso, quando na verdade deixam de se perceber infelizes, tristes e vivem as aparências... seu texto trás muita coisa coisa que se encontra para pensar!! Bacana mesmo!
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