terça-feira, 28 de agosto de 2012

Uma História de Amor


Eles estavam saindo do teatro quando os olhares se encontraram.

A troca de olhar intensa durou pouco segundos, o bastante para acender uma chama em ambos.
Puta que pariu! Que gata!!! pensou ele.
Nossa que homem incrível!! pensou ela.

Continuaram andando em direção ao estreito corredor que dava acesso a saída e vez ou outra um dos dois olhava.

Se ela olhar de novo é porque também quer. Que mulher gostosa, vou pedir o telefone dela.
O pensamento dele foi instantâneo.

Ele deve ter uns trinta e poucos anos, daria um excelente pai de família. Acho que teríamos filhos lindos. Ela não pôde segurar o sorriso, se imaginando vestida de noiva entrando na igreja para dizer sim àquele deus grego.

E assim eles continuaram a passos lentos se aproximando um do outro.

Mas como é que eu vou chegar nela? - Oi, me dê seu telefone? Ela vai me achar um mané. Preciso ser esperto, não posso dar bobeira. Mas como ela é gostosa... puta merda! Ele pensava preocupado.

Onde será que ele mora, do que ele gosta? Acho que ele é do tipo caseiro, ao menos é culto e vem ao teatro sozinho. Humm que homem interessante. Será que ele vai gostar de mim? Será q também me achará interessante e inteligente? Ela também estava preocupada.

Chegaram ao corredor central e se colocaram lado a lado. Os ombros dela na altura do braço dele. Não conseguiram sentir o perfume um do outro, mas a proximidade entre eles criava uma atmosfera envolvente.

Preciso bolar um plano antes da porta de saída. Se ela olhar de novo eu vou sorrir. Mas, se ela sorrir também eu vou dizer o quê? Já sei! Vou chamá-la pra tomar uma cervejinha e quem sabe poderemos conversar mais à vontade lá no meu cafofo. Eu acho que ela é do tipo safadinha. Conjecturava ele.

Nossa, como ele é alto. Daria um super namorado, do tipo protetor. Ele poderia me chamar de minha pequena. Ao sairmos ele bem que poderia me convidar para jantar. Poderíamos passear de mãos dados no centro histórico apreciando a arquitetura barroca. Poderíamos marcar algo para o final de semana. Eu o levaria para conhecer meus pais. Sonhava ela.

Mas, e se ela for do tipo grudenta? Se ela for daquelas que fica ligando, pegando no pé porque quer um relacionamento sério? Xiii é melhor não arriscar. Mulheres que vêm ao teatro são carentes e mal amadas. Se apegam fácil e dão um trabalhão. Além do doce que fazem pra dar no primeiro encontro. Esse negócio de vir ao teatro pra pegar mulher é a maior roubada. Tô fora. Essa foi a constatação dele.

E se ele for aquele tipo de homem que não quer namorar sério e só quer dar uma por curtição? Eu não quero isso. E se ele for do tipo ciumento e controlador? É melhor eu não pensar em nada. Se nos encontrarmos de novo, talvez poderemos conversar, mas hoje eu nem vou dar bola pra ele. Essa foi a decisão dela.

Chegaram ao final do corredor estreito, alcançaram a porta da rua e cada um seguiu para um lado da rua sem olhar para trás. Assim, eles viveram uma linda história de amor, em seus respectivos pensamentos e foram felizes para sempre em suas convicções.

Verônica

3 comentários:

Ricardo disse...

Muito bom, Vel!
Leve e dinâmico!
Show!

Debby disse...

Uauuuu
Oi Meninas!!
É como sempre cada um no seu mundo.
Mas se o destino quiser eles se encontram em outra peça... kkk

Amei Vel..
Show de bolaaaaaa

Bjs
Debby :)

Panelinha da Fafah disse...


Gostei do diálogo, e isso comprova
que a mulher vê sempre o lado romântico da coisa (uma marido em potencial!) e o homem apenas mais
uma para a sua "lista".

bjs))))))))))))))))))))0