quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cultura Organizacional



Dia desses na faculdade, a professora que ministra as aulas de Comportamento Organizacional levantou a seguinte questão: É possível um funcionário fazer carreira e crescer em uma empresa cujos valores divergem dos seus?

É uma questão interessante e a discussão foi extensa. Alguns defenderam a máxima que "o dinheiro entrando está bom demais" outro acharam improvável e não tem dinheiro no mundo que motive um colaborador a trabalhar em uma empresa que ele não se identifica.

Aí eu fiquei me perguntando: será possível que um ser humano conseguiria passar anos e anos, acordando cedo, saindo de casa e passando a maior parte do seu dia em um lugar onde ele não se identifica? Será que ele conseguiria defender ideais que divergem dos seus? Será que ele conseguiria, de fato, vestir a camisa de uma empresa que possui valores que vão totalmente de encontro aos seus? Será que conseguiria defender argumentos que ferem os seus? Será que ele conseguiria apoiar e vender idéias que ele não acredita?

Até que ponto o dinheiro determina o caráter de uma pessoa? Até que ponto um profissional colocaria na gaveta tudo que acredita, tudo que acha certo, tudo que seus pais ensinaram para defender o pão-nosso-de-cada-dia? Até que ponto um homem se anularia para garantir o tão sonhado status de "Bem sucedido profissionalmente?"

Eu sinceramente não consigo imaginar. Não consigo acreditar que isso seja possível. Não vejo um incentivo que justifique tal contradição.

Gostaria muito de saber a opinião de outras pessoas a esse respeito.

Verônica

2 comentários:

Quim disse...

Eu diria que,uma esmagadora maioria de pessoas não trabalham onde gostariam de trabalhar e as razões são muitas,entre elas a ausência de vagas para elas,por serem limitadas nestes cargos , nestas empresas,nestes campos de atividades onde desejariam atuar.
Diante disto,não lhes restam outras alternativas senão aquelas de aceitarem o que a vida lhes oferece,o que na maioria das vezes, não é o mesmo que elas desejam.Aí, entre trabalharem naquilo que não gostam, ou ficarem desempregadas, a primeira opção acaba se tornando compulsória para estas pessoas e a partir daí,trata-se do: Pegar ou largar,e, uma vez empregadas,deverão partir para uma adaptação,nem sempre facil,mas,nem por isto impossivel.Adaptação que podera trazer resultados surpreendentes para elas, não só no campo profissional,como tambem e principalmente,na area do autoconhecimento.No campo de trabalho,onde se busca as condições para a sobrevivencia,raramente se encontra aquilo que se deseja e como se deseja;no mais das vezes,tem de se pegar o que aparece.Claro,que aceitar esta opção, este emprego indesejado,pode ser em carater temporario, provisório,mas,é muito comum,este temporario e provisório durarem todo o resto de uma vida.É importante ressaltar,as mudanças de rumo que acontecem em nossas vidas,independentes das nossas vontades,nos obrigando a colocarmos à prova os nossos dons, as nossas capacidades de adaptação,de superação para estas mudanças,mudanças estas que nos obrigam a muitos sacrificios e renuncias,mas,que se encarados com dignidade,coragem e altivez,os resultados finais que alcançaremos,raramente nos decepcionarão.
O fato de, em principio, não querermos,não gostarmos,não nos sentirmos à vontade para vestirmos a camisa de uma determinada empresa com a qual não nos sentirmos harmonizados,não significa que,ja estando nela,não mudemos de opinião, não encontremos um denominador comum,um ponto de equilibrio,nosso tão buscado lugar ao sol, ou, que não assumiremos, jamais, o espirito desta empresa.
Vale lembrar, que as coisas mudam,entre elas,nosso modo de pensar,de agir,de percebermos as coisas.Sendo assim,quem nos garante que ,superando todas as dificuldades iniciais criadas pela nossa rejeição e adaptação a esta empresa, não nos tornemos mais tarde um membro importante na sua hierarquia de comando,nos tornando tambem,um ferreo defensor da mesma,vertindo com orgulho a sua camisa.
Nosso sucesso profissional,não depende apenas da nossa preparação tecnica,pratica e teórica,para o campo de trabalho no qual desejamos ingressar,mas,tambem,da nossa capacidade de adaptação às outras e demais oportunidades que este,ou outros campos de trabalho nos oferecer ao longo da nossa vida...temos de aprender a gostar daquilo que não gostamos,deste modo, evitaremos os conflitos intimos e viveremos melhor...

Mirys Segalla disse...

Verô:

Eu concordo com você. Porque EU não conseguiria!!! Já tive a experiência de ganhar 3 vezes menos do que a pessoa que estava do meu lado (o que, além de tudo, era beeeem pouco, pra época e pra quem morava em Sampa). Mas, ainda assim, eu ia trabalhar FELIZ, às 8hs da manhã, sem hora pra voltar. Porque eu me identificava com o que fazia!!! E porque o ambiente de trabalho era bacana.

Não tem dinheiro no mundo que pague isso...

Bjos e bençãos.
Mirys
www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com

PS: meninas, tô tentando falar com vocês, urgentemente, mas não consigo... me passem um e-mail de contato? Deixem num comentário, lá no Diário, que eu não publico, tá? É que vai rolar, de novo, blogagem coletiva de CONVIDADOS ILUSTRES, no Diário, e eu queria demais que vocês participassem!!! Obrigada!