(by Cinthya)
Ao contrário de muitas amigas que tenho, não cresci ouvindo da minha mãe que eu estava sendo preparada para casar. Ela não nos criou com a intenção e finalidade do casamento, muito pelo contrário, ela sempre incutiu em nós a liberdade de trabalhar, viajar, namorar (e parava por aí).
Ela me ensinou a cozinhar, a lavar louça, roupa, arrumar casa. Desde pequena eu já dominava os afazeres domésticos, mas isso nunca me foi passado como um curso de noiva. Ela sempre dizia que eu deveria saber fazer essas coisas, pois o mundo lá fora era, de carta forma, duro e cruel e que a gente deveria estar preparado para se virar sozinha. E assim eu cresci, pensando em liberdade, pensando em ter minha renda, em poder viajar, curtir a minha vida. Assim como me ensinou a minha mãe.
O reflexo dessa visão é gritante em mim. Ao contrário de muitas amigas que tenho, eu nunca me vi em busca de marido, tendo o casamento como um objetivo, uma finalidade. Não. Comigo nunca foi assim. Os homens que me pediram em casamento sabem a cara de espanto que eu fiz ao ouvir essa “sentença” e sabem também que eu corri deles como o diabo corre da cruz.
Acho engraçado como algumas mulheres falam pra mim sobre seus casamentos de forma a tentar me mostrar que eu sou “aleijada” por não ter um marido e um lar. Como se eu não tivesse um lar e um marido, pelo agravante fato de ser uma mulher incapaz. Incapaz de conquistar um homem e leva-lo ao altar. Incapaz de ter uma aliança dourada no dedo e um sobrenome que me ligasse a um dono.
Mas não é por aí. Eu não cresci alimentando “o sonho” de um casamento. Eu tenho 35 anos e nenhum deles foi dedicado a alimentação desse objetivo. Santo Antônio não teve problemas comigo, pois eu não apelei. Eu sempre quis um filho e tenho um lindo filho. Eu sempre quis viajar, e hoje eu viajo sempre que posso. Tenho liberdade.
Se eu nunca casarei? Não sou adepta a radicalismos (não mais). Hoje, eu me esforço imensamente para alterar algumas coisas em mim, e não ser tão avessa a casamentos é uma delas. Hoje tenho maturidade para entender que nenhum casamento é um mar de rosas contínuo... Um dia rosas, outro dia, espinhos... E é preciso ser um bom jardineiro para que o sucesso desse jardim seja real.
Enfim, Dona Lourdes não criou as filhas para o casamento. Dona Lourdes criou as filhas para a felicidade, para a liberdade, para a plenitude. Se um dia as filhas descobrirem que alguém pode agregar a esse objetivo, então, o casamento será uma consequência... Mas ele nunca foi o objetivo.
Um comentário:
Felicidade é fundamental e deve ser o nosso maior objetivo na vida não importando se solteira, casada, enrolada, separada...
Ninguém é feliz estando casado se não conseguir ser feliz estando sozinho.
Beijos,
Selma.
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