quinta-feira, 3 de maio de 2012

Há Dez Anos...


Há dez anos atrás, desembarcava uma menina em Petrolina. Essa menina, estava chegando, literalmente, de mala e cuia para se estabelecer na terra das oportunidades. Não sabia o que ía encontrar, mas estava disposta a enfrentar o que viesse pela frente.

Essa menina era eu. No dia 30 de abril do ano de 2002, com apenas 18 anos de idade munida de uma bagagem leve e modesta, típico de uma menina que não possui a experiência que só os anos lhe dão. Atendendo a um chamado de minha mãe, que viera passear na semana anterior e havia decidido ficar de vez por aqui, desembarquei em Petrolina. Vim desbravar uma terra, até então, totalmente desconhecida. Coração apertado e olhos inxados, após uma noite longa de viagem, onde as lágrimas e as lembranças foram minhas fieis companheiras. 

Na mala eu trouxe uma porção de medo, medo do desconhecido e por não saber o que, de fato, eu tinha vindo buscar aqui. Trouxe umas mudinhas de coerência, posto que me policiava o tempo inteiro para não me empolgar demais, ou me manter seca, alheia ao que me rodeava. Queria absorver. Queria conhecer. Queria ver, sentir, viver... Na minha mala, eu trouxe muita, muita, muita esperança. Esperança que tudo daria certo. Que seríamos muito felizes e que aqui seria nosso lugar. Trouxe uma quantidade generosa de boa vontade e paciência. Estava numa terra estranha, com uma cultura diferente da que eu estava acostumada, da cultura que eu vivia na terra em que eu nasci, eu precisava me adaptar. Eu precisava me acomodar. Eu precisava encontra, conquistar o meu lugar.

Eu tinha saído do segundo grau há pouco, não tinha experiência profissional comprovada em carteira, mesmo tendo começado a trabalhar aos 14 anos... Eu precisava me qualificar, mas em quê? Eu precisava de uma chance, mas onde? Eu estava totalmente perdida. Mas o que eu tinha de sobra era força de vontade, fé e perseverança. Eu sabia que conseguiria. Só não sabia, exatamente o que, mas conseguiria.

As perguntas eram muitas, o medo era constante, a incerteza se fazia presente o tempo inteiro. Os primeiros meses não foram fáceis, por vezes eu chorava e pedia a minha mãe pra voltarmos para "nossa casa" ao que ela me dizia que a nossa casa agora era aqui. Sábia e paciente minha mãe repetia pra mim que "devemos andar pra frente" um passo adiante, um passo de cada vez. Sempre avançando. Jamais recuando.

Preciso agradecer muito, muito aos meus tios Severina e Crispim que Deus os tenham em um lugar maravilhoso. Pois eles foram nosso suporte, nosso apoio maior. Meus primos, Jailson, Michel, Ana paula e Fabiana. Eles faziam questão de nos dizer, todos os dias, como Petrolina é linda e como nós nos daríamos bem aqui. Eles faziam questão de tornar nossos dias mais lindos, felizes e engraçados. Eles se encarregavam de minimizar nossos problemas e preencheram os vazios. Foram um amores.

Muitas coisas aconteceram ao longo desses 120 meses, mas eu posso afirmar hoje, com plena convicção, que fizemos uma ótima escolha. Não sei o que Deus tem reservado para nós, mas se eu puder escolher, é em Petrolina que quero estar nos próximos 3.650 dias.

Verônica

7 comentários:

O Divã Dellas disse...

Parça,
Eu já estou aqu há 18 anos... E nunca estive em melhor lugar. Embora ame a minha terra natal, foi aqui que conquistei muito do que tenho hoje.
Que Deus abençoe essa terra linda e próspera.
Que Deus abençoe aqueles que nos deram apoio na hora mais necessitada.
Qeu Deus abençoe vc, que sempre sabe reconhecer isso.
Abraço de quem te ama,
Cinthya

O Divã Dellas disse...

Que bom que eu vim pra cá, que bom que eu conheci pessoas maravilhosas como você.
Que bom que me aconteceram tantas coisas (boas e ruins) e essas coisas só serviram para me tornar uma pessoa melhor.

É estranho você chegar na sua terra natal e se sentir uma estranha no ninho. É como se eu encontrasse aconchego só nos braços da mãe-Petrolina...

Ir a passeio para o lugar onde vc nasceu e ficar morrendo de saudade da terra que escolheu para chamar de sua é uma sensação estranha, mas é assim que eu me sinto.

Deus, na sua infinita bondade e sabedoria, faz tudo bem certinho!

Sou grata demais!

Beijos, Parça!!

Verônica

Sandro Silva disse...

Bem vinda a esse vale que agora também te pertence.
Vamos continuar a construir novas historias, nova aventuras.
Bjs

Ricardo disse...

Essa terra tem mesmo uma atmosfera especial!
Fui a trabalho, me instalei em Juazeiro, me apaixonei por ambas, porém Petrolina tem progresso nas veias, o que me encantou!
Quando saí com a empresa pro Recôncavo Baiano, tive essa mesma sensação que vc descreve... Saudade da terrinha (quando voltei, a primeira coisa que fiz foi tirar os sapatos e molhar os pés no Chicão...)
Tenho muitas saudades de tudo por aí, Vel! De vc's, meus amigos do coração que coestrelaram comigo uma das fases mais alegres da minha vida; do Velho Chico, rio que nasce tímido por cá e que passa por aí majestoso, levando progresso, riqueza e vida pro Vale...
Enfim, que vc possa mesmo passar os próximos 10 anos por aí, feliz da vida!
Bjasso!!!

Debby disse...

Gentemmm
Fiquei com água na boca...
Mas não troco a minha Bahia, minha Salvador por nadica mais!!!
Sou apaixonada por isso aqui
Mas quando me perder por ai vou achar vocês duas viu ????
Bjs
Debby :)

Artur Costa disse...

Vevel.. fiquei muito emocionado!! E dois anos depois nos conheciamos!! Bjão...

Selma Helena. disse...

Mudar vez outra faz bem, né?
Que bom que aportou em um lugar gostoso e que te conquistou.
Eu já mudei pra um lugar que ficaria por anos...mas a vida continua me levando por aí. E eu vou!
Beijos,
Selma.