Bailando ao som dos acordes do destino, nossa dança não entra em compasso. Nossos passos não se encaixam e nosso rítmo destoa... Bailamos numa ciranda confusa. Você quer conduzir, eu não quero ser conduzida. Você quer rock e eu quero salsa. Você vai para um lado e eu vou para o outro.
Vamos organizar nossos passos, desorganizando tudo? Então, dai-me o prazer dessa contra-dança? Não quero uma dança de salão como bailarinos profissionais e passos milimétricamente precisos. Quero conduzir e ser conduzida à pista do coração, em passos calmos e apreciando a leveza do som, num bailar compassado, mas sem regras, sem recordações e sem lembranças tristes do passado.
O rítmo que pretendo seguir são as batidas do nossos corações, me abrace forte, me tome em seus braços e ouça os sons das nossas emoções, deixe essas emoções nos levar. Não se preocupe com as outras pessoas. Não ligue se elas estão olhando. Não se incomode se para elas estamos fora de rítmo. Estamos fazendo o nosso próprio rítmo.
Você me tirou para dançar de uma maneira insegura, com medo da recusa, com o instinto de auto-proteção aguçado, e pensando que a melhor defesa é o ataque. Relaxe! Se desarme. Se desfaça desse clima tenso e pesado. Encare as coisas com a leveza que elas possuem. Encare essa dança como uma simples, leve e suave dança.
Ao aceitar dançar com você, eu tive medo, confesso! Quis desistir e você me segurou. Me convenceu a continuar. Concordei e me soltei. Comecei a me divertir e entrei no clima. Subitamente você mudou de ideia e me deixou bailando sozinha no meio do salão.
Com a naturalidade e a confiança de quem sabe o que quer e o que está fazendo, voltei para o meu lugar com um sorriso no rosto. Ainda confusa e cheia de dúvidas sim! Mas, com a dignidade inabalada e a certeza de que quem perdeu o prazer dessa dança foi você.
Verônica
Um comentário:
Oi Vel!
Que texto lindo! Poesia pura!
Adorei!
Beijos,
Selma.
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