(by Cinthya)
Quanto mais a gente se aprofunda nas regiões, mais a gente encontra tradições que não se desfazem e nem se perdem no tempo. Hoje é Sexta-Feira Santa ou Sexta-Feira da Paixão e eu me lembro com saudade de como esse dia era esperado o ano todo na minha amada Araripina/PE.
As crianças brincando nas ruas, com suas petecas feitas pelos pais ou por algum irmão mais velho, as comidas tão típicas dessa data: bacalhau (esse não faltava de jeito nenhum, Quibebo (em outra língua, ensopado de abóbora), peixes variados, malassada, feijão verde, maxixada, umbuzada (de sobremesa) enfim,uma infinidade de comida gostosa pra forrar a barriga do povo que estava sem comer o dia todo. Eu sempre achava engraçado que os mais velhos jejuavam, passavam o tempo todo sem comer, mas em compensação, na hora do almoço comiam por uma semana de fome. Adiantava???!!!
Os mais velhos também não podiam beber porque era um dia santo, mas eu também não entendia porque eles ficavam tontos e vomitavam depois de tanto vinho!!! Era contraditório, mas engraçado. E minha cabeça de criança ficava imaginando milhões de hipóteses para explicar aquilo.
Tinha uma coisa nesse dia que me fazia tremer de medo. Homens se fantasiavam de algo feio,com máscaras nada engraçadas e chocalhos pendurados pelo corpo, eram os temidos “Caretas”. Só em falar, eu já corria. Imagina então quando eu me deparava com um. Putz! Pernas para que te quero... Esses Caretas saiam nas ruas a pedir comida e infernizar as crianças medrosas. Ainda hoje se eu encontrar algum Careta na minha frente, eu corro. Com certeza!
Tinha uma coisa nesse dia que me fazia tremer de medo. Homens se fantasiavam de algo feio,com máscaras nada engraçadas e chocalhos pendurados pelo corpo, eram os temidos “Caretas”. Só em falar, eu já corria. Imagina então quando eu me deparava com um. Putz! Pernas para que te quero... Esses Caretas saiam nas ruas a pedir comida e infernizar as crianças medrosas. Ainda hoje se eu encontrar algum Careta na minha frente, eu corro. Com certeza!
Era um dia de amor, de confraternização, de irmos assitir a Paixão de Cristo à noite. De ouvirmos nossos pais orando (mesmo depois do vinho), de escutarmos a história de Jesus.
Saudade. Saudade dessa tradição que aqui não é tão presente. Saudade dos amigos que já eram meus amigos nessa velha infância (mais de 24 anos de amizade). Saudade dos tios e primos que também moram longe. Saudade dos meus avós que partiram. Saudade. Hoje meu nome é saudade!
Um comentário:
É minha amiga muita coisa mudou na sexta feira da paixão. e dá mesmo para ter saudades , sim saudades da simplicidade, da pureza de coração e do amor puro que dedicavamos a Deus, hoje infelizmente, as pessoas esquecem que estamos vivendo a paixão sim a paixao de cristo e aguardando anciosos para sua ressurreiçao .
bjs
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