Eu preciso descobrir onde está o controle remoto da minha vida. Queria adiantar alguns capítulos, preciso voltar outros e principalmente dar uma pausa em algumas decisões que tenho que tomar.
As vezes acho que o destino está me trolando. Tenho que correr quase uma maratona para acompanhar o ritmo de certas coisas e andar em passo de tartaruga para não sobrepor a outras. Algumas cenas passam, insuportavelmente, em câmera lenta e outras num piscar de olhos.
Sinto como se fosse um robô, acordo todo dia o mesmo horário, faço as mesmas coisas, vou aos mesmos lugares, falo com as mesmas pessoas, trabalho nas mesmas coisas, tomo as decisões nos mesmos sentidos, vou pra faculdade e lá é tudo tão igual. Desanimadoramente tão repetitivo. Tá tudo tão sem sentido. As caras feias que ignoro são sempre as mesmas, a hostilidade que faço de conta que não me afeta é sempre a mesma, e a má vontade estampada em alguns e que nem me abala mais é a mesma também.
A impressão constante de que já vi esse filme antes, a sensação de Déjà-Vu me irritam, impressionam e ao mesmo tempo desencorajam. Difinitivamente, não fazem sentido. As vezes eu sinto uma vontade de gritar. Outras vezes sinto uma vontade de me deitar e dormir, dormir e dormir sem pressa de acordar. Outras vezes quero só ficar ali quietinha, parada em meu canto sem ver, ouvir e falar com ninguém.
Ai, gente!! Existe botão de pause pra vida? Se existir é dele que eu preciso. Outras vezes acho que não é de pausa que eu preciso e sim de uma bússola, as vezes penso que preciso de uma lanterna, em outras oportunidades tenho certeza de que preciso mesmo é de uma bóia, já em outras tudo que eu quero é uma corda. Não pra me enforcar e sim pra me tirar do buraco.
Mas eu não estou certa se estou no buraco, acho que estou perdida num deserto no meio do nada. Ou posso estar perdida à bordo de um barquinho num mar revolto, como posso estar perdida num matagal a noite. Nem isso eu sei.
Não sei onde estou e nem onde quero chegar. Estou perdida e tudo que preciso é parar. Pelo menos por um tempo.
Verônica
10 comentários:
Eu queria um controle remoto que nem daquele filme Click, com Adam Sandler.
Geralmente o inferno astral antecede uma granda mudança... Talvez a vida nos puxe o tapete para que a gente enfim acorde e corra atrás de grandes oportunidades, abrindo mão do comodismo de viver as mesmas coisas... Pode ser isso...
Estou aqui, não menos cinza, mas estou aqui.
Eu não desisto.
Te amo, minha amiga!
Cinthya
Verônica, fique feliz porque você está diante de vários caminhos. O problema é que a "pressa" do mundo está te envolvendo. Sente um pouco "à beira da estrada da vida" e deixe o cortejo ir passando. Observe bem, recarregue suas baterias com a alegria de viver e escolha o melhor para você. Fazendo isso você será sempre a melhor para todos nós.
Tente! Vale a pena.
Um beijo no seu coração.
Manoel
Andarilho que saudade de vc por aqui! SAeja bem-vindo de volta!
Quando fiz o texto foi justamente pensando nesse filme rsrs
Será q existem controles desses por aí? Se vc achar, compra um pra mim? rsrs Beijos!
Ai, minha Parça!! Eu não sei o que há de errado, ou sei e não quero admitir, ou não estou bem certa... Tô perdidinha, perdidinha! É reconfortante saber q posso contar com vc! Um beijo!
Manoel, seus comentários são sempre tão sábios... Preciso me resgatar, preciso me encontrar, preciso me redescobrir... Obrigada pelas palavras generosas!
Um beijo e volte sempre!!
Verônica
Gosto da definição, chinesa eu acho, para crise. Oportunidade. Crise é sinônimo de oportunidade à vista.
Pausa, desconexão para reconectar-se a si mesma.
Vez em quando faz um bem.
Fique bem, fique em paz.
Beijo
Quanta sabedoria em tão poucas palavras, Ana! Muito, muito, muito obrigada!
Beijos!!
Verônica
E quando o tempo virar rotinha
E a mesmice vir em ti transbordar
Corre, grita, evita...
não deixas te incomodar
Buscas, não sei como
nem pronde deves ir
mas muda o caminho, ousa...
o universo vai te seguir.
E ainda que a dúvida lhe tome o peito
por ser, as coisas, não do seu jeito
vais, não corres perigo,
existe a dor, mas sol virá brilhar.
Se por ventura, no caminho, encontrares um ombro amigo
derrama tuas lágrimas do cançasso
aceitas com carinho o abraço
de quem compreendes o que passas contigo.
* * *
Abraços minha querida.
mp
Obrigada, amigo MP!! Muito acolhedor o seu poema! Amei!
Beijos!!
Verônica
Amore, só não se esqueça de que, no final do filme "click", ele chega à conclusão que usar o controle remoto pra vida é NÃO VIVER!!!
As coisas ruins existem pra nos fazer crescer, aprender, superar. As coisas boas, pra nos incentivar! E, às vezes, tudo o que você precisa é de um pouco de calmaria, sem nada muito diferente, que é pra você sentir EXATAMENTE do que gosta e do que não gosta. Pra começar a mudar! Acho que esse é o seu tempo: de planejar a mudança!!!
Bjos, bençãos e boa sorte!!!
Mirys
www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com
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