segunda-feira, 6 de junho de 2011

Real x Virtual


(by Cinthya)

Quantas pessoas passam grande parte de suas vidas enfiadas na internet e se gabam de terem dezenas, centenas, milhares de amigos. Amigos de todas as partes do Brasil e do mundo. Amigos que nunca se viram, que nunca se abraçaram e nunca sentiram o cheiro do outro.

Os tempos mudam. Na minha época de infância e adolescência eu me achava o máximo porque tinha meia dúzia de grandes amigos e era muito rica e destacada por conta disso. Passávamos o dia todo juntos e eu sabia tudo sobre meus amigos, conhecia suas famílias e sabia o cheiro de cada um deles. Conhecia seus medos, conhecia o seu estado de espírito apenas pelo olhar. Grandes amigos. Grandes tempos. Amigos que trago até hoje na minha vida.

Naquela época não existia internet e o bate-papo rolava na calçada de casa, da pracinha ou pátio da escola. A gente estava sempre acompanhado de gente, e computador era coisa que não fazia parte de nossas vidas.

Hoje, no entanto, muitas pessoas abandonaram pessoas de carne e osso para se prenderem ao mundo virtual. Passam uma grande parte de seus dias trancados, vidrados na tela do notebook e ali constroem seus laços de amizades e, algumas muitas vezes, de amor.

Conheço histórias de grandes mentiras, mas conheço também histórias bem sucedidas, inclusive fui madrinha de casamento de uma grande amiga que casou com um amor “internético” que encontrou lá na Itália através das salas de bate-papo e hoje estão bem felizes juntos, contrariando o pensamento de muita gente.

Mas minha paciência com internet não é longa. Sala de bate-papo com certeza não me recebe porque gosto do corpo a corpo, olhar no olho, sentir o calor. Gosto de viver, de me sentir viva e o computador, por mais moderno que seja não consegue expressar sentimentos. Por mais amigos ou seguidores que eu tenha na rede social, estarei sozinha, ali, na frente da tela. E ao desligar o computador, sozinha continuarei.

Sou avessa aos amigos virtuais? Não. Claro que não. Inclusive conheci pessoas legais e que vieram de muito longe para dar abraços e se tornaram amigos de carne e osso. Tenho contato com muita gente interessante e inteligente que me faz crescer de alguma forma, tudo através da internet. O que não concordo é fazer da internet e sua rede social o único meio de se encontrar pessoas, de se relacionar com pessoas, trocar a vida real pela virtual.

Gosto da internet para me manter informada, para ler, publicar, conhecer, encontrar e reencontrar, me aprofundar. Mas, em momento algum limito minha vida ao virtual. A minha vida é vivida na realidade, no lado de cá da telinha. A internet é um artifício, um jeito de diminuir distâncias, amenizar saudades. Mas não pode e não deve ser vista como uma finalidade.

A vida é composta de calor, sempre existe um dia lá fora, pessoas para serem abraçadas... Aí pertinho de você. Basta que você tire os olhos da tela por um segundo.

3 comentários:

Kamylla Cavalcanti disse...

Verdade menina!!!
A vida é muito linda pra ser disperdiçada assim...
bjs*
saudads!

Anônimo disse...

Tudo no seu devido lugar... Não substituir o real pelo virtual, e sim , complementar o real com o Virtual.

Assim segue-se o progresso.

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Eu mesma tenho tomado cuidado com essas coisas, não ficando refém da internet, ligada mais do que o aceitável.

Em casa, à noite, tento não me conectar. Aos findes, quando o faço, é muito rápido.

E viva a vida, né? O mundo real.

Beijos, girls, boa semana procês, estou gostando de ver a produção das duas, sucesso,

Bela - A Divorciada